Um teste clínico acompanhou por um ano 156 pacientes com Parkinson, que tomavam a medicação habitual contra a doença. A metade do grupo que usou o remédio contra diabetes tipo 2 chamado lixisenatida teve menos progressão de deficiência motora do que aqueles que ingeriram apenas um placebo.
Pesquisadores da Rede Francesa de Pesquisa Clínica para Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento em Toulouse e colegas divulgaram os resultados na quarta-feira (3) no periódico New England Journal of Medicine. Eles analisaram a progressão da rigidez da locomoção dos pacientes, um dos sintomas característicos da doença, que dificulta a caminhada, a fala e a mastigação.
Os pesquisadores fizeram um estudo de fase 2, dividindo em dois grupos aleatoriamente os 156 participantes, que haviam sido diagnosticados com Parkinson há menos de três anos, mas não apresentavam complicações motoras.
O primeiro grupo continuou a se tratar contra o Parkinson, mas recebeu uma injeção diária adicional de lixisenatida, enquanto o outro grupo tomou um placebo. Em seguida, todos os participantes realizaram um exame de seus sintomas motores, recebendo uma pontuação em uma escala de gravidade da doença.
Após um ano, quem usou a lixisenatida não tinha nenhuma progressão de problemas motores e os outros que tomavam o placebo mostraram piora dos sintomas, segundo o site britânico The Guardian.
Após o término do estudo, os cientistas concluíram que a droga contra diabetes não apenas reduz os sintomas motores, mas protege o cérebro contra a perda de neurônios. Entretanto, houve efeitos colaterais: 46% do grupo que recebeu esse medicamento relatou náuseas e 13% vômitos.
Agora os pesquisadores pretendem descobrir se a lixisenatida pode mesmo retardar o Parkinson e seus benefícios a longo prazo. “São necessários ensaios mais longos e maiores para determinar os efeitos e a segurança da lixisenatida em pessoas com doença de Parkinson”, escreveram os autores do estudo.