• Redação Galileu
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Imagem simulada utilizando cores para representar os anéis de Saturno  (Foto: NASA / JPL)

Imagem simulada utilizando cores para representar os anéis de Saturno (Foto: NASA / JPL)

Muito famosos no nosso Sistema Solar, os anéis de Saturno teria surgido devido a uma lua que se perdeu há 160 milhões de anos. O curioso sumiço do satélite interrompeu uma intensa atração que o astro sofria de Netuno, conforme revela pesquisa publicada nesta quinta-feira (15) na revista Science.






A princípio, os pesquisadores queriam identificar o momento de inércia de Saturno usando observações da sonda Cassini-Huygens, da Nasa. Mais precisamente, eles analisaram quando a nave ficou extremamente próxima do planeta para mapear o campo gravitacional em torno dele, o que permitiria determinar sua distribuição de massa.

Os astrônomos acreditavam que descobrir a inércia saturniana poderia ajudá-los a explicar se Titã, maior satélite de Saturno, inclinava o astro em ressonância com Netuno. Mas observações da Cassini-Huygens, cujas operações duraram de 2004 a 2017, apontaram que essa enorme lua estava se afastabdi mais rápido do que o esperado: a cerca de 11 centímetros por ano.

Então, na verdade, a lua por trás da atração misteriosa entre os planetas era Chrysalis. Os astrônomos averiguaram isso fazendo uma modelagem no interior de Saturno e identificando sua distribuição de massa. Eles concluíram que o momento de inércia detectado colocou o planeta perto, mas fora da ressonância com Netuno. Ou seja, os planetas só estavam em sincronia no passado.

Chrysalis orbitou Saturno por vários bilhões de anos, puxando-o de uma maneira que manteve sua inclinação em relação a Netuno. Mas, cerca de 160 milhões de anos atrás, a lua tornou-se instável e chegou tão perto de seu planeta que se despedaçou. Fragmentos dela podem ter permanecido em órbita, eventualmente quebrando-se em pequenos pedaços de gelo para formar os anéis do planeta.






A perda da lua saturniana, portanto, explica a inclinação atual do astro e a formação tardia de seus anéis, que anteriormente estimava-se terem cerca de 100 milhões de anos – muito mais jovens que o próprio Saturno.

Para Jack Wisdom, professor de ciências planetárias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e principal autor do estudo, a história sobre a formação dos anéis "é muito boa”, porém ele avalia que o resultado, como qualquer outro, terá que ser examinado por outros estudiosos.