• Redação Galileu
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Nova espécie de inseto Calliarcys antiquus em pedaço de âmbar  (Foto: Roman J. Godunko et.al )

Nova espécie de inseto Calliarcys antiquus em pedaço de âmbar (Foto: Roman J. Godunko et.al )

Uma nova espécie de inseto, chamada de Calliarcys antiquus, foi encontrada fossilizada em âmbar do Báltico pelo especialista Arnold Staniczek, do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha. A descrição da criatura foi publicada em 8 de setembro na revista Scientific Reports.






Com entre 35 e 47 milhões de anos, o âmbar permitiu conservar o inseto, avaliado por imagens de microtomografia pelo professor Javier Alba-Tercedor, da Universidade de Granada (UGR), na Espanha.

“A conservação dos espécimes aprisionados no âmbar é muitas vezes excelente, e a transparência do material que os envolve permite que sejam estudados, ao microscópio, com grande detalhe”, ele explica, em comunicado.

Inseto preservado em âmbar  com idade estimada entre 35 e 47 milhões de anos (Foto: Roman J. Godunko et.al )

Inseto preservado em âmbar com idade estimada entre 35 e 47 milhões de anos (Foto: Roman J. Godunko et.al )

Em casos como esse, segundo o especialista, o nível de transparência do inseto não é bom porque as áreas de opacidade que se formam impedem enxergar determinados detalhes. Então foi usada a microtomografia de raios X para produzir uma imagem 3D do antigo artrópode. 

O procedimento consiste em uma fonte de raios X iluminando o objeto e um detector plano desses raios capturando imagens de projeção ampliadas. Usando um software de computador, a radiação derivada da amostra é transformada em seções transversais, convertidas em imagens 3D usando programas de reconstrução volumétrica.

A microtomografia (Micro-CT) usa o mesmo método da tomografia computadorizada (TC) na medicina, mas em menor escala, e com resolução muito maior. Enquanto a CT fornece uma resolução medida em milímetros, na micro-CT são alcançadas resoluções em torno de 0,5 micrômetros (1 micrômetro equivale a 0,001 milímetros).

Quando Staniczek observou o inseto do Báltico, ele era completamente transparente, mas o próprio fóssil tinha partes translúcidas essenciais para caracterizar o espécime, tal como o final do abdômen, onde se localiza o aparelho reprodutor masculino.






A partir da microtomografia, Alba-Tercedor reconstruiu todo o inseto, incluindo aquelas áreas impossíveis de observar devido à opacidade do âmbar. O ser foi comparado com outras espécies existentes do gênero Calliarcys. Em colaboração com especialistas poloneses da Universidade de Łódz, a equipe finalizou o estudo fazendo essa comparação com uma análise de DNA.

“Em suma, tudo começou com a descoberta de um belo inseto preservado em âmbar, que atraiu a atenção dos olhos especialistas de um cientista, que precisou da colaboração entusiástica e trabalho de detecção de outros cinco pesquisadores de centros de pesquisa em quatro países”, resume Alba-Tercedor.