Ariana Grande é mais uma ex-estrela mirim a se pronunciar sobre as denúncias da série documental 'Quiet on the Set: The Dark Side of Kids TV' (Silêncio no Set: O Lado Obscuro das Crianças na TV' em tradução livre para o português), que expôs diversas situações problemáticas que rolaram em programas infantis na Nickelodeon.
No doc, Dan Schneider — que é creditado como uma das grandes mentes por trás do canal infantil entre os anos 1990 e 2000 — é acusado por alguns ex-colegas de Ariana de comportamento inapropriado e abusivo, favorecimento a alguns artistas, criar ambiente tóxico e até assédio sexual; ele negou as acusações e processou o documentário por difamação.
A atriz e cantora, hoje com 30 anos, esteve em duas séries do canal: 'Brilhante Victória' (2010-2013) e 'Sam & Cat' (2013-2014).
Em trechos bizarros desses programas que foram resgatados no documentário, Ariana faz ações de duplo sentido, com clara referências sexuais. “Acho que tivemos algumas lembranças muito especiais e nos sentimos muito privilegiados por poder criar esses papéis e nos tornar parte de algo que foi tão especial para muitas crianças”, começou a estrela pop no podcast Podcrushed.
Ela admitiu: "Especificamente sobre o nosso programa, acho que era algo que estávamos convencidas de que aquilo era o que tínhamos de mais legal em nós; ultrapassamos os limites com nosso humor".
Sobre as cenas de duplo sentido, explicou: "As insinuações [sexuais] eram, tipo, a nossa diferenciação 'cool'. E não sei, acho que tudo aconteceu tão rapidamente e revendo alguns dos clipes agora, eu penso, 'Nossa, sério que fizemos isso? Ah, droga'... e as coisas que não foram aprovadas para o canal foram colocadas no nosso site sem a gente saber".
“Acho que estou chateada, sim.”
Sobre as outras denúncias do doc, principalmente aquelas trazidas por Drake Bell (astro de 'Drake & Josh'), Ariana disse que foi “devastador” ouvir histórias de ex-atores infantis, a quem ela se referiu como “sobreviventes”.
“Acho que o ambiente precisa ser mais seguro para que as crianças possam atuar e deveria haver terapeutas”, acrescentou. “Acho que os pais deveriam poder ficar onde quiserem, e acho que não apenas nos sets de crianças. Se alguém quiser fazer isso, ou [carreira na] música, ou qualquer coisa nesse nível de exposição, deveria haver algo no contrato dizendo que a terapia é obrigatória duas vezes por semana ou três vezes por semana, ou algo assim."
Além de Drake Bell, que detalhou o abuso sexual que sofreu de um preparador de elenco, outras ex-estrelas mirins já se manifestaram sobre o documentário, como Josh Peck, Victoria Justice, Matthew Underwood e Kenan Thompson.