Título da Entrevista 2

Maior cientista marinha da atualidade dá lições importantes em livro sobre oceano, mas apoia políticas questionáveis do governo brasileiro

24abr2018 - 13h29 | Edição #13 jul.2018

Vivemos, à beira-mar, num verdadeiro deserto de letras quando o assunto é oceano. Por isso, é oportuna o lançamento da edição brasileira de A Terra é azul, livro da bióloga marinha Sylvia Earle, publicado em 2009 pela National Geographic Society.

Sylvia Earle só dispensa apresentações para os poucos letrados que se dedicam a evitar o iminente colapso da etnobiodiversidade nos mais de 3,5 milhões de quilômetros quadrados do Atlântico sob soberania econômica exclusiva do Brasil. Para os demais, é importante ressaltar que não se trata de uma autora ordinária escrevendo sobre um tema extraordinário. Sylvia é uma cientista marinha pioneira, certamente a mais influente do planeta.

Sua carreira como ficóloga, ou estudiosa das algas, ganhou impulso meteórico a partir da década de 70, quando liderou uma equipe 100% feminina em um ambicioso projetoderesidênciasubmarina? No auge da corrida espacial,a General Electric e o governo dos Estados Unidos estavam interessados em testar equipamentos e avaliar como seria a vida em confinamento, sob ambientes extremos. Para isso, construíram uma ?estação espacial? submarina nas Ilhas Virgens.

O oceano é o espaço sideral no quintal de casa: desconhecido, extremo, irrespirável. Com sua dupla paixão pela ciência e pela tecnologia de exploração submarina, compartilhada com o ex-marido e a filha, Sylvia rompeu inúmeras barreiras no universo masculino da ciência, da engenharia, do empreendedorismo e da política. Desceu sozinha, em um traje blindado, a quatrocentos metros de profundidade, participou da concepção e dos testes de submersíveis tripulados abaixo dos mil metros, fundou empresas, criou e integrou diversas ongs ambientalistas e foi estrela da revista Time, das conferências ted e da Netflix.

Sua carreira como ficóloga, ou estudiosa das algas, ganhou impulso meteórico a partir da década de 70, quando liderou uma equipe 100% feminina em um ambicioso projeto de residência submarina? Também atuou como cientista-chefe da agência norte-americana do clima e oceano, a poderosa nooa (National Oceanic and Atmospheric Administration), no governo de Bush-pai ? a despeito de ser uma crítica feroz dos impactos da indústria do petróleo. Por tudo isso, ao imergir no ?mundo azul? de Sylvia constatamos que ele está para o oceano assim como ?o mundo redondo? de Pelé está para o futebol ? ou seja, nem sempre as coisas são tão azuis nem tão redondas quanto esses craques gostam de pintar.

Sua carreira como ficóloga, ou estudiosa das algas, ganhou impulso meteórico a partir da década de 70, quando liderou uma equipe 100% feminina em um ambicioso projeto de residência submarina? No auge da corrida espacial, a General Electric e o governo dos Estados Unidos estavam interessados em testar equipamentos e avaliar como seria a vida em confinamento, sob ambientes extremos. Para isso, construíram uma ?estação espacial? submarina nas Ilhas Virgens.

O oceano é o espaço sideral no quintal de casa: desconhecido, extremo, irrespirável. Com sua dupla paixão pela ciência e pela tecnologia de exploração submarina, compartilhada com o ex-marido e a filha, Sylvia rompeu inúmeras barreiras no universo masculino da ciência, da engenharia, do empreendedorismo e da política. Desceu sozinha, em um traje blindado, a quatrocentos metros de profundidade, participou da concepção e dos testes de submersíveis tripulados abaixo dos mil metros, fundou empresas, criou e integrou diversas ongs ambientalistas e foi estrela da revista Time, das conferências ted e da Netflix.

Sua carreira como ficóloga, ou estudiosa das algas, ganhou impulso meteórico a partir da década de 70, quando liderou uma equipe 100% feminina em um ambicioso projeto de residência submarina? Também atuou como cientista-chefe da agência norte-americana do clima e oceano, a poderosa nooa (National Oceanic and Atmospheric Administration), no governo de Bush-pai ? a despeito de ser uma crítica feroz dos impactos da indústria do petróleo. Por tudo isso, ao imergir no ?mundo azul? de Sylvia constatamos que ele está para o oceano assim como ?o mundo redondo? de Pelé está para o futebol ? ou seja, nem sempre as coisas são tão azuis nem tão redondas quanto esses craques gostam de pintar.

Sua carreira como ficóloga, ou estudiosa das algas, ganhou impulso meteórico a partir da década de 70, quando liderou uma equipe 100% feminina em um ambicioso projeto de residência submarina? No auge da corrida espacial, a General Electric e o governo dos Estados Unidos estavam interessados em testar equipamentos e avaliar como seria a vida em confinamento, sob ambientes extremos. Para isso, construíram uma ?estação espacial? submarina nas Ilhas Virgens.

Quem escreveu esse texto

Rodrigo Leão de Moura

Professor da UFRJ, é coautor de Alcatrazes (Cultura Sub).

Matéria publicada na edição impressa #13 jul.2018 em junho de 2018.