Biologia

Por Redação Galileu

Um grupo de 15 pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) retornou ao mar em Florianópolis na quarta-feira (25) após passar por reabilitação devido a lesões, problemas de saúde e interações com equipamentos de pesca – incluindo um caso de um anzol que perfurou o olho de um deles.

A soltura ocorreu na Praia do Moçambique, em Santa Catarina, estado onde os pinguins foram inicialmente encontrados pela equipe de veterinários do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

O pinguim resgatado com um anzol cravado no olho foi encontrado no dia 20 de julho, na praia de Bombinhas, no litoral norte de Santa Catarina. A ave foi encaminhada diretamente para a base de estabilização de uma instituição parceira, onde o objeto perfurante foi removido.

A esquerda, o pinguim no momento do resgate, com o anzol no olho; a direita, o animal reabilitado — Foto: R3 Animal
A esquerda, o pinguim no momento do resgate, com o anzol no olho; a direita, o animal reabilitado — Foto: R3 Animal

Após um mês de cuidados, especialistas transferiram o pinguim para o centro de reabilitação da ONG R3 Animal. Contudo, o percurso foi longo até sua total recuperação.

Quando a lesão mostrava sinais de cicatrização, os veterinários notaram que a ave começou a apresentar irritações na área afetada. Assim, iniciaram um tratamento com colírio, que, para a felicidade da equipe, levou a uma melhora significativa, sem comprometer a visão do pinguim.

O animal voltou a se alimentar, ganhou peso e teve direito até a aulas de natação para recuperar seu condicionamento físico.

Conheça o Projeto de Monitoramento

A iniciativa, supervisionada pela Petrobras, encaminhou os animais para um centro de reabilitação da ONG R3 Animal, responsável pelo cuidado e reintegração de animais marinhos ao seu habitat. No total, o projeto já reabilitou e libertou 45 pinguins ao longo deste ano, soltos em três diferentes levas.

“É difícil ver o estado que eles chegam para a reabilitação”, relata Dariana Nesello, médica veterinária do PMP-BS/R3 Animal, em comunicado. "A maioria está muito afogado e com lesões, mas é muito gratificante ver que o nosso esforço deu certo: conseguimos formar um grupo saudável, que agora voltou para a natureza."

Por serem animais gregários, ou seja, de comportamento social, os pinguins devem ser reintroduzidos em grupos de pelo menos dez indivíduos. Após a soltura, eles retornam às suas colônias reprodutivas na Patagônia, Chile e nas Ilhas Malvinas.

Durante a temporada de reprodução, que ocorre de setembro a fevereiro, os pinguins-de-magalhães formam pares monogâmicos e assim se revezam na incubação dos ovos e nos cuidados com os filhotes. Já no inverno, eles migram para as águas mais quentes do Brasil, buscando escapar do frio e encontrar alimento — é durante essa jornada que muitos acabam se ferindo.

Em Florianópolis, 2.620 pinguins-de-magalhães foram registrados na temporada de migração de 2024 até 24 de setembro, tanto vivos quanto mortos. Deste total, apenas 151 (5,7%) estavam vivos no momento do resgate, com sinais de afogamento e exaustão.

Segundo os pesquisadores, a maioria dos animais encontrados nas praias são jovens que se perdem de seu bando em sua primeira migração. Por estarem completamente exaustos, desnutridos, hipotérmicos e, em alguns casos, feridos por ações humanas, eles acabam encalhando nas praias de Santa Catarina.

O momento da soltura — Foto: R3 Animal
O momento da soltura — Foto: R3 Animal

Caso você encontre um pinguim ferido, recomenda-se acionar as autoridades competentes para garantir que o animal seja levado a um centro de reabilitação e tratamento. Ao tentar qualquer abordagem, é crucial usar luvas de látex e máscara facial, além de evitar o contato do animal com gelo.

Animais debilitados geralmente sofrem de hipotermia. Por isso, se necessário movê-lo para um local seguro enquanto aguarda o resgate, é importante colocá-lo em um ambiente seco e aquecido, como uma caixa de papelão.

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