Meio ambiente

Por Redação Galileu

Em artigo publicado na edição de janeiro da revista Global and Planetary Change, cientistas descrevem a descoberta de um enorme cânion submarino. Localizado no mar Mediterrâneo, ele recebeu o nome de Eratóstenes e ocupa uma área de aproximadamente 10 km de largura e 500 metros de profundidade.

Estima-se que ele tenha sido formado entre 5,6 milhões e 6 milhões de anos atrás, quando se iniciou a crise de salinidade messiniana. Esse é um evento geológico do período Messiniano que envolveu todos os sistemas da Terra: a hidrosfera, a biosfera, a litosfera e a atmosfera. O episódio é considerado enigmático e disruptivo.

Na ocasião, devido ao movimento de placas tectônicas, a ligação entre o Atlântico e o mar Mediterrâneo foi fechada, isolando esse último do oceano. Como resultado, partes do Mediterrâneo secaram e houve uma grande deposição de sal no fundo do mar, conforme explica o portal Live Science.

Além do acúmulo de sal, a crise de salinidade messiniana deixou outra consequência relevante: a erosão da superfície, que está associada ao surgimento de profundos cânions no Mediterrâneo. Por muitas décadas, houve um debate sobre a formação desses cânions, pois não se sabe ao certo se eles teriam sido formados acima ou abaixo da superfície marinha.

Cânion Eratóstenes ocupa uma área de aproximadamente 10 km de largura e 500 metros de profundidade no mar Mediterrâneo — Foto: Reprodução/Geological Survey of Israel
Cânion Eratóstenes ocupa uma área de aproximadamente 10 km de largura e 500 metros de profundidade no mar Mediterrâneo — Foto: Reprodução/Geological Survey of Israel

O artigo sugere que ao menos parte da erosão ocorreu embaixo da água. Acredita-se que o cânion Eratóstenes tenha se formado de maneira subaquática no começo do Messiniano, pouco antes do acúmulo de sal, quando o nível do mar diminuiu e a salinidade aumentou, segundo informa o comunicado do Departamento de Pesquisa Geológica de Israel.

“Nós defendemos que o aumento da salinidade no início da crise e uma possível queda limitada do nível do mar teriam desencadeado correntes gravitacionais, desestabilizando a margem continental e escavando o fundo do mar onde quer que fosse íngreme o suficiente”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Tais correntes, puxadas para baixo com sal e sedimentos, teriam sido mais velozes do que o restante da água e, portanto, capazes de esculpir o leito do mar e formar um enorme cânion como o Eratóstenes.

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