Maior infestação de formigas-de-fogo no Havaí tira sono da população

Autoridades alertam para onda de insetos invasores que têm se espalhado pela ilha Kaua’i e podem causar cegueira em pets e vergões que queimam e coçam em humanos

Por Redação Galileu


Formiga-de-fogo rainha e suas operárias (Wasmannia auropunctata) Hawaii Ant Lab

O Comitê de Espécies Invasoras de Kaua’i, no Havaí, alertou moradores locais para uma onda recorde de pequenas formigas-de-fogo (Wasmannia auropunctata). A infestação é a maior desde que a espécie invasora foi detectada pela primeira vez na ilha em 1999, segundo o site SFGate.

O alerta foi feito na mídia após a descoberta de milhões de pequenas formigas-de-fogo no Parque Estadual do Rio Wailua, localizado no leste de Kaua’i, a cerca de 10 km ao norte de Lihue.

As autoridades não encontraram outra infestação em Kaua’i até cerca de dois anos atrás na baía de Moloaa. Em publicação no Facebook, o comitê local recomenda que os residentes inspecionem seus quintais pelo menos uma vez por ano para prevenir o aumento de infestações.

Também estão sendo disponibilizados em bibliotecas públicas kits de teste para identificar as formigas da espécie, que geram picadas dolorosas. Elas geram danos à indústria agrícola, além de riscos à saúde de seres humanos e animais de estimação (os pets podem adquirir cegueira).

Existem muitas formigas diferentes conhecidas como formigas-de-fogo. A formiga-de-fogo tropical (Solenopsis geminata) está no Havaí há mais de cem anos, de acordo com a ONG Stop The Ant. A espécie foi documentada pela primeira vez na ilha na década de 1880 e está amplamente estabelecida.

Pequenas formigas-de-fogo alimentando-se de uma gota de melada excretada pelo inseto parasita cochonilha — Foto: Hawaii Ant Lab

Já a pequena formiga-de-fogo (Wasmannia auropunctata) é mais nova no Havaí, tendo sido detectada pela primeira vez em Puna em 1999. Seu comprimento corresponde à grossura de um centavo. A espécie nativa da América Central e do Sul vive em árvores, bem como no chão de florestas tropicais.

Uma única colônia consiste em várias rainhas. As operárias protegem as realezas e os machos estão notavelmente ausentes do dia a dia, sendo apenas produzidos sazonalmente para fins de reprodução. Após o acasalamento, seu propósito é servido e eles morrem.

Nova infestação "tira o sono" na ilha

A mais recente infestação começou em uma propriedade privada e agora se espalhou por um penhasco em um vale exuberante, perigosamente perto do rio Wailua, onde se suspeita que pequenas formigas-de-fogo "poderiam facilmente flutuar e criar várias colônias”, segundo conta Haylin Chock, especialisa do Comitê de Espécies Invasivas, ao SF Gate.

O grau de infestação varia conforme a localidade, incluindo no Havaí, Maui e Oahu, explica Heather Forester, do Hawaii Ant Lab, que descreve a onda atual como “a pior”. “Em áreas fortemente infestadas, as formigas podem realmente se mudar para as casas das pessoas”, ela afirma. “Temos muitos relatos delas picando pessoas enquanto elas dormem em suas camas”.

Quando as formigas-de-fogo rainhas emergem de seu casulo de pupa, elas têm asas. Depois que uma rainha acasalou e iniciou uma colônia, as asas caem — Foto: Hawaii Ant Lab

As mordidas das pequenas formigas podem causar vergões vermelhos e inchados que queimam e coçam, durando semanas. Eles também podem, ocasionalmente, gerar lesões dolorosas cheias de pus, de acordo com WebMD.

As picadas ocorrem com maior frequência no pescoço ou no torso das pessoas. Os indivíduos muitas vezes não percebem o que ocorreu, suspeitando apenas de reação alérgica a detergente ou erupção cutânea.

Entre as saídas para combater os insetos, está atraí-los com comida envenenada para que eles possam levar o alimento tóxico até sua colônia. Também são usados inseticidas em forma líquida ou granular, pulverizados ou borrifados em torno de áreas onde as formigas devem ser eliminadas.

Pequenas formigas-de-fogo alimentando-se de uma isca granulada de grãos de milho infundidos com óleo vegetal e uma toxina de ação lenta — Foto: Hawaii Ant Lab

Quanto à infestação no Parque Estadual do Rio Wailua, as autoridades continuam esperançosas de que chegaram a tempo de conter uma invasão generalizada para Kaua’i. "Nossa equipe é realmente boa no que faz. Vou dizer que estamos esperançosos de que não se espalhou tanto. Estou confiante de que podemos mantê-la contida", diz Chock.

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