Casa

Por Priscilla Geremias

Stephanie Ribeiro divide seu lar e o sofá verde de veludo da Abarca com o chow-chow Basquiat — Foto: Wesley Diego Emes
Stephanie Ribeiro divide seu lar e o sofá verde de veludo da Abarca com o chow-chow Basquiat — Foto: Wesley Diego Emes

Comida feita no fogão a lenha, cheiro de pamonha, café passado na hora e pão quentinho. Essas são as sensações mais marcantes de Stephanie Ribeiro de quando vivia em Araraquara, sua cidade natal, no interior de São Paulo. Também fez lembrar de Tiradentes, em Minas Gerais, uma cidade que adora. Arquiteta e apresentadora do Decora, no GNT, Ste queria recriar exatamente esse clima em seu novo apartamento, localizado no bairro do Higienópolis, região central de São Paulo.

Carrinho bar da MUMA em frente ao papel de parede da branco.casa — Foto: Wesley Diego Emes
Carrinho bar da MUMA em frente ao papel de parede da branco.casa — Foto: Wesley Diego Emes

Desde o início do ano, Stephanie participa de imersões na cidade histórica mineira, que reúne designers e artesãos da região. Foram essas viagens que influenciaram a arquiteta a decorar seu apartamento como se fosse um refúgio interiorano. “Por conta desse trabalho, passei a viajar para Tiradentes a cada duas semanas. A cidade se manteve com características de interior e realmente gosto dessas tradições. Queria trazer os ares de Tiradentes para minha casa.”

O lado autoral dos itens mineiros é o que mais me encanta.
— Stephanie Ribeiro

Para contrastar com o ritmo da capital paulista, a arquiteta deu a seu imóvel de 150 metros quadrados cores vibrantes, diferentes texturas e objetos escolhidos a dedo. “O lado autoral dos itens mineiros é o que mais me encanta. Quem olha minha mesa de centro pode ver apenas uma pedra, mas gosto da ‘aleatoriedade’ e das misturas que faço entre peças vintage e objetos assinados, como o Ovo de Francisco Brennand [artista plástico recifense]”, conta.

Ste coleciona livros de exposições de arte que visita — Foto: Wesley Diego Emes
Ste coleciona livros de exposições de arte que visita — Foto: Wesley Diego Emes
Reformei e preservei como forma de eternizar a antiga moradora por aqui
— Stephanie Ribeiro

Na sala de jantar, um altar de madeira, que foi garimpado de um ferro-velho de Tiradentes, chama a atenção sobre o aparador em frente ao papel de parede da casa, que mais parece uma pintura feita à mão. Quando Stephanie entrou pela primeira vez no apartamento, há um ano, o lugar não tinha um pingo de cor, mas os pilares redondos na sala de estar e a história da mulher que morava ali a fizeram fechar o contrato. “Ela vivia sozinha e era independente. Tinha sido miss, era moderna, livre, me identifiquei com sua história e fui colocando cor para ficar a minha cara. Alguns móveis velhos ficaram no apartamento. Reformei e preservei como forma de eternizar a antiga moradora por aqui”, diz. Nada da estrutura do imóvel, que é alugado, foi alterado, mas agora tudo tem o olhar – e as mãos – da arquiteta.

O corredor virou vitrine para os objetos de decoração e artesanato — Foto: Wesley Diego Emes
O corredor virou vitrine para os objetos de decoração e artesanato — Foto: Wesley Diego Emes

A cozinha, que era branca, ganhou tinta amarela e uma parede de azulejos Flip, desenhados por Stephanie para a Mica Azulejos Decorados. O espaço ainda tem um pedaço da parede com diversas colheres de pau e tábuas de madeira. “Na estrada para Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o motorista parou em um posto beira de estrada e tinha várias delas sendo vendidas. Comprei algumas e guardei. Depois de oito meses, quando vim para este apartamento, vi neste ambiente o lugar perfeito para elas”, recorda. As tábuas penduradas ali servem queijos e frutas quando ela recebe visitas.

Colheres de pau e tábuas decoram a cozinha — Foto: Wesley Diego Emes
Colheres de pau e tábuas decoram a cozinha — Foto: Wesley Diego Emes

Em cima da cristaleira, que abriga também as cerâmicas de Tiradentes, estão a comitiva que representa suas raízes interioranas, caipiras e negras: as imagens de Nossa Senhora Aparecida, Iemanjá, Preto Velho e Lampião e Maria Bonita. “São presentes da minha mãe. Não tenho religião, mas ela segue várias. Diz que preciso me proteger e eu não nego”, conta rindo. Em uma parede, a fotografia do bisavô materno reforça os laços de Ste com sua ancestralidade.

Imagens de Nossa Senhora Aparecida, Iemanjá, Preto Velho e Lampião e Maria Bonita — Foto: Wesley Diego Emes
Imagens de Nossa Senhora Aparecida, Iemanjá, Preto Velho e Lampião e Maria Bonita — Foto: Wesley Diego Emes
Nas paredes do escritório, Stephanie tem obras de Maria Cau Levy e Next — Foto: Wesley Diego Emes
Nas paredes do escritório, Stephanie tem obras de Maria Cau Levy e Next — Foto: Wesley Diego Emes

No mais, a cada exposição de arte que a apresentadora visita, leva um livro da mostra de recordação. Nas paredes, prefere ilustrações. A mais recente é a obra Carolina Maria de Jesus da artista brasileira Fernanda Gomes dos Santos, que foi presente do seu namorado, o sociólogo Tulio Custódio, pelos 30 anos de Ste. Já a tapeçaria que ela carrega por todas as casas que mora foi encontrada em um bazar. “Achei num quintal, toda empoeirada, paguei apenas R$ 20, um achado. Um dia, quando postei no Instagram, a filha do Kennedy Bahia [artista plástico chileno] me mandou uma mensagem perguntando se era dele. Eu imaginava que sim, mas, como não tem assinatura e era comum tirar para enquadrar décadas atrás, não temos certeza. Mas ela falou que só pode ser, pelos traços”, diz.

A escritora Carolina Maria de Jesus em obra da artista Fernanda Gomes dos Santos — Foto: Wesley Diego Emes
A escritora Carolina Maria de Jesus em obra da artista Fernanda Gomes dos Santos — Foto: Wesley Diego Emes

Kennedy Bahia, que morreu em 2005 e morou em Salvador na maior parte da sua vida, ficou conhecido por suas tapeçarias coloridas que representavam toda beleza natural do povo baiano.

Da janela do imóvel, que ocupa toda a parede da sala de jantar, a vida passa como no interior. De sua poltrona, da marca Betron – o móvel mais caro de sua casa (cerca de R$ 30 mil), Stephanie espia o movimento da rua, dos vizinhos, fotografa de maneira amadora, lê, toma uma taça de vinho e é acompanhada por seu chow-chow preto Basquiat. “No interior, minha avó tinha duas cadeiras que a gente sempre colocava na calçada para ficar ali passando o tempo”, lembra.

Sentada em sua poltrona Breton, a arquiteta fotografa a rua com sua câmera analógica — Foto: Wesley Diego Emes
Sentada em sua poltrona Breton, a arquiteta fotografa a rua com sua câmera analógica — Foto: Wesley Diego Emes

O sofá verde da Abarca é de veludo e tudo ao redor “tem textura macia”. Da festa ao aconchego, Stephanie completa tudo com música. “Comprei um vinil da Solange [Knowles] antes mesmo de comprar uma vitrola, fiquei um tempo namorando a ideia de ter uma. Pesquisei, vi reviews até que escolhi”, lembra. O modelo escolhido por ela foi um da Audio-Technica. Ao lado, num cesto de palha, sua coleção de discos cresce.

Gilberto Gil é um dos vinis que mais tocam em sua vitrola; ao fundo a tapeçaria garimpada em um bazar que pode ser de Kennedy Bahia — Foto: Wesley Diego Emes
Gilberto Gil é um dos vinis que mais tocam em sua vitrola; ao fundo a tapeçaria garimpada em um bazar que pode ser de Kennedy Bahia — Foto: Wesley Diego Emes
Apaixonada por música, ela reúne seus discos preferidos em um cesto de vime — Foto: Wesley Diego Emes
Apaixonada por música, ela reúne seus discos preferidos em um cesto de vime — Foto: Wesley Diego Emes

Uma das sensações preferidas de Stephanie sobre seu lar é a impressão de estar em uma casa no interior. “Muito porque as árvores da rua estão perto de mim no 2º andar. Antes, morava em um andar alto e a vista era apenas de prédios, agora, vejo até passarinhos”, diz. As diversas plantas que tem em casa trazem essa percepção para ainda mais perto. No escritório está a sua preferida: uma jabuticabeira. No cômodo, a frutífera divide o espaço com uma grande estante de livros e sua mesa de trabalho. As obras dos artistas visuais Maria Cau Levy e Next colorem as paredes.

O corredor pintado de rosa é a verdadeira cereja do bolo no apartamento. Seus artesanatos dispostos em um armário sem porta criam uma espécie de exposição de todas as preciosidades das quais fez a curadoria. Arrematam as paredes uma rede de pesca de Nara Guichon e um quadro que traz todas as cores de sua casa feito por JB Lazzaroni, artista de Tiradentes. “Virou a minha paleta. É muito mais fácil chegar em uma loja e comprar tudo pronto, mas pensar em cada cantinho fala muito mais sobre a minha história e a da minha casa.”

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