Comportamento
Por , redação Marie Claire — São Paulo (SP)


Barry Keoghan, Jeremy Allen White e Timotheé Chalamet são alguns astros elogiados como 'homens com cara de rato' — Foto: Getty Images
Barry Keoghan, Jeremy Allen White e Timotheé Chalamet são alguns astros elogiados como 'homens com cara de rato' — Foto: Getty Images

O que os atores Timothée Chalamet, Adam Driver e Barry Keoghan têm em comum? Além da profissão e de serem grandes nomes em atividade em Hollywood, os três fazem parte de uma nova definição de galã disseminada, sobretudo, entre a geração Z. Todos eles estão sendo chamados de “homens com cara de rato”. E acredite: isso é um elogio.

O frenesi já se estendeu para outros nomes em alta nos dias de hoje. Kieran Culkin, irmão de Macaulay e uma das estrelas de Succession, Jeremy Allen White, o Carmy de The Bear, e Glen Powell, uma das estrelas em ascensão da indústria, foram alguns dos enquadrados nesse novo padrão. No entanto, outros homens como Dustin Hoffman, Keith Richards e até mesmo Willem Dafoe podem estar incluídos nesta vasta gama da categoria meio homem, meio roedor.

Em inglês, essa categoria se chama “hot rodent man”, e deixou de ser um termo de nicho recentemente. Mais especificamente, essa tara tomou proporções inimagináveis após o lançamento do filme Rivais, do diretor italiano Luca Guadagnino.

Ao estrelarem em Rivais, Josh O’Connor e Mike Faist fizeram definição de "homem com cara de rato" explodir — Foto: Divulgação
Ao estrelarem em Rivais, Josh O’Connor e Mike Faist fizeram definição de "homem com cara de rato" explodir — Foto: Divulgação

A tensão sexual do enredo, a conotação queer e o mero fato de ser estrelado por Zendaya foram alguns pilares que pavimentaram o caminho para o hype do filme. Mas a relação entre os personagens de Josh O’Connor e Mike Faist também deixou várias bolhas da internet em polvorosa. “[Faist] é o Stuart Little se ele fosse humano e gostoso”, escreveu uma pessoa no Twitter, compartilhando fotos do ator.

O apaixonamento pelos “homens com cara de rato” vem deixado de ser um tópico somente para quem está cronicamente on-line, e desde o tabloide Daily Mail até o New York Times, referência mundial em jornalismo, dedicaram matérias a ele. Estamos diante do surgimento de um novo tipo de galã? E por quê os "homens com cara de rato" caíram nas graças das mulheres, sobretudo da geração Z?

O que faz de um homem um rato?

Um cobiçado “homem com cara de rato” reúne algumas particularidades. Geralmente são homens com rostos esbeltos e angulares, sorrisos pontudos e olhos que se destacam – seja por serem grandes, seja pelo olhar penetrante.

Por mais que sejam considerados “os esquisitos”, repare bem: os galãs roedores ainda estão inseridos dentro de um padrão de beleza hegemônico. Todos são brancos e magros, por exemplo. Mas se o compararmos com outros astros como Tom Cruise, Chris Evans ou Brad Pitt, por exemplo, é possível entender que há uma diferença. Esses homens não se equiparam aos “deuses gregos” que ainda são tão admirados. Eles são mais… reais.

A editora de estilo do New York Times, Stella Bugbee, acredita que parte do que explica o hype em cima dos “homens com cara de rato” está na saturação dos padrões de beleza e de sua manutenção por meio de filtros, procedimentos estéticos e face tuning.

"Se nos oferecem uma perfeição falsa, vamos ansiar por imperfeição humana", ela diz em uma mesa redonda com experts do jornal norte-americano. "Queremos ver a vulnerabilidade de um rosto assimétrico e que as pessoas pareçam reais. Nós perdemos o contato com isso."

Mas não é só de aparência que se sustenta um galã rato. Geralmente, são tidos como homens que buscam se afastar de um ideal de beleza e de comportamento pregado pela masculinidade tóxica. Esses homens se mostram autoconscientes, leais e sensíveis e não têm medo de expressar sentimentos com amor, admiração, timidez ou vulnerabilidades.

Em um artigo na Dazed, onde é editora, Serena Smith, especula que eles são a personificação do que é um homem visto pelo olhar das mulheres – o tal female gaze. “Eles são cativantes, engraçados, interessantes e sensíveis”, define.

Essa medição geralmente é feita pela maneira como esses homens se comportam nas redes sociais ou em tapetes vermelhos. Josh O’Connor cativou as pessoas ao expressar em diversas ocasiões seu amor pela animação Ratatouille (por ironia do destino), da Disney, ao fazer a divulgação de Rivais. Na mesma ocasião, Faist chegou a dizer que seria um palhaço de festa de criança se a carreira de ator não deslanchasse.

Na última semana, Barry Keoghan colocou fãs da namorada, a cantora Sabrina Carpenter, em polvorosa ao estrelar com ela no videoclipe de Please Please Please. “Fazer uma música que avisa seu namorado para não fazer merda e aí pedir para ele estrelar o videoclipe. Isso foi icônico”, diz um comentário do vídeo no YouTube.

Chalamet exala esse tipo pelo comportamento, mas também pela moda: ele não tem medo de se jogar em novas texturas, cortes e peças que podem não ser tidas como “roupa de homem”; enquanto Culkin é hilariante por suas interações hiper reais e piadas autodepreciativas.

"Acho que existe algo sobre eles não reproduzirem estereótipos masculinos que podem fazer com que mulheres se sintam seguras", opina Gina Cherelus, repórter de relacionamentos no New York Times. Parte da geração Z, sobretudo mulheres e pessoas queer, tem refletido de maneira mais proeminente as mudanças culturais e sociais, e é muito mais desapegada ao reforço dos papéis de gênero. Na realidade, buscam fugir dele.

Esses homens são celebrados também por recusarem a vestir a máscara da masculinidade. Isso os destaca positivamente, por mais que não devesse. São vistos como "diferentes dos demais".

Por mais peculiar que o termo pareça, ele certamente terá data de validade. A definição quase que esbarra em um conceito de meme, cuja vida útil vai da viralização seguida do sumiço repentino, a tal ponto que dá para se perguntar se aquele surto coletivo realmente existiu.

Mas não é de hoje que as bolhas formadas por mulheres e pessoas queer da internet vêm apelidando tipos de homem dessa maneira. Travis Kelce, jogador da NFL e namorado de Taylor Swift, e o ator Tom Holland se tornaram os homens Golden Retrievers, por serem brincalhões, carismáticos e muito leais a suas companheiras.

Há ainda os homens babygirl, como Jacob Elordi (que chegou a abraçar o apelido em sua participação no Saturday Night Live) e Pedro Pascal, homens cisgênero que demonstram ser mais sensíveis e fofos.

É quase como se a internet estivesse encontrando maneiras de mostrar que aquele determinado homem se destaca do que é encarado como “másculo” e, portanto, aceitável. Seguros, como definiu Cherelus.

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