Saúde

Por Redação Galileu

Um número recorde nos diagnósticos de síndrome do choque tóxico (STSS, da sigla em inglês) gerou um alerta entre as autoridades de saúde do Japão. Desde o início do ano, já são mais de mil casos confirmados da doença rara, que é causada por uma bactéria que se alimenta da carne humana e pode ser fatal.

A STSS é uma complicação de saúde gerada pela bactéria Streptococcus pyogenes, mais conhecida como “estreptococo do grupo A”. A bactéria é também responsável por doenças mais comuns, como a faringite estreptocócica, por exemplo. Porém, no caso da STSS, a infecção acontece no sangue e tecidos moles. O avanço da infecção faz surgir bolhas, úlceras e manchas escurecidas, e pode causar necrose da pele.

Como destacou o jornal britânico Independent, o risco de infecção acontece pela exposição de feridas abertas. Isso faz com que pessoas diabéticas ou imunossuprimidas, que costumam ter mais machucados pelo corpo, sejam mais suscetíveis à doença. Os casos também são mais comuns entre idosos a partir dos 65 anos.

Segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW), entre os principais sintomas da STSS estão dores e inchaços nos braços e nas pernas, além de febre e queda da pressão arterial. Nos casos mais graves, existe risco de necrose tecidual, piora do estado respiratório e falência múltipla dos órgãos.

A condição de saúde dos pacientes com a síndrome tende a piorar rapidamente, em poucas horas. A cada dez indivíduos diagnosticados, três provavelmente morrerão pela condição, segundo estimativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Atualmente, não existe nenhuma vacina aprovada que seja eficaz contra o causador da infecção. O tratamento é feito por meio de antibióticos e, em casos mais graves, é recomendada cirurgia de emergência para remover partes necrosadas.

Epidemia atual

Dados do MHLW apontam que, desde 2023, os casos da síndrome do choque tóxico e estavam em crescimento, alcançado 941 diagnósticos. Porém, apenas no primeiro semestre de 2024, os casos já superaram a média histórica dos últimos cinco anos e o próprio recorde do ano passado, atingindo a casa dos quatro dígitos.

O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão alertou que, em março, foram registradas 77 mortes pela STSS. A maioria dos casos naquela época eram de pessoas com mais de 50 anos, uma idade menor do que a faixa comum para a síndrome.

A razão para o aumento nas infecções estreptocócicas hemolíticas fulminantes ainda não é clara, indica o Ministério japonês. Mas a autoridade de saúde suspeita que isso possa ser reflexo do relaxamento das medidas contra o coronavírus, após a crise de Covid-19.

Ao jornal Washington Post, Andrew Steer, do Instituto Murdoch de Pesquisa Infantil, da Austrália, lembra que, durante a pandemia de Covid-19, as pessoas estavam se protegendo do coronavírus, mas também de outros agentes causadores de doenças. Com a menor exposição a vírus e outros patógenos, a resposta imunológica das pessoas foi diminuída ou ficou mais lenta.

“A síndrome do choque tóxico estreptocócico e infecção invasiva por estreptococo A existe há centenas de anos”, explica Steer. “Mas, embora seja uma infecção conhecida, a comunidade médica deve estar ciente de que o seu número de casos aumentou”.

Desta forma, para quem estiver planejando visitar o Japão no futuro próximo, não há necessidade de replanejar a rota devido ao surto de STSS. A recomendação do Ministério da Saúde é que, se viajar para o país, basta tomar medidas básicas de higiene pessoal contra doenças infecciosas. Isso inclui lavar bem as mãos e se atentar à manutenção de feridas abertas, que devem estar sempre limpas e protegidas.

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