Na Suécia, hotéis de luxo e passeio de carro por lago congelado: um roteiro impressionante abaixo de zero

O Treehotel é um conjunto de oito quartos temáticos suspensos no ar: além do ninho, projetado com gravetos ornando a parte externa e com tudo feito de madeira na área interna, há quartos em formato de nave espacial, com as paredes espelhadas e até uma cabine com a proposta mais romântica de todas, em que um deck dá vista ao vale do Rio Luleå. As “árvores-quarto” são isoladas entre si, mas há atividades que só acontecem em áreas comuns: na sala de meditação, por exemplo, tivemos uma sessão de meditação guiada, o que me fez prestar mais atenção na minha respiração naquele momento, enquanto, lá fora, o mundo seguia a ordem natural das coisas, com árvores balançando com o vento e animais se abrigando de um frio que chegou a 10 graus célsius negativos.

Com as refeições oferecidas em um salão central, foi fácil assimilar como a cultura escandinava se espraia até a mesa: foram servidos carnes e pratos à base de peixe (ainda havia versões vegetarianas), alinhados com taças de vinho que afastaram as baixas temperaturas dos convidados (os aquecedores em todas as acomodações também fizeram seu papel). Para quem quer alguns momentos de bem-estar e uma forma de passar a noite sob uma nova perspectiva no hotel, as diárias custam a partir de 5.500 coroas suecas (pouco mais de R$2.600), por pessoa.

Se no Treehotel fiquei longe dos perigos noturnos, com uma xícara de chá para me aquecer ao final do dia dentro do quarto, no hotel design Artic Bath, uma sequência de cabanas que flutuam sobre o Rio Luleå, localizado também em Harads, tive ao menos um momento de emoção: a chamada cold bath therapy, um procedimento para “acordar” o corpo que se resume a ficar por alguns minutos na sauna e, então, mergulhar em uma piscina com água gelada.

Foram momentos de apreensão durante o processo de tirar as roupas pesadas para ficar de roupão e maiô,sabendo que, após a instrutora nos guiar em um relaxamento na sauna, sairíamos para a segunda parte da atividade, ao ar livre. Como uma atividade completamente fora da rotina, valeu cumpri-la pelas repetidas vezes em que tentei me manter concentrada para sentir as reações do meu corpo à variação térmica, como a contração dos músculos. No material oficial do hotel sobre a prática, também são elencados benefícios como estimulação do fluxo sanguíneo, reduzir dores e inflamações e liberação de endorfinas, estimuladores naturais do humor.

Nesse hotel, as cabanas sobre a neve formam um cenário como daqueles filmes gravados na Europa: todo o conforto de dentro, com dois andares ocupados por móveis de design escandinavo, um banheiro amplo com banheira e pontos de luz para manter o ambiente como um retiro sereno, se completa com a paisagem silenciosa vista pelas janelas. De lá, vale sair para o jantar, também oferecido em uma casa central, com menu de cinco etapas. O café da manhã equilibrado, com a prevalência de produtos naturais, é delicioso. Foi um dos destaques da experiência. Para reservar uma delas, o valor da diária é de aproximadamente R$ 3.800.

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O itinerário da viagem começou com um voo da capital sueca, Estocolmo, para o aeroporto de Luleå. De lá, partimos para uma breve viagem até o Arctic Bath. Todo o trajeto, em que dirigi o EX30, foi uma imersão na natureza escandinava: ladeada por tapetes de neve, as rodovias e ruas bem conservadas firmavam um caminho em que se viam árvores altas, céu claro e poucas pessoas andando nas calçadas. A tendência ao minimalismo e à simplicidade, de alguma forma, está no lifestyle sueco; mas, a bem da verdade, ela parece ser um reflexo do que se vê pela janela dos carros e das casas.

A natureza, aliás, também foi protagonista em outras experiências. Ao dirigir o EX30 sobre um lago congelado, o branco da neve e o céu azul, mais uma vez, fizeram uma das mais belas composições que já pude ver.

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No retorno a Luleå, ainda houve tempo para uma parada “cênica”: a aldeia paroquial de Gammelstad, a 10 quilômetros da cidade. Circulando pelas ruas com ar pitoresco da pequena vila, a arquitetura adaptada às baixas temperaturas (com os telhados indicados para neve, inclusive) se revela entre as casinhas, quase todas iguais.

*A jornalista viajou a convite da Volvo para testar o SUV totalmente elétrico da marca, o Volvo EX30.