• Redação Galileu
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Cirurgia (Foto: Pixabay)

Médicos dos Estados Unidos e da Bélgica trabalharam durante 3 anos em colaboração com os britânicos (Foto: Pixabay)

Pela primeira vez no Reino Unido, bebês foram operados antes mesmo de nascerem. Ambos os fetos sofriam de espinha bífida, uma malformação congênita que afeta a medula espinhal da criança, já que os ossos não se desenvolvem completamente, o que acaba prejudicando o seu desenvolvimento. Além disso, a doença pode causar uma exposição do sistema nervoso central durante os meses de gestação, gerando complicações de saúde para o bebê.

Geralmente, a espinha bífida é operada após o parto, mas quanto antes é feita a cirurgia, melhores são os resultados de recuperação.

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As duas cirurgias contaram com uma equipe de 30 especialistas do University College Hospital de Londres, cada uma com duração de cerca de 1 hora e meia. O procedimento é arriscado e pode resultar no nascimento prematuro da criança. “Nós damos algumas medicações para as mães poderem relaxar, mas ainda assim é um risco”, contou à BBC, a professora Anne David da University College London (UCL), que também trabalhou para que esse tipo de cirurgia fosse legalizada no Reino Unido.

Apesar do risco, os cientistas e cirurgiões que participaram da operação anunciaram que tanto as mães quanto os bebês se recuperam bem.

O chefe de cirurgias fetais do hospital universitário de Londres, Jean Deprest, explicou, em um comunicado, que para operar os bebês que ainda nem nasceram, é preciso abrir o útero, expor a espinha bífida com muita cautela para não prejudicar o bebê, operar a malformação congênita e fechar o útero para que o bebê possa passar pelo resto da gestação de maneira segura. “Operar a espinha bífida ainda no útero é uma alternativa a cirurgia pós-parto e tem mostrado bons resultados a curto e médio prazo”, escreveu Deprest.

Segundo a fundação charity Shine, mais de 200 crianças por ano nascem com a espinha bífida. Os Estados Unidos estão a frente quando se trata da doença. O país foi o primeiro a implementar esse tipo de cirurgia, mas desde então, essas operações também são realizadas na Bélgica e na Suíça.

Para que essa primeira cirurgia fetal ocorresse pela primeira vez em solo britânico, cirurgiões americanos e belgos colaboraram durante três anos com médicos do Reino Unido. Mas só foi possível realizá-la graças ao fundo de doações da Great Ormond Street Hospital Children’s Charity e da UCLH Charity que arrecadou 450 mil libras. “Esses fundos são vitais e já promoveram o treinamento de toda a equipe cirúrgica envolvida e irá bancar os custos das operações dos 10 primeiros pacientes”, afirmou ao portal IFLScience, Donald Peebles, diretor clínico do centro de saúde da mulher da UCLH.

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