A maior loucura que Margot Robbie já fez para interpretar um papel no cinema: 'Voltava para o carro e chorava'

A sua técnica é de imersão total, de corpo e alma. Em um deles, porém, pode-se dizer que radicalizou e fez do processo "o puro suco de sofrimento".

Trata-se da cinebiografia 'Eu, Tonya' (2017), sobre a ascensão e queda da patinadora norte-americana Tonya Harding, que veio muito de baixo para se tornar um dos maiores do esporte, disputando dois Jogos Olímpicos de Inverno e ficando com a prata em um Campeonato Mundial, mas jogou tudo na lata do lixo ao se envolver em uma trama para contundir gravemente sua principal rival no país.

Na preparação, Robbie decidiu tentar reproduzir os movimentos na pista de gelo que notabilizaram Harding, ainda hoje considerados os mais difíceis (e perigosos) da modalidade.

"Sarah Kawahara, que - na verdade - fazia as coreografias para Nancy Kerrigan [competidora atacada pelos comparsas de Harding] me treinou", revelou a estrela, durante o lançamento do filme. "Antes disso, eu achava que não era tão ruim assim em patinação no gelo – eu costumava jogar hóquei. [Mas] logo percebi que estava apenas correndo no gelo e não tinha nada a ver [com a patinação]. Durante o treinamento, meu alarme tocava todos os dias às 5h30 e eu tinha vontade de chorar. Às vezes, depois das aulas, eu voltava para o carro e chorava."

As filmagens se resolveram em apenas 30 dias, mas o treinamento da atriz acabou levando cinco meses. A sua rotina era de cinco horas por dia, cinco dias por semana, na pista de patinação - e começando tudo cedinho, como ela mesma contou.

Todo o esforço de Robbie foi recompensado com sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz (ela agora tem outra de Melhor Atriz Coadjuvante por 'O Escândalo' e mais uma como produtora de 'Barbie', que disputou a estatueta de Melhor Filme). Mas não foi o suficiente para o seu grande objetivo em 'Eu, Tonya': reproduzir a acrobacia mais famosa da patinadora - o Salto Axel Triplo, considerado o de maior dificuldade na patinação (e o que tem a maior nota).

Coisa que nem mesmo a dublê da atriz, Heidi Munger, que participa de competições nacionais nos EUA, conseguiu.

A acrobacia foi levada às telas com efeitos digitais.

"Só seis mulheres desde Tonya Harding fizeram um Axel triplo; mesmo que houvesse uma que estivesse fazendo isso hoje, ela estaria treinando para as Olimpíadas e não poderia arriscar tentar isso para o filme", justificou o produtor Tom Ackerley, que é casado com Margot Robbie desde 2016.

Curioso também foi que a própria Harding, ao se encontrar com Robbie, ficou preocupada com sua rotina de treinamentos - achava que a atriz corria muito risco de se machucar ao tentar replicar seus movimentos. No final, a estrela realmente "herdou" uma hérnia de disco na cervical.

Assista ao trailer de 'Eu, Tonya', que contou com uma preparação intensa de Margot Robbie para interpretar a patinadora Tonya Harding.