Filmes

Por Redação MONET

Existem clássicos que conseguem superar o tempo e imortalizar personagens. Não importa quando nem onde, você com certeza se lembra de John Rambo, veterano da Guerra do Vietnã que se tornou não apenas um ícone da cultura pop, mas um símbolo de força para milhões de ex-combatentes norte-americanos da Guerra do Vietnã no começo dos anos de 1980.

Muitos anos após o sucesso do primeiro filme, Sylvester Stallone revelou que, se não fosse por sua insistência, o personagem icônico teria um final trágico e bastante diferente do que conhecemos logo no seu primeiro filme, o que, obviamente, impactaria diretamente a carreira do astro.

Lançado em 1982, 'Rambo - Programado para Matar' é um daqueles filmes que, se assistido uma vez que seja, se torna inesquecível. Além de inspirar uma onda inteira de produções que colocam guerrilheiros violentos e armadilhas bombásticas no centro da trama, o filme de Ted Kotcheff inovou ao trazer o protagonista como o representante de milhões de soldados que acabaram de voltar do front, traumatizados pelo horror que presenciaram no Sudeste Asiático e vistos com preconceito em casa.

Por mais que outras produções do final dos anos 1970 já haviam trazido o psicológico fragilizado dos ex-combatentes para a frente da tela, caso do premiado 'O Franco Atirador', quase nenhum deles havia o feito com uma abordagem tão 'popular' quanto no filme de Sly.

Cena de 'Rambo — Programado para Matar' (1982) — Foto: Reprodução
Cena de 'Rambo — Programado para Matar' (1982) — Foto: Reprodução

Se você bem se lembra, o filme acompanha John Rambo ao ser preso de forma injusta em uma típica cidadezinha nos Estados Unidos. Após uma série de abusos por parte dos policiais, foge da cadeia da delegacia e aterroriza seus algozes, sem piedade alguma, e muita inventividade.

A produção lucrou cerca de 152 milhões de dólares, tendo custado apenas 15 milhões para ser feita - um sucesso incontestável que colocou Stallone no centros das atenções novamente após uma sequência de tropeços que vieram na esteira de 'Rocky - Um Lutador', em 1976. Ganhou para si uma franquia de (até agora) cinco filmes, e ficou cravada na memória cultural mundial

Por pouco, entretanto, essa saga teria sido bem diferente. Para além das telas, ainda durante as gravações, Sylvester Stallone e a equipe de produção de 'Rambo' passaram por momentos de tensão. O astro não concordava com o roteiro final do filme, que acabava com o protagonista sendo morto.

'Rambo: Programado para Matar' é um dos maiores clássicos do cinema dos anos de 1980 — Foto: Divulgação
'Rambo: Programado para Matar' é um dos maiores clássicos do cinema dos anos de 1980 — Foto: Divulgação

"No finalzinho, originalmente como foi escrito, eu levava um tiro do Coronel Trautman (Richard Creena, que também participou de outros filmes da franquia) e morria em câmera lenta. Não queria fazer", revelou o ator em seu documentário autobiográfico, 'Sly', lançado no final do ano passado.

"Eu disse ao diretor, 'Isso não é bom'. Eu não queria que todos os ex-combatentes da Guerra do Vietnã me vissem levando um tiro e percebessem: 'Ah, então não tem esperança nenhuma para mim. Nenhuma sequer'", explicou sua decisão de não rodar a cena como foi concebida.

A reação do time de produção passou longe de ser agradável. Pelo relato do astro, teve até gritos, ameaçando-o de uma possível quebra de contrato se ele não desse meia-volta e voltasse para o set naquele exato final. O final trágico de John Rambo foi gravado, editado e colocado nas telonas em uma sessão-teste (que acontece com algumas produções para ver qual é a reação e receptividade do público à história).

Quando mostrado a um grupo seleto de pessoas em Las Vegas, Stallone provou a todos que tinha razão; o resultado foi desastroso, com o público detestando o desfecho. O estúdio foi rápido em descartar aquelas cenas e editar novas, incluindo o final em que o personagem se entrega a Trautman e é levado pelas autoridades - abrindo as portas para as continuações que vieram a seguir ('Rambo 2 - A Missão' começa na penitenciária onde ele se encontra).

'Rambo: Programado para Matar' quase acabou com a possibilidade da construção de uma franquia de sucesso — Foto: Reprodução
'Rambo: Programado para Matar' quase acabou com a possibilidade da construção de uma franquia de sucesso — Foto: Reprodução

Para Sylvester Stallone, era importante que aquele não fosse o fim de John Rambo, que esteve em combate em outro país, retornou para casa, onde não foi nada bem recebido, e sofreu ainda mais traumas nas mãos de quem tinha a missão de protegê-lo, assim como os demais cidadãos.

"Naquela época, estávamos perdendo cerca de 20 mil ex-combatentes para o suicídio por mês. Eu disse: 'Eu não quero fazer parte disso. Eu não vou. Eu não quero'", declarou.

O próprio Rambo parece vocalizar esse sentimento terrível do pós-guerra em um diálogo direto e nada amigável com Trautman, durante o filme. Quando o seu ex-comandante direto diz a ele que a guerra acabou, que sua missão estava finalizada, o protagonista é rápido em dizer: "Nada acabou! Nada! Você não só esquece tudo. Não era minha guerra. [...] Eu volto e eu vejo todos esses vermes no aeroporto, gritando e cuspindo em mim. Me chamando de assassino de bebês e todo esse tipo de coisa. Quem são eles para me dizerem alguma coisa? [...]".

Em 'Rambo: Programado para Matar', Sylvester Stallone dá vida a um ex-combatente torturado por policiais americanos. — Foto: Reprodução
Em 'Rambo: Programado para Matar', Sylvester Stallone dá vida a um ex-combatente torturado por policiais americanos. — Foto: Reprodução

Outros filmes sobre o mesmo conflito, como 'Apocalypse Now', 'Platoon', 'Nascido para Matar', 'O Franco Atirador' e mesmo os mais ficcionais, como o terror 'Viagem Alucinante', dificilmente apresentam finais felizes para os personagens que voltaram do Sudeste Asiático: todos morrem (sejam em combate ou depois) ou vivem para sempre com as consequências do estresse pós-traumático, sem jamis conseguirem se recuperar.

O personagem de Stallone era, portanto, a única 'luz no fim do túnel' para aqueles que já estavam feridos pelos horrores da guerra — e não precisavam de mais um motivo para se afundarem ainda mais em dor.

Rambo é um dos mais icônicos personagens do cinema americano — Foto: Divulgação
Rambo é um dos mais icônicos personagens do cinema americano — Foto: Divulgação

Hoje, mais de 40 anos após o lançamento do primeiro filme e cinco anos após o último longa-metragem da franquia, 'Rambo: Até o Fim', a resistência do astro é comemorada. Considerado um dos filmes de ação mais populares e icônicos dos anos de 1980, deve ser um alívio para a carreira do eterno Rocky e do eterno Rambo (dois de seus papéis mais icônicos) saber que teve algum impacto na vida de milhões que assistiram aos seus filmes.

Relembre abaixo o trailer de 'Rambo — Programado para Matar', um clássico estrelado por Sylvester Stallone.

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