Nicole Gomes

Por Nicole Gomes

Colunista | Arquiteta especialista em iluminação residencial e corporativa

O forro de gesso se tornou um dos elementos decorativos mais comum no meio da arquitetura e decoração. Cerca de 96% dos projetos luminotécnicos que faço têm esse tipo de forro no teto.

Apesar de muito popular atualmente, este modelo só começou a tomar conta dos projetos do Brasil entre 1970 e 1980, devido a sua versatilidade para revestir e esconder imperfeições. Além disso, o forro de gesso é frequentemente usado em trabalho de iluminação devido a sua flexibilidade de ampliar os pontos de luz do ambiente.

Entretanto, é crucial planejar a disposição das luminárias no forro. Infelizmente, algumas pessoas costumam distribuir os pontos de luz de forma aleatória, transformando o forro de gesso em um verdadeiro céu estrelado.

Não os culpo por isso, afinal, a maioria das universidades e dos cursos voltados para a área de arquitetura e interiores não tem em sua grade curricular matérias que envolvam iluminação. Quando tem, é algo superficial, que contempla, em sua maioria, a parte elétrica, ao invés de conceito, efeitos de luz, lâmpadas e luminárias.

Antes mesmo de distribuir os pontos de iluminação no forro de gesso, precisamos alinhar as expectativas do cliente com o uso do espaço. Após este passo, é necessário escolher os efeitos que serão usados e as luminárias. “Nic, devo usar somente luminárias embutidas?” Não! No mundo da iluminação não existe regras, você pode criar conforme a necessidade e sua criatividade.

A iluminação em forro de gesso é uma opção versátil, e seguir as quatro dicas práticas abaixo – distribuição equilibrada, luminárias adequadas e eficiência energética – garantirá um projeto luminotécnico eficaz e harmonioso.

É importante ter um planejamento cuidadoso do layout de iluminação antes da instalação, considerando as funções de cada área e as atividades realizadas nelas para garantir uma iluminação equilibrada e aconchegante no espaço. Projeto AS arquiteturas — Foto: Rafael Renzo / Divulgação
É importante ter um planejamento cuidadoso do layout de iluminação antes da instalação, considerando as funções de cada área e as atividades realizadas nelas para garantir uma iluminação equilibrada e aconchegante no espaço. Projeto AS arquiteturas — Foto: Rafael Renzo / Divulgação

1. Distribuição equilibrada

Quem nunca começou a criar um projeto de iluminação em forro de gesso, distribuindo os pontos de luz onde teoricamente precisamos? Não que isso esteja 100% errado, mas, como disse anteriormente, precisamos alinhar as expectativas, necessidades dos moradores e funções do espaço. Desta maneira, garantimos uma iluminação equilibrada e aconchegante no espaço.

Antes de começar a instalação, faça um planejamento cuidadoso do layout de onde ficará cada luminária, considerando a função de cada área e as atividades que serão realizadas nelas.

Lembre-se de usar diferentes tipos de iluminação para atender às diversas necessidades do espaço. Isso pode incluir iluminação geral, focal e de destaque.

2. Luminárias adequadas

A escolha das luminárias para o forro de gesso varia conforme o estilo do ambiente, as necessidades de iluminação e preferências estéticas. Luminárias embutidas são comuns, assim como sancas iluminadas e luminárias direcionáveis. Projeto AS arquiteturas — Foto: Rafael Renzo / Divulgação
A escolha das luminárias para o forro de gesso varia conforme o estilo do ambiente, as necessidades de iluminação e preferências estéticas. Luminárias embutidas são comuns, assim como sancas iluminadas e luminárias direcionáveis. Projeto AS arquiteturas — Foto: Rafael Renzo / Divulgação

A escolha das luminárias para forro de gesso depende do estilo do ambiente, das necessidades de iluminação específicas e preferências estéticas. Normalmente, para forro, é utilizado luminárias embutidas, instaladas diretamente no gesso, proporcionando uma aparência limpa e moderna, sendo elas no frame ou com abas.

Sancas iluminadas também são muito aplicadas, pois podem ser integradas com fitas de LED, criando uma iluminação indireta, que destaca o contorno do teto. Isso adiciona um toque de elegância ao ambiente.

A escolha de luminárias embutidas direcionáveis também é relevante. Essas peças possibilitam ajustar a direção da luz, destacando elementos específicos na decoração ou criando pontos de destaque em determinadas áreas do ambiente.

Entretanto, gostaria de chamar a atenção para as luminárias de sobrepor e pendentes, que também são uma ótima opção para iluminação de forro de gesso. Afinal, quem disse que só temos que usar luz de embutir? Tudo tem que ir ao encontro do layout do projeto de arquitetura e interiores.

É importante considerar o layout do espaço, a altura do teto, as cores das paredes e a finalidade de cada área ao escolher as luminárias. Além disso, é importante garantir que as peças escolhidas atendam aos requisitos de iluminação necessários para o conforto visual e a funcionalidade do ambiente.

3. Use e abuse de outras luminárias

Alternativas como abajures, arandelas e luminárias de piso podem trazer uma dimensão mais interessante à iluminação do espaço. Ao diversificar as fontes de luz, é possível criar uma atmosfera mais dinâmica e interessante. Projeto do Estudio Flou — Foto: Rafael Renzo / Divulgação
Alternativas como abajures, arandelas e luminárias de piso podem trazer uma dimensão mais interessante à iluminação do espaço. Ao diversificar as fontes de luz, é possível criar uma atmosfera mais dinâmica e interessante. Projeto do Estudio Flou — Foto: Rafael Renzo / Divulgação

Ter um forro de gesso em um ambiente oferece a possibilidade de explorar diversas opções de iluminação, indo além da tradicional luz vinda do teto. É importante compreender que a presença do forro não limita a fonte de luz apenas ao teto, e explorar alternativas como abajures, arandelas e luminárias de piso pode trazer uma dimensão mais interessante à iluminação do espaço.

Ao diversificar as fontes de luz, é possível criar uma atmosfera mais dinâmica e interessante no cômodo. A combinação de diferentes tipos de luminárias permite ajustar a intensidade e o foco da iluminação conforme a necessidade, seja para atividades mais concentradas, momentos de relaxamento, seja para realçar elementos decorativos específicos.

4. Fique atenta aos detalhes

Independente de qual seja o forro, é necessário considerar a eficiência energética ao escolher as lâmpadas e luminárias. Optar por tecnologias LED, por exemplo, não só reduz o consumo de energia, mas também proporciona uma vida útil mais longa, diminuindo a necessidade de substituições frequentes.

Além disso, escolha lâmpadas com temperatura de cor adequada ao ambiente desejado. Peças mais quentes, com tonalidades amareladas, são ideais para áreas de descanso, enquanto as mais frias são indicadas para locais de trabalho, como cozinhas e escritórios.

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