Homem é preso por se aproximar do gêiser "mais perigoso do mundo" nos EUA

Atitude ocorrida no Parque Nacional de Yellowstone poderia ter ameaçado a integridade física do próprio visitante, de funcionários e outras pessoas; além de preso, ele foi multado

Por Redação Galileu


Um homem pode ser visto no canto superior direito da foto caminhando em terreno termal no Steamboat Geyser, no Parque Nacional de Yellowstone. Quatro turistas observam por trás de uma cerca em um calçadão de madeira Divulgação/Parque Nacional de Yellowstone

Viktor Pyshniuk, de 21 anos, foi julgado culpado por crimes ambientais cometidos no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, após invadir uma área proibida e se aproximar do gêiser Steamboat. A sentença foi divulgada no último dia 13 de junho.

Steamboat é a fonte termal ativa mais alta existente. Suas erupções são erráticas e imprevisíveis, com jatos de água que podem atingir de 3 a 90 metros de altura. Até os carros deixados no estacionamento de Yellowstone ficam cobertos de escombros quando o gêiser expele.

Nos últimos quatro anos, os intervalos entre as erupções variaram de três a 89 dias. Nos anos recordes de 2019 e 2020, foram, ao todo, 96 explosões (48 em cada ano). Mesmo após expelir a água, Steamboat mantém uma fase de vapor quente que pode perdurar por dias e ser visto de longe. Por isso, também é considerado o “gêiser mais perigoso do mundo”, segundo o Serviço de Parques Nacionais dos EUA.

O incidente com o visitante ocorreu em 19 de abril deste ano. O homem foi fotografado por um funcionário de plantão atravessando a cerca no calçadão perto do gêiser e subindo a colina a cerca de 4,6 a 6,1 metros da formação. Além de ter colocado em risco a sua própria segurança, a atitude ainda poderia ter ameaçado a integridade física da equipe do parque, bem como a de outros visitantes.

Grande erupção, gêiser Steamboat, por volta de 1960 — Foto: Wikimedia Commons

Registros indicam que um policial do parque foi enviado para conversar com Pyshniuk, que afirmou ter saído da trilha permitida apenas para tirar fotos. O responsável apontou a existência das diversas placas afixadas na área que informam que é ilegal sair do calçadão, além da cerca de 1 metro ao redor do gêiser que impede o seu acesso.

Para além dos riscos imprevisíveis de erupção, também existe a possibilidade de haver uma camada de solo fraca na área mais próxima da fonte termal. Isso pode levar a quedas ou machucados mais graves no indivíduo e prejuízos à formação geológica.

“Invadir áreas termais fechadas de Yellowstone é perigoso e prejudica os recursos naturais”, disse o procurador em exercício dos Estados Unidos, Eric Heimann, em comunicado do Serviço de Parques Nacionais. “Em casos como este, em que temos fortes evidências de que uma pessoa ignorou deliberadamente as placas e entrou em uma área termal fechada, os promotores federais buscarão penalidades significativas, incluindo pena de prisão”.

Sentença

A sentença do homem foi proferida no início deste mês de junho e Pyshniuk foi condenado a uma semana de reclusão. Após sair da cadeia, ele estará em condição de liberdade não supervisionada por dois anos.

O condenado também deverá pagar uma multa de US$ 1.500 (cerca de R$ 8.124), mais US$ 30 (R$ 162) de taxa de processamento judicial obrigatória e US$ 20 de avaliação especial (R$ 108). Por fim, ainda está proibido de entrar em Yellowstone durante dois anos.

Segundo a juíza Stephanie Hambrick, responsável pelo caso, a sentença do homem foi pensada para penalizá-lo por seus atos, mas, também, servir como dissuasão a terceiros. A jurista teme que, inspirados pelas ações de Pyshniuk, outras pessoas tomem atitudes similares, desrespeitando as regras de segurança do espaço.

Este incidente está longe de ser a primeira vez que pessoas se desviaram ilegalmente do caminho em Yellowstone. Até mesmo celebridades, como, por exemplo, o ator Pierce Brosnan, que já viveu o personagem James Bond nas telonas, já foi flagrado ultrapassando os espaços delimitados para a circulação dentro do parque.

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