Biologia

Por Redação Galileu

Como espécie racional, é comum humanos estarem constantemente avaliando situações comportamentais e reações. Isso não ocorre somente em interações sociais: com frequência, tutores de cães interpretam o comportamento demonstrado por seus animais.

Ser capaz de saber se outra pessoa ou animal está feliz, prestes a ficar agressivo ou mesmo prestando atenção é importante. No entanto, mesmo pessoas treinadas, como cientistas comportamentais, às vezes têm dificuldade em definir e concordar sobre o contexto em que uma interação social ocorre.

Um novo artigo publicado no periódico Plos One nesta quarta-feira (7) revela que, embora os humanos sejam bons em avaliar as interações entre humanos, cães e macacos, quando o assunto é prever comportamentos agressivos em cães há uma falha.

A análise foi liderada pelo grupo de pesquisa DogStudies, do Instituto Max Planck de Geoantropologia e Desenvolvimento Humano, na Alemanha, juntamente com cientistas das Universidades de Friedrich Schiller e de Leipzig, no mesmo país.

Os especialistas contam no estudo que a investigação se baseou em como humanos avaliam as interações agressivas, lúdicas e neutras entre membros de três espécies: pessoas, cães e macacos. “Discutimos qual mecanismo os humanos utilizam para avaliar situações sociais e até que ponto essa habilidade também pode ser encontrada em outras espécies”, relatam os autores.

Avaliando o comportamento

“Apresentamos aos participantes alguns videoclipes curtos de interações da vida real das três espécies e pedimos que categorizassem o contexto da situação ou previssem o resultado da interação observada”, explicam os pesquisadores. Participaram do experimento 92 voluntários que assistiram a 27 vídeos, cada um mostrando uma interação não verbal.

Depois, os participantes foram divididos em dois grupos, um para categorizar as interações como lúdicas, neutras ou agressivas e o outro para prever o resultado de cada uma delas. Na avaliação de situações sociais em humanos, cães e macacos, os participantes tiveram um ótimo desempenho e previram resultados precisos entre 50% e 80% das interações.

Mas a precisão com que os participantes avaliaram e categorizaram as situações dependeu tanto da espécie quanto do contexto. Ao contrário das hipóteses dos pesquisadores, os voluntários não foram melhores em avaliar as interações humanas do que as de outras espécies.

Além disso, eles tiveram um desempenho especialmente ruim com interações agressivas tanto em cães quanto em humanos. O resultado levantou um alerta, já que determinar até que ponto a interação é lúdica ou agressiva é menos perigoso do que prever se os cães vão ou não atacar e ferir um ao outro nos próximos segundos.

“É possível que estejamos mais inclinados a presumir boas intenções de outros humanos e dos cachorros. Talvez esse viés nos impeça de reconhecer situações agressivas nessas espécies”, diz Theresa Epperlein, principal autora do estudo, em comunicado.

A pesquisa levanta a questão de como exatamente formamos nossas avaliações e se nossas habilidades podem melhorar com o treinamento, embora pesquisas anteriores tenham mostrado que a experiência nem sempre leva a melhores resultados. Estudos mais detalhados são necessárias para determinar essas situações.

“Nossos resultados ressaltam o fato de que as interações sociais podem muitas vezes ser ambíguas e sugerem que prever resultados com precisão pode ser mais vantajoso do que categorizar contextos emocionais”, finaliza Juliane Bräuer, pesquisadora do DogStudies e coautora do estudo.

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