Meio ambiente

Por Redação Galileu

Pela primeira vez, uma expedição científica encontrou um campo de fontes hidrotermais na Dorsal de Knipovich, que separa o Mar da Groenlândia do Mar da Noruega. O achado foi registrado em 3 de maio na revista Scientific Reports.

A expedição MSM109 ocorreu em julho de 2022. A iniciativa envolveu uma equipe internacional liderada pelo professor Gerhard Bohrmann do Centro de Ciências Ambientais Marinhas (MARUM) da Universidade de Bremen, na Noruega.

As fontes hidrotermais são infiltrações no fundo do mar de onde líquidos quentes escapam. A fonte inédita na Dorsal de Knipovich, localizada na costa do arquipélago de Svalbard, na Noruega, apresenta fluidos com temperaturas entre 8 e 316 °C, segundo indicaram amostras coletadas pelos cientistas.

Os pesquisadores descobriram ainda altas concentrações de metano, dióxido de carbono e amônio, bem como altas concentrações de determinados isótopos, sugerindo uma "forte interação entre magma e sedimentos da margem continental de Svalbard".

Imagens do novo campo de fontes hidrotermais — Foto: Gerhard Bohrmann et.al/Scientific Reports
Imagens do novo campo de fontes hidrotermais — Foto: Gerhard Bohrmann et.al/Scientific Reports

"A água penetra no fundo do oceano, onde é aquecida pelo magma. A água superaquecida então sobe de volta para o fundo do mar através de rachaduras e fissuras", explica Bohrmann, em comunicado.

Ao subir, o fluido é enriquecido em minerais e materiais dissolvidos das rochas da crosta oceânica, segundo o pesquisador. É frequente então o vazamento desses fluidos novamente no fundo do mar através de chaminés tubulares chamadas de black smokers, onde minerais ricos em metais são precipitados.

Para entenderem essa dinâmica, os cientistas usaram um veículo submersível controlado remotamente chamado MARUM-QUEST, que permitiu a coleta de amostras do novo campo hidrotérmico a profundidades de mais de 3 mil metros.

Impactos climáticos

O campo de fontes hidrotermais ganhou o nome de Jøtul (como é também chamado um gigante da mitologia nórdica). Existe uma quantidade de metano que escapa dele para a atmosfera, onde então atua como um gás de efeito estufa.

Em fontes hidrotermais, as emissões de metano indicam uma interação do magma com sedimentos. Uma grande proporção do metano é convertida em dióxido de carbono que contamina o oceano, contribuindo para a acidificação, mas também para um impacto no clima quando interage com a atmosfera.

“O Campo de Jøtul é uma descoberta de interesse científico não só devido à sua localização no oceano, mas também devido à sua importância climática, que foi revelada pela nossa detecção de concentrações muito elevadas de metano nas amostras de fluidos, entre outras coisas”, avalia Bohrmann.

Os pesquisadores planejam realizar outra expedição no campo hidrotérmico ainda este ano para amostrar áreas desconhecidas e depois compará-lo com outros poucos campos conhecidos na província ártica, como o Campo Aurora e o Castelo de Loki.

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