A cada hora, seis crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil. Em 2023, o país teve quase 52 mil casos de violência sexual infantil. Menos de 10% desses casos são denunciados. Esses são alguns dos dados trazidos por famosas que se uniram a Marie Claire para ampliar o debate e lutar contra esse cenário neste 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A campanha #ExploraçaoSexualZero reuniu os nomes: Thayla Ayala, Angélica, Cleo, Viih Tube, Fefe, Bianca DellaFancy, Gabriela Loran, Luiza Brunet, Alice Wegmann, Jade Picon e Alexandra Gurgel. Elas citam dados divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023.
As artistas usam de sua visibilidade para alertar sobre o tema que, em alguns casos, elas sentiram na própria pele. Luiza Brunet, por exemplo, sofreu abuso sexual aos 13 anos, quando trabalhava como empregada doméstica no Rio de Janeiro. O autor do crime, que tinha em torno de 50 anos, era um vizinho da casa de sua patroa.
"Depois que comecei a falar, me senti mais leve porque é muito ruim guardar um fato como esse durante tanto tempo. Vejo que agora as meninas estão se encorajando [a denunciar o crime]", disse a ativista ao portal Universa, em 2020.
Também é o caso da atriz Alice Wegmann. Após finalizar as gravações da série Justiça 2, disponível no Globoplay, a artista fez um longo desabafo em suas redes sociais sobre ter sido vítima de abuso sexual na infância, assim como sua personagem, Carolina, que é abusada sexualmente pelo tio, vivido por Murilo Benício.
"A maioria esmagadora de nós já sofreu abusos, dentre eles estupros, assédios e outros tipos de violência. Eu já sofri. Contar essa história que a [autora] Manuela Dias botou no papel é contar a história de um Brasil real", escreveu Wegmann.
A 4ª edição do Guia de Referência: Construindo uma Cultura de Prevenção à Violência Sexual, desenvolvido pela Childhood, mostra que o recorte de gênero é um importante variável no abuso sexual: meninas negras, com idades entre 6 e 14 anos, são mais vulneráveis ao crime.
Estima-se que uma em cada três ou quatro meninas brasileiras é abusada e explorada sexualmente até os 18 anos. Da mesma forma, um entre seis e dez meninos sobre violência sexual nessa faixa etária. Assista a campanha #ExploraçaoSexualZero e denuncie:
#ExploraçaoSexualZero: Famosas fazem campanha contra a violência sexual de crianças e adol
Como denunciar abuso sexual infantil
Disque 100: o canal recebe denúncias anônimas de violações de direitos humanos;
Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher: o número de telefone recebe denúncias anônimas, inclusive de violências sexuais contra crianças e adolescentes. Também é possível denunciar pelo WhatsApp (61) 9610-0180;
Ligue 190 - Polícia Militar: deve ser acionada quando a criança ou adolescente corre risco imediato;
Ligue 192 - Samu: para quando há necessidade de socorro urgente;
Delegacias especializadas: é possível se dirigir a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Se não houver no seu município, é possível fazer boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia convencional;
Ministério Público;
Conselho tutelar: neste caso, os conselheiros vão até a residência verificar a ocorrência, e podem chegar com amparo policial e requerer abertura de inquérito;
Profissionais de saúde: em hospitais e postos de atendimento, médicos, psicólogos e enfermeiros são alguns profissionais que podem notificar suspeita de violência sexual compulsoriamente. Neste caso, a polícia e o Conselho Tutelar podem ser notificados.
Esse conteúdo foi oferecido em parceria com Vibra, em prol da campanha contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.