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Curso de Fotografia/Aula 01

Fonte: Wikiversidade

Enquadramento: A Orquestração Visual da Narrativa Fotográfica

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O enquadramento, essa moldura invisível que delimita o palco da imagem, é muito mais do que um simples limite. Ele é a janela através da qual o fotógrafo convida o observador a mergulhar em seu universo visual, a experimentar a sua narrativa e a sentir o impacto da sua mensagem. Dominar a arte do enquadramento é essencial para criar fotografias que cativem, emocionem e transcendam o efêmero.

Neste guia abrangente, exploraremos os múltiplos aspectos do enquadramento, desde os formatos clássicos e suas nuances até as tendências contemporâneas que moldam a fotografia na era digital. Abordaremos a influência do meio de publicação, as ferramentas de edição, o uso estratégico do espaço negativo e os recursos visuais que transformam o enquadramento em um poderoso instrumento de comunicação.

Formatos e Proporções: A Sinfonia Visual da Composição

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O formato do enquadramento, definido pela proporção entre seus lados, é o primeiro elemento a impactar o observador, influenciando a percepção da imagem e o direcionamento do olhar. Cada formato possui uma linguagem visual própria, evocando diferentes sensações e guiando a leitura da fotografia de maneira singular.

A Influência do Formato na Percepção da Imagem

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O formato do enquadramento não é apenas uma questão estética, mas um elemento que impacta diretamente a percepção da imagem e a experiência do observador. A escolha do formato influencia:

Sensação de Espaço: Formatos horizontais, como o 3:2, transmitem amplitude e movimento, enquanto formatos verticais, como o 4:3, evocam altura e imponência. O formato quadrado (1:1) cria uma sensação de equilíbrio e estabilidade, enquanto o formato panorâmico (acima de 2:1) imerge o observador na cena. Direcionamento do Olhar: Formatos retangulares, como o 3:2 e o 4:3, possuem um direcionamento implícito, guiando o olhar horizontal ou verticalmente. O formato quadrado, por outro lado, exige maior atenção do fotógrafo na composição para evitar a monotonia e direcionar o olhar de forma intencional. Enquadramento do Assunto: O formato escolhido influencia a forma como o assunto principal é enquadrado e a sua relação com o espaço negativo ao redor. Um formato vertical pode ser ideal para destacar a altura de uma árvore, enquanto um formato horizontal pode ser mais adequado para capturar a vastidão de uma paisagem. Impacto Emocional: Cada formato evoca emoções e sensações distintas. Formatos horizontais transmitem calma e tranquilidade, enquanto formatos verticais evocam força e dinamismo. O formato quadrado sugere introspecção e estabilidade, enquanto o formato panorâmico proporciona imersão e grandiosidade.

A Era Digital e a Multiplicidade de Formatos

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A fotografia digital, impulsionada pela internet, pelas redes sociais e pelos dispositivos móveis, revolucionou a forma como consumimos e produzimos imagens. A multiplicidade de plataformas e telas exige que o fotógrafo domine uma variedade de formatos e proporções, adaptando a sua visão ao meio de publicação e explorando as potencialidades de cada um.

Instagram: A popular plataforma social exige atenção especial aos formatos, com diferentes proporções para o feed, Stories e Reels. O formato quadrado (1:1) ainda reina no feed, enquanto os Stories se beneficiam do formato vertical (9:16), ideal para visualização em dispositivos móveis.

Impressão: Para a impressão, a escolha do formato depende do tamanho e da orientação desejada para a imagem final. Formatos clássicos como o 3:2 e o 4:3 se adaptam bem a diversos tamanhos de papel, enquanto o formato panorâmico (acima de 2:1) exige impressões maiores para que sua amplitude seja apreciada.

Explorando as Nuances dos Formatos

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3:2 (Horizontal): Herança do filme 35mm, o formato 3:2 confere dinamismo, amplitude e uma sensação clássica, sendo ideal para paisagens, cenas de ação e retratos que realçam a presença humana. 4:3: Proporção equilibrada e familiar, o formato 4:3 é versátil e se adapta a diferentes tipos de imagem, transmitindo uma sensação de harmonia e naturalidade. 1:1 (Quadrado): O formato quadrado, símbolo de estabilidade e introspecção, concentra a atenção no centro da imagem, convidando a uma leitura mais contemplativa e detalhada. 16:9 (Widescreen): O formato widescreen, popularizado pelas telas de cinema e televisão, proporciona imersão, grandiosidade e uma sensação cinematográfica, ideal para narrativas visuais complexas e cenas épicas. Panorâmico: Com sua amplitude e capacidade de envolver o observador, o formato panorâmico é ideal para paisagens grandiosas, cenas arquitetônicas complexas e narrativas que se desenrolam no tempo e no espaço.

Formatos Inusitados: A Busca pela Singularidade

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Através de ferramentas de recorte e edição, o fotógrafo pode explorar formatos menos convencionais, criando imagens com proporções personalizadas que desafiam as normas e expressam a sua individualidade. A experimentação com formatos inusitados abre um leque de possibilidades para a criatividade, a narrativa visual e a estética da imagem.

Recorte: A Arte da Lapidação da Imagem

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O recorte, a arte de redefinir o enquadramento após a captura da imagem, é uma ferramenta poderosa para aperfeiçoar a composição, direcionar o olhar do observador, eliminar elementos distrativos e fortalecer a narrativa visual.

Do Tradicional ao Digital: Uma Evolução Precisa

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Enquanto no passado o recorte era realizado manualmente na câmara escura, a era digital trouxe consigo ferramentas de precisão, permitindo ajustes milimétricos e uma visualização instantânea do resultado. Através de softwares de edição como o Adobe Photoshop, o fotógrafo pode experimentar diferentes enquadramentos, proporções e pontos de vista, explorando todo o potencial da imagem original.

Recorte como Estratégia Narrativa

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O recorte consciente pode transformar a narrativa visual de uma fotografia. Ao eliminar elementos distrativos e direcionar o olhar para o ponto focal, o fotógrafo guia o observador através da história, criando uma experiência visual mais envolvente e impactante.

Recorte e a Busca pela Perfeição Estética

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A busca pelo equilíbrio, a harmonia e a ênfase visual podem ser alcançadas através do recorte, permitindo ajustar a proporção entre figura e fundo, realçar simetrias, criar tensões dinâmicas e explorar relações geométricas dentro do quadro. O recorte se torna, assim, uma ferramenta de lapidação da imagem, transformando uma boa foto em uma obra de arte.

O Espaço Negativo: A Eloquência do Vazio na Fotografia

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O espaço negativo, frequentemente negligenciado, é um dos elementos mais poderosos da composição fotográfica. Ele representa as áreas "vazias" ao redor do assunto principal, que, longe de serem inertes, contribuem para o equilíbrio, a narrativa e o impacto visual da imagem.

Definição e Importância

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O espaço negativo, também conhecido como "respiro visual", não se limita às áreas em branco ou pretas, mas engloba qualquer espaço vazio ao redor do assunto principal, independentemente da cor ou textura. Ele proporciona contraste, contexto e direcionamento, evitando que a imagem pareça saturada ou confusa.

Usos Estratégicos do Espaço Negativo

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  • Equilíbrio Visual: O espaço negativo equilibra a presença do assunto principal, evitando que ele domine o quadro e criando uma sensação de harmonia na composição.
  • Ênfase no Assunto: Ao isolar o assunto com amplo espaço negativo ao redor, o fotógrafo o destaca e intensifica a sua presença na imagem.
  • Direcionamento do Olhar: O espaço negativo pode ser utilizado para conduzir o olhar do observador para o assunto principal, criando um caminho visual que realça a narrativa.

Contexto e Narrativa: O espaço negativo pode contextualizar o assunto, revelando informações sobre o seu entorno, a sua história e a sua relação com o ambiente. Minimalismo e Simplicidade: Em composições minimalistas, o espaço negativo é um elemento fundamental, conferindo leveza, respiro visual e elegância à imagem.

Dominando o Espaço Negativo

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Consciência: Preste atenção às áreas vazias ao redor do assunto, percebendo como elas influenciam o equilíbrio, a narrativa e o impacto da imagem. Experimentação: Varie a quantidade de espaço negativo, observando como a composição se transforma e a mensagem é afetada. Equilíbrio: Busque o equilíbrio ideal entre figura e fundo, evitando excessos e explorando as nuances do espaço negativo para fortalecer a sua narrativa visual.

Enquadramentos Dentro de Enquadramentos: Multiplicando as Camadas de Significado

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A técnica de enquadramentos dentro de enquadramentos adiciona profundidade, complexidade e camadas de significado à imagem, utilizando elementos da cena para criar molduras internas que guiam o olhar do observador através de diferentes planos e perspectivas. Essa técnica, explorada por grandes mestres da pintura como Claude Lorrain e J. M. W. Turner, é um recurso poderoso para contar histórias, criar mistério e estimular a imaginação do observador.

Profundidade e Tridimensionalidade

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Ao utilizar janelas, portas, arcos, árvores, sombras e outros elementos como molduras naturais, o fotógrafo cria a ilusão de tridimensionalidade, convidando o observador a adentrar a cena e explorar os diferentes planos. Essa técnica é particularmente eficaz para fotografias de arquitetura, paisagens e interiores, onde a perspectiva e a espacialidade são elementos importantes na narrativa visual.

Suspense Visual e Revelação Gradual

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Enquadramentos internos podem ser utilizados para criar suspense visual, revelando o assunto principal gradualmente e instigando a curiosidade do observador. Essa técnica é eficaz para retratos, onde o personagem é revelado aos poucos através de uma moldura natural, ou para fotografias de natureza, onde o elemento central da composição é parcialmente encoberto por elementos do primeiro plano, convidando o observador a desvendar a cena por completo.

Simbolismo e Metáforas Visuais

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A escolha dos elementos que compõem as molduras internas pode carregar simbolismo e contribuir para a construção de metáforas visuais. Uma janela, por exemplo, pode simbolizar a conexão entre o mundo interior e exterior, a introspecção ou a observação. Uma porta pode representar a transição, a passagem para um novo mundo ou o início de uma jornada. Um arco pode evocar a ideia de proteção, acolhimento ou passagem para um local sagrado.

Construindo Narrativas Complexas

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A justaposição de diferentes planos e elementos enquadrados permite construir narrativas visuais complexas, explorando a relação entre o primeiro plano, o plano de fundo e os elementos intermediários. O fotógrafo pode utilizar os enquadramentos internos para guiar o olhar do observador, criando uma sequência visual que revela detalhes, aprofunda a narrativa e intensifica o impacto da sua mensagem.




Resposta do exercício da Aula Introdutória

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1. Identifique nas imagens abaixo espaços positivos e negativos:


Nessa imagem temos o assunto nas dunas do deserto de Sossusvlei, na Namíbia. O céu atua apenas como espaço negativo, contrastando com o assunto, e deixando ele ainda mais em destaque.

Bem direto o que é ou não o espaço negativo nessa imagem.


Nessa foto o homem é o assunto principal, então ele faz parte do espaço positivo, mas não somente ele. No caso podemos ver ao fundo edificações que também são parte da história que estamos contando, bem como a placa que nos traz algumas informações. Tudo isso que faz parte da história da foto é o espaço positivo. O espaço positivo conta a história, se mudar o que se encontra nele, a história, a mensagem muda.


As colunas da estação de metrô são o ponto principal dessa foto, o trem estando ali ajuda a entender, mas ele não estando ali a história continua a mesma. Então podemos interpretar que ele pertence ao espaço negativo. Bem como os reflexos, parede, e outros elementos não essenciais.


Aqui tudo o que vemos é espaço positivo, é uma foto que tudo nela é parte da história, não se deixou nenhum espaço que não a tapeçaria. Isso... olhando para a foto. Se olharmos para a tapeçaria aí temos vários espaços negativos, mas como foto, tudo o que vemos é espaço positivo. Tudo é parte do nosso registro.


Essa imagem é uma fotografia abstrata, ou seja, não temos um assunto, as composições artísticas quem são o assunto. Logo não temos elementos "palpáveis", ou mesmo uma história, temos várias interpretações possíveis, vários sentimentos que essa imagem pode nos trazer, mas não temos o concreto, o representativo.

Se não temos um assunto, não temos, portanto, como definir o que seria um espaço positivo ou mesmo negativo dessa imagem.

Espaço negativo

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O espaço positivo, novamente é o que traz a história; então para que ter o espaço negativo, qual a função disso?

Realmente algumas vezes ele não tem função, ele pode ser só um elemento que não conseguimos eliminar e até gerar distrações, temos de aprender a evitar isso. Mas, em muitas outras vezes, o espaço positivo atua como suporte para o espaço positivo, nos ajuda a mudar o humor da foto, o movimento, o balanço, e vários outros elementos que aprenderemos a usar nas nossas fotos.

Que tal um exercício de imaginação? Como seria essa imagem sem espaço negativo?

Essa é uma foto de uma silhueta sem espaço negativo teríamos apenas um retângulo preto. Ele também dita o humor, e a escala dessa imagem.

É a mesma foto, mas agora com uma decisão de termos mais espaço negativo. Com essa mudança as árvores ficam bem pequenas no quadro, passando uma sensação mais ligada a solidão, ou imensidão do lugar que estão. Mudamos muito, somente colocando mais “vazio”.

Outro exemplo de importância:

É o espaço negativo quem está nos dizendo que o carro está em movimento, e por posicionarmos o carro esquerda deixando um vazio na direita, naturalmente entendermos que ele está se movimentando para da esquerda para a direta.

Escolher o espaço positivo e o negativo da sua foto, é escolher o assunto. Como conseguir fazer essa separação para que todos entendam o que quer mostrar`, e como será mostrado, é a composição fotográfica, são as escolhas artísticas da sua foto.

Nosso olho funciona bem como uma câmera fotográfica, tem uma lente, uma câmera onde passa a luz, e um leitor daquela informação, a grande diferença está exatamente nesse leitor. Nas câmeras mais antigas um filme ou papel fotográfico, nas mais atuais um sensor digital, e nos nossos olhos nosso cérebro.

Nosso cérebro para funcionar diariamente pega uma série de atalhos para conseguirmos processar de forma rápida uma imensidão de informações que nos é trazido pelos olhos, ouvido, nariz... A razão disso é que ele foca em uma informação e deixa várias outras em segundo plano.

Essa capacidade de o cérebro ignorar parte das informações facilita muito quando estamos em um lugar admirando algo, mas assim que registramos isso em uma foto, sendo esta uma representação bidimensional, perdemos esse foco, essa capacidade de ignorar.

E se você não consegue separar o que lhe atrai na foto, do restante, a gente fica com uma foto, de nada:

Ou ainda, é tanta informação de forma descoordenada que seus olhos podem parar em coisas que nem estávamos a focar:

É tanta coisa, que nossos olhos vão direto para o cartaz “Hero” ao fundo, e no caso o autor queria mostrar as pessoas na rua.

Nosso trabalho será entender como ver a fotografia, e depois criar.

A maioria das fotos que estamos acostumados a consumir e fazer são retangulares e algo simples que temos de estabelecer, e pode ser um pouco confuso, é a orientação da foto, temos duas opções:

  • Retrato;
    Nesse caso a orientação é vertical, ou seja, no nosso retângulo o maior lado do retângulo está na vertical.
  • Paisagem.
    Exatamento o oposto, o maior lado do retângulo está na posição horizontal.

Responde para mim, quais fotos estão em retrato, e quais fotos estão em paisagem:

Respostas aquecimento

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1. Paisagem 2. Paisagem 3. Retrato 4. Paisagem 5. Retrato 6. Paisagem 7. Nenhum dos dois...

Algumas considerações sobre esse exercício, a orientação retrato ou paisagem pouco importa o assunto que estamos retratando, a única coisa que importa é se a foto está na vertical ou na horizontal. Os nomes veem sim de fotos mais habituais que fazemos nessa posição, é mais comum fazermos fotos de paisagem na horizontal, ou fotos de paisagens em paisagem. E fotos de retrato em retrato. Por isso que pode gerar confusão.

A última foto o quadro é um quadrado, embora todo quadrado seja um retângulo, é um retângulo que os lados são iguais, não tendo assim orientação.

Escolher entre vertical e horizontal

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Acabamos de ver que quando vamos fazer fotos de retrato, muitas vezes fazemos fotos na vertical. E qual a razão disso? Quando eu mudo a posição da câmera?

A orientação da foto você tem de escolher conforme o que está fotografando, no geral, você mudará a orientação para que o espaço negativo seja o mínimo possível, caso não tenha interesse que ele esteja na sua foto. Por exemplo, quero mostrar uma praça para senhora minha mãe, se eu tirar as fotos em retrato, consegue imaginar quais as coisas que estarão mais presentes. a) a praça b) céu c) chão. Se eu tirar a foto em retrato, o céu ou chão (ou os dois) terão muito mais presença que a praça na foto, e não era isso que eu queria.

Repare quanto espaço negativo temos nessa foto, que não acrescentam para o espaço positivo.

Só de trocar a orientação já conseguimos fazer uma foto mais interessante.

O contrário também é válido:

Se o foco desta foto é mostrar a criança, para que tanto espaço negativo que não traz emoções, ou nada mais para a história?


A orientação é um passo inicial para começarmos a pensar na foto que vamos fazer. E não necessariamente dá para adivinhar na hora que vemos algo, se vamos orientar na vertical ou na horizontal, ainda mais nessa fase inicial; então teste. Às vezes, o que vai determinar a orientação é o local que vamos publicar, não tanto o conteúdo, exemplo, uma foto para os stories do Instagram, ou um vídeo para o TikTok quase que, necessariamente, seria melhor publicar na vertical. Mas se vai mostrar a praça, e colocar nos seus stories, que tal tirar várias fotos na horizontal, e fazer uma colagem... ou publicar no seu feed. Mesmo antes, quando o foco era revistas, tirávamos fotos em retrato e paisagem para que o editor da revista escolhesse o que encaixava melhor na sua página. Tenham isso em mente, ainda mais se quiserem publicar em revistas, ou suas próprias publicações, em livros, diários...

Preencher o quadro

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Uma das formas mais fáceis de melhorar a sua foto é eliminar o máximo de espaço negativo não interessante, alguns fotógrafos chamam isso de preencher o quadro. E como a gente preenche o quadro: Se aproximando do nosso assunto.

Melhor que qualquer ampliação, se aproximar do nosso assunto permite que a olho nu, consigamos ver melhor o que queremos fotografar, e talvez enxergar detalhes e ângulos que não vimos antes.

DICA:O zoom digital (ou ampliação digital), presente em algumas câmeras e em todos celulares, reduz drasticamente a qualidade final da imagem, então evitá-lo também ajuda na sua fotografia.

Quanto mais próximo, mais o assunto preenche o quadro, mais você interage com ele.

Perto a gente se conecta com muito mais facilidade com o assunto, vemos detalhes, cores e temos outro tipo de relação com a foto. E sim gente, podemos deixar de fora pedaços do rosto ou cabeça, está tudo bem.


Preencher o quadro também evita que possíveis distrações, que diminuem o impacto da sua foto. Sim, contexto é importante, mas estamos falando só de uma das infinitas possibilidades para fotografarmos.

Comida é outro exemplo clássico, estar perto faz com que a gente veja detalhes, texturas, cores, e outros elementos que pessoalmente conseguiríamos notar, e que nos fazem querer aquela comida.

Exercício da Aula 01

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Vamos ao nosso primeiro exercício prático! Sempre que possível vamos dar duas alternativas para você realizar. Pode fazer às duas, se quiser.

Alternativa 1
  • Escolha uma vista, de preferência a vista da sua sala ou quarto:
    • Faça 2 fotos na horizontal e 2 na vertical;
    • Anote tudo o que fica de fora quando você escolhe fazer aquela foto;
    • Agora tente entender a razão pela qual removeu tais elementos ou não.
  • Escolha o objeto mais antigo da sua casa;
    • Tire 3 fotos o mais próximo que conseguir desse objeto, mostrando os detalhes dele.
    • Dica: Quanto maior o objeto, mais fácil realizar essa tarefa.
Alternativa 2
  • Escolha uma paisagem da sua cidade
    • Faça 2 fotos na horizontal e 2 na vertical;
    • Anote tudo o que fica de fora quando você escolhe fazer aquela foto;
    • Agora tente entender a razão pela qual removeu tais elementos ou não.
  • Encontre um monumento público (uma estátua, um painel, uma escultura, que fique na rua ou em parque.)
    • Tire 3 fotos o mais próximo que conseguir desse objeto, mostrando os detalhes dele.
    • Dica: Quanto maior o objeto, mais fácil realizar essa tarefa.


A gente se vê na próxima aula!

Conclusões: Enquadramento como Orquestração Visual

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Dominar a arte do enquadramento é essencial para criar fotografias que cativem, emocionem e transmitam a sua visão de mundo com clareza e impacto. Através da escolha consciente do formato, do uso estratégico do recorte e do espaço negativo, da exploração de enquadramentos internos e da compreensão dos vetores que guiam o olhar, o fotógrafo se torna um maestro da imagem, orquestrando os elementos visuais para construir narrativas poderosas e memoráveis.

Lembre-se: o enquadramento não é apenas um limite, mas um elemento ativo na composição, capaz de transformar a percepção do observador e conferir significado à sua fotografia.