• Redação Galileu
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Imagem de Netuno capturada pela câmera Near-Infrared Camera (NIRCam) do James Webb em 12 de julho de 2022  (Foto: NASA, ESA, CSA, and STScI)

Imagem de Netuno capturada pela câmera Near-Infrared Camera (NIRCam) do James Webb em 12 de julho de 2022 (Foto: NASA, ESA, CSA, and STScI)

O Telecópio Espacial James Webb, conhecido como o observatório mais avançado do mundo, conseguiu fotografar Netuno com detalhes totalmente novos. Os anéis do gigante de gelo foram registrados da forma mais nítida em mais de 30 anos.






As imagens do planeta foram compartilhadas nesta quarta-feira (21), em comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA). A última vez que os anéis de Netuno foram vistos foi no sobrevoo da espaçonave Voyager 2, em 1989, que fez registros menos nítidos. Alguns desses anéis nunca tinham sido flagrados, sendo revelados pela primeira vez por Webb.

Trinta vezes mais distante do Sol do que a Terra, Netuno orbita em uma das áreas mais escuras do Sistema Solar. Na distância em que ele está, a estrela é tão pequena e fraca que o meio-dia no planeta de gelo é semelhante a um crepúsculo na Terra.

Mesmo com essa escuridão, a qualidade descrita como "extremamente estável e precisa" de James Webb enxergou as faixas de poeira mais fracas do planeta muito perto dele. As imagens foram feitas com a câmera de infravermelho próximo (NIRCam) do telescópio, que capta objetos na faixa de 0,6 a 5 mícrons, fazendo com que Netuno não pareça azul.

O gás metano é tão absorvente que o planeta é bastante escuro nos comprimentos de onda do aparelho, exceto onde há nuvens de alta altitude. Essas formações de metano congelado surgem como listras e manchas brilhantes, que refletem a luz solar antes dela ser absorvida pelo gás.

Punhado de centenas de galáxias de fundo, variando em tamanho e forma, ao lado do sistema de Netuno. Imagem feita pela Near-Infrared Camera (NIRCam) de Webb (Foto: NASA, ESA, CSA e STScI)

Punhado de centenas de galáxias de fundo, variando em tamanho e forma, ao lado do sistema de Netuno. Imagem feita pela Near-Infrared Camera (NIRCam) de Webb (Foto: NASA, ESA, CSA e STScI)

Uma linha fina de brilho no equador de Netuno pode ser sinal da circulação atmosférica que alimenta ventos e tempestades. A atmosfera desce e aquece na região equatorial, brilhando em comprimentos de onda infravermelhos mais do que os gases circundantes, que são mais frios.

O polo norte do planeta não pode ser visto devido a sua órbita de 164 anos, mas as imagens de Webb revelam um brilho intrigante nessa área. Já no polo sul, pela primeira vez, os registros captaram nuvens ao redor de um vórtice já conhecido na região.

Luas visíveis de Netuno em imagem da Near-Infrared Camera (NIRCam) do Telescópio James Webb. Tritão é o ponto de luz brilhante no canto superior esquerdo desta imagem  (Foto:  NASA, ESA, CSA, and STScI)

Luas visíveis de Netuno em imagem da Near-Infrared Camera (NIRCam) do Telescópio James Webb. Tritão é o ponto de luz brilhante no canto superior esquerdo desta imagem (Foto: NASA, ESA, CSA, and STScI)

O telescópio também registrou sete das 14 luas conhecidas de Netuno, sendo Tritão a que aparece como o ponto mais brilhante. Esse satélite, coberto por um brilho congelado de nitrogênio condensado, reflete em média 70% da luz solar, superando o próprio Netuno, que tem a atmosfera escurecida pela absorção de metano.

Como Tritão orbita o gigante de gelo de modo retrógrado, os astrônomos especulam que a lua era um objeto do Cinturão de Kuiper que foi capturado gravitacionalmente por Netuno. Estudos adicionais de Webb acerca do satélite e seu planeta estão previstos para 2023.