• Marília Marasciulo
Atualizado em
Aprenda a redigir um currículo à prova de robôs (Foto: Pixabay)

Aprenda a redigir um currículo à prova de robôs (Foto: Pixabay)

Foi-se o tempo em que para conseguir um emprego o candidato tinha que ir pessoalmente de empresa em empresa para entregar currículos ou enviá-los por correio. Com LinkedIn, e-mail e tantas outras plataformas de busca por trabalho, ficou muito mais fácil espalhar uma candidatura aos quatro ventos.

Mas ficou mais fácil para todo mundo e, para fazer a triagem da avalanche de currículos que recebem, as empresas têm recorrido a bots. A lógica é usar inteligência artificial e algoritmos para escanear um currículo em busca de indícios de que o candidato será ótimo (ou não) para uma determinada vaga.

A causa, de certo modo, é nobre. Além de economizar tempo dos recrutadores, uma das expectativas é de que os robôs eliminem preconceitos e o viés humano que pode excluir mulheres e minorias. Se vai funcionar ou não, são outros quinhentos — há quem critique e diga que o software só vai replicar preconceitos já enraizados.

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Fato é que não tem muito como escapar: os bots serão os primeiros a olhar para o seu currículo a partir de agora. Segundo a startup Jobscan, que ajuda candidatos a melhorar seus currículos para "hackearem as máquinas", esse modo de seleção já acontece em 98% das empresas da lista Fortune 500, que reúne as 500 maiores corporações do mundo. O que fazer, então, para cair nas graças dos bots? Confira quatro dicas:

Escolha um formato amigável
Gráficos, imagens e fontes diferentes podem até ser bonitos para humanos, mas podem dificultar a vida de bots. Ao menos no primeiro momento, opte por escolhas simples e um design limpo, com fácil leitura.

Aposte nas palavras-chaves corretas
A maioria dos robôs escaneia o currículo atrás de palavras que indiquem que o candidato é bom para o cargo — elas, em geral, são as mesmas ou variações daquelas usadas nos requisitos da vaga. Tenha certeza de que elas estão presentes no seu currículo, seja no título do cargo ou na descrição de funções anteriores.

Atenção a grandes períodos sem nenhum emprego
Alguns bots são programados para rejeitar currículos que apresentam longos períodos de tempo sem atividade. É melhor especificar o motivo da pausa, como se fosse um emprego mesmo, ou incluir outras atividades de meio período.

Encontra portas alternativas
Eventualmente, você terá que conquistar uma pessoa na vida real para conseguir o trabalho. Por isso, em um mundo cada vez mais competitivo, conhecer gente é fundamental. Na hora de driblar os bots, elas também podem ajudar: o bom e velho quem indica, segunda estudos, aumenta a probabilidade de ser contratado em até dez vezes.

Se você conhece alguém que pode colocar o seu currículo nas mãos certas, fugindo dos bots por completo, não hesite em apostar nisso. De certa forma, é quase como ir de porta em porta nas empresas, o que prova que, às vezes, nada supera modelos analógicos.

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