Diz a história que Marilyn Monroe morreu por uma overdose maciça de barbitúricos, que até hoje não se sabe dizer se foi acidental ou proposital. As evidências apontam para suicídio, mas esta hipótese nunca foi confirmada, apesar de ser tratada como causa principal do passamento de uma das maiores atrizes do cinema.
Contudo, em seu novo livro, 'Ask Not: The Kennedys and the Women They Destroyed', a escritora Maureen Callahan dá nova luz aos últimos momentos da atriz em uma obra que compila os relacionamentos abusivos da famosa família de políticos americana.
De acordo com Maureen, o presidente americano John F. Kennedy e a musa realmente tiveram um caso e ele deixaria a esposa Jackie para ficar com ela. O que marcaria a grande mudança seria a reeleição do político para a Casa Branca. A relação dos dois, inclusive, seria anterior à eleição de JFK ao posto de presidente.
Em 1962, quando cantou o famoso 'Parabéns pra você' usando o icônico vestido, Marilyn sutilmente entregou ao mundo que os dois tinham um caso. Contudo, o livro aponta que meia hora antes do emblemático momento, a atriz passou 15 minutos sozinha com o irmão do presidente, Bobby, em um camarim. Ela manteria relacionamentos com os dois à época.
O psicanalista da atriz, Dr. Ralph Greenson, sabia do caso com JFK e sugeriu a ela que terminasse. O presidente mantinha casos extraconjugais e costumava dispensar as amantes com extrema facilidade. Mas Marilyn era diferente: além de ser uma das maiores estrelas de Hollywood, ela também mantinha uma grande admiração pelo político para muito além do campo pessoal. JFK, notando a quase obsessão da atriz, teria inclusive tentado 'passá-la' para o irmão Bobby. E a aproximação dos dois acabou, de fato, acontecendo.
Marilyn acabou mantendo o relacionamento com os irmãos em paralelo, mas chegou um momento em que começou a desconfiar que estava sendo usada pelos dois; ou pior: que estava envolvida em uma espécie de competição sexual incestuosa.
Ciente da situação, o Dr. Ralph Greenson insistiu para que ela acabasse com ambos os relacionamentos. Mas Marilyn se recusou a fazê-lo. Jackie Kennedy inclusive disse que apenas uma amante de JFK a incomodava, e ela a bombshell. A ponto de ela não acompanhar o marido naquela ocasião de 1962 em que a atriz comemorou o aniversário do presidente.
Após o evento, JFK recebeu o ultimato da esposa para terminar com Marilyn sob pena de encarar um divórcio em meio a campanha presidencial caso não o fizesse. E o affair entre o político e a atriz chegou ao fim.
O caso com Bobby Kennedy - então procurador-geral - ganhou força. JFK nunca mais atendeu às ligações da atriz e a relação se estreitou. Bobby também era casado e já tinha sete filhos na época. O ex-marido de Marilyn, Joe Dimaggio temia a proximidade dela com os irmãos, conhecidos pelo tratamento tóxico com as mulheres.
Por volta de junho de 1962 o relacionamento com Bobby aparentemente também chegou ao fim, coincidindo com o início de uma fase sombria na vida de Marilyn, que intensificou o consumo de bebida e comprimidos. As relações - e o fim delas - com os Kennedy a abalaram completamente.
Marilyn aparentemente superou os maus pensamentos com a ajuda dos amigos e fez um icônico ensaio para a Vogue com o corpo nu envolto em tule colorido. Ela estaria planejando revelar os casos com os Kennedys em uma coletiva e os irmãos se amedrontaram. Em 4 de agosto, Bobby Kennedy chegou à Califórnia e foi direto para a casa de Marilyn questionar sobre a suposta ameaça de ventilar os affairs.
Os poderosos irmãos tinham sido informados que o FBI e a CIA haviam grampeado a casa e a linha telefônica de Marilyn sem seu conhecimento. Ele tentava recuperar os materiais antes que eles chegassem a público. A atriz, que nada sabia das 'investigações', ficou abalada com a visita e ligou para o amigo Peter. Ela tinha uma festa naquela noite, mas acabou não aparecendo. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte por sua governanta. Ela estava de bruços na cama, nua, com o telefone ainda na mão. Ela estava morta há horas.
O FBI foi enviado imediatamente à casa de Marilyn, com o agente James Doyle revelando que os encarregados da ocorrência tinham recebido ordens de remover certos registros telefônicos, que incluíam, por exemplo, oito ligações para Bobby entre 25 e 30 de junho. Relatórios sugerem que o tema das ligações seria um suposto aborto feito por Marilyn em 20 de julho de um bebê que seria de Bobby. Também teriam sido retirados da casa seu sistema de vigilância e o diário da atriz.
O livro traz a conclusão do ex-procurador distrital do condado de LA, John Miner, que ouviu 40 minutos das fitas de Marilyn com seu psicanalista. "Como resultado do que o Dr. Greenson me contou", disse Miner, "e pelo que ouvi nas gravações, acredito que posso dizer com certeza que não foi suicídio".
A teoria do envolvimento dos irmãos Kennedy na morte de Marilyn não é novidade e sempre foi envolta de controvérsias. Na década de 1980, a emissora ABC News transmitiria um especial sobre o seu envolvimento no falecimento de Marilyn, mas teve a exibição cancelada poucas horas antes de ir ao ar. O presidente da ABC News, Roone Arledge, amigo de longa data de Ethel Kennedy, negou qualquer conflito de interesses apesar de ter sido quem cancelou a atração.
Ex-marido de Marilyn, Joe Dimaggio impediu a presença de JFK e de Bobby Kennedy no funeral da atriz. “Sempre soube quem a matou, mas não queria iniciar uma revolução neste país”, disse ele mais tarde. “Ela me disse que alguém iria matá-la, mas eu fiquei quieto. Todos os Kennedy eram assassinos de mulheres e sempre escapavam impunes", acusou o ícone do beisebol americano.