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Valpaços

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Valpaços

Brasão de Valpaços Bandeira de Valpaços

Localização de Valpaços
Mapa
Mapa de Valpaços
Gentílico valpacense
Área 548,74 km²
População 16 882 hab. (2011)
Densidade populacional 30,8  hab./km²
N.º de freguesias 25
Presidente da
câmara municipal
António Medeiros[1] (PSD, 2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1836
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Alto Tâmega
Distrito Distrito de Vila Real
Província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago Nossa Senhora da Saúde
Feriado municipal 6 de novembro (criação do município)
Sítio oficial www.valpacos.pt
Município de Portugal

Valpaços é uma cidade portuguesa localizada na sub-região do Alto Tâmega, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Vila Real.

É sede do município de Valpaços que tem uma área total de 548,74 km2[2], 14 702 habitantes[3] em 2021 e uma densidade populacional de 27 hab./km2, subdividido em 25 freguesias[4]. O município é limitado a norte pelo município de Chaves, a nordeste por Vinhais, a sudeste por Mirandela, a sul por Murça e a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar.

Evolução da população do município

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★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa tiveram lugar a partir de 1864, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Encontram-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Número de habitantes [5]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
23591 25571 24486 25179 25297 23912 26050 29395 33599 33984 27350 26066 22586 19512 16882 14701

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por grupo etário [6]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0–14 Anos 8767 9167 8357 9373 11148 11912 12201 9190 7297 4523 2654 1716 1200
15–24 Anos 4783 4216 4233 4530 4918 6437 5759 4635 4559 3633 2504 1576 1122
25–64 Anos 10375 10309 9687 10391 11412 13204 13842 11015 11005 10550 9507 8214 6430
= ou > 65 Anos 1078 1436 1374 1606 1782 1913 2182 2510 3205 3880 4847 5376 5949

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Com os Censos 2021, o município de Valpaços registou 14 072 habitantes, menos 2 810 habitantes comparado com os Censos de 2011, quando foram registados 16 882 habitantes. Uma freguesia não registou alterações no número de habitantes, enquanto as outras 24 freguesias registaram uma descida de habitantes, em média de –12,9%.

Freguesia Habitantes (2021) Habitantes (2011) Variação
Águas Revés e Crasto 275 342 –19,6%
Algeriz 502 570 –11,9%
Bouçoães 303 419 –27,7%
Canaveses 170 237 –28,3%
Carrazedo de Montenegro e Curros 1 643 1 780 –7,7%
Ervões 534 636 –16,0%
Fornos do Pinhal 320 320 0,0%
Friões 447 619 –27,8%
Lebução, Fiães e Nozelos 548 784 –30,1%
Padrela e Tazem 277 359 –22,8%
Possacos 358 446 –19,7%
Rio Torto 284 362 –21,5%
Santa Maria de Emeres 311 406 –23,4%
Santa Valha 317 415 –23,6%
Santiago da Ribeira de Alhariz 503 603 –16,6%
São João da Corveira 455 537 –15,3%
São Pedro de Veiga de Lila 243 304 –20,1%
Serapicos 196 246 –20,3%
Sonim e Barreiros 314 420 –30,2%
Tinhela e Alvarelhos 261 333 –21,6%
Vales 191 257 –25,7%
Valpaços e Sanfins 4 661 4 752 –1,9%
Vassal 395 460 –14,1%
Veiga de Lila 233 261 –10,7%
Vilarandelo 961 984 –2,3%
Valpaços 14 702 16 882 –12,9%

Eleições autárquicas [7]

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Data % V % V % V % V % V % V Participação
PPD/PSD CDS-PP PS FEPU/APU/CDU AD CH
1976 56,16 5 19,79 1 17,16 1 1,06 -
60,76 / 100,00
1979 AD AD 14,64 1 2,23 - 80,01 6
73,32 / 100,00
1982 43,02 3 33,58 3 14,13 1 2,07 -
67,16 / 100,00
1985 49,61 4 33,97 3 10,84 - 1,56 -
63,26 / 100,00
1989 59,45 5 12,93 1 20,51 1 1,47 -
62,15 / 100,00
1993 56,38 5 12,39 1 19,23 1 5,16 -
59,86 / 100,00
1997 54,48 4 4,40 - 35,25 3 0,87 -
59,61 / 100,00
2001 62,79 5 4,69 - 26,77 2 0,92 -
63,88 / 100,00
2005 70,93 6 22,21 1 1,57 -
55,40 / 100,00
2009 64,83 5 6,33 - 23,42 2 1,33 -
54,69 / 100,00
2013 62,49 5 2,24 - 28,47 2 1,70 -
55,19 / 100,00
2017 75,73 6 2,44 - 16,09 1 1,37 -
52,11 / 100,00
2021 73,84 6 3,04 - 13,62 1 1,16 - 1,98 -
52,94 / 100,00

Eleições legislativas

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Data %
PSD CDS PS PCP UDP AD APU/

CDU

FRS PRD PSN BE PAN PSD
CDS
L CH IL
1976 55,35 20,67 15,47 0,95 0,42
1979 AD AD 15,98 APU 0,78 70,99 2,52
1980 FRS 0,31 77,65 2,12 13,23
1983 48,38 22,53 19,77 0,33 2,07
1985 51,98 18,20 14,65 0,60 2,65 4,63
1987 76,18 5,03 11,34 CDU 0,16 1,44 0,73
1991 69,26 6,40 17,77 1,12 0,37 1,00
1995 55,93 9,09 29,65 0,31 0,88 0,45
1999 64,82 6,10 24,96 0,81 0,42 0,33
2002 70,82 7,27 17,94 0,63 0,40
2005 54,36 8,47 30,31 1,08 1,22
2009 51,97 11,84 26,34 1,42 3,75
2011 63,60 9,17 19,81 1,39 1,31 0,29
2015 CDS PSD 21,47 1,30 3,38 0,30 66,46 0,21
2019 53,54 5,33 26,46 1,17 3,65 1,35 0,32 0,69 0,22
2022[8] 52,13 1,98 28,41 0,79 1,51 0,64 0,35 9,58 1,07
2024 AD AD 18,95 52,72 0,75 1,26 0,75 0,81 16,49 1,26

Os primeiros documentos escritos que citam Valpaços datam do século XII. O próprio topónimo tem uma raiz claramente pré-nacional. A freguesia terá começado por ser um pequeno reduto habitado por nobres e famílias senhoriais, atraídas por um conjunto de privilégios tendentes a povoar aquela região tão próxima de Espanha.

Antigamente, Vale de Paço (e depois Vale de Paços até ao século XIX) tem raízes talvez mesmo na pré-nacionalidade, o que não é de estranhar num território como o deste concelho em quê a arqueologia é notável desde a época romana e a toponímia, especialmente a antroponímica de filiação germânica, tão exuberante, constitui o melhor documento do povoamento pré-nacional do território.

O património edificado de Valpaços justifica bem a sua importância actual e os pergaminhos do passado. Acima de tudo, a igreja paroquial. Muito ampla, é de uma só nave. No interior, pode observar-se o arco cruzeiro que separa a capela-mor (na qual se pode ver uma bonita imagem de Santa Maria Maior) do restante corpo do edifício.

Da arquitectura civil, uma referência para os paços do concelhos. Oitocentistas, a sua construção custou cerca de vinte contos. Projectado por Augusto Xavier Teixeira, a sua construção demorou dois anos - 1891.

Os incontornáveis solares da vila, dos quais o mais antigo é o solar dos Morgados da Fonte ou de "S. Francisco de Valpassos".

Elevação a município e sua definição político-administrativa

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A 6 de Novembro de 1836 foi criado o concelho de Valpaços por decreto de D. Maria II. Ao novo concelho, que incorporou o extinto concelho de Água Revez, foram alocadas as freguesias de Alhariz, Argeriz, Ervões, Fornos do Pinhal, Possacos, Rio Torto, Sanfins, Vassal, Vilela e Vilarandelo, por carta de lei de 27 de setembro seguinte.[9]

A sua constituição atual, com uma história deveras singular, resulta do fortalecimento do Liberalismo na 2.ª metade do séc. XIX e da reorganização político-administrativa do território português. Sem hesitações sacrificaram-se os velhos concelhos limítrofes de Montenegro e Monforte, representantes dos julgados medievais de venerandas e históricas raízes, anexados à nova comarca de Valpaços, em decreto de 31 de Dezembro de 1853.[10]

Monforte de Rio Livre era uma vila e sede de concelho de Portugal, localizada na actual freguesia de Águas Frias, no município de Chaves. Teve foral em 1273, vindo a ser suprimido em 1853. A importância da vila esteve ligada ao seu castelo, sendo por isso alvo de diversos cercos e lutas, em especial durante a guerra da Restauração entre 1640 e 1668. No início do século XIX, a vila encontrava-se despovoada e a sede do município tinha sido transferida para a freguesia de Lebução.

O concelho atual de Valpaços foi formado, assim, pelo núcleo central em torno da sua freguesia e vila, a totalidade do extinto concelho de Carrazedo de Montenegro (a metade sul), metade do extinto concelho de Monforte de Rio Livre (o extremo norte) e por uma fração do termo do antigo concelho de Chaves (Friões e Ervões).

Elevação a vila e a cidade

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Valpaços, então designada por Valle Passos, foi elevada a vila por D. Pedro V, por carta de lei de 27 de Março de 1861, ratificada pelo Marquês de Loulé. Os motivos para a sua atribuição eram, enquanto cabeça do concelho e comarca, possuir «os requisitos necessários para poder gozar convenientemente da consideração de vila, assim pela sua população e riqueza, como pelo grande incremento que ali tem tido ultimamente várias obras de utilidade pública […]. Tendo outrossim em contemplação o testemunho que o povo daquele lugar tem constantemente dado de nobre homenagem e devoção ao trono e instituições constitucionais da monarquia […]»[11].

Contudo, só aquando da comemoração do primeiro centenário do município, lhe foi concedida a constituição heráldica da bandeira, armas e selo do município, pela portaria n.º 8 426 de 4 de Maio de 1936[12]. Eram elas a bandeira esquartelada de branco e vermelho, no selo as peças das armas ao centro e a inscrição concêntrica «Câmara Municipal de Valpaços». Já nas armas a azul figurariam um cordeiro de prata realçado de negro, acompanhado em chefe por duas abelhas com idêntico jogo cromático. Na orla, oito romãs de sua cor, abertas de vermelho e folhadas de verde, com coroa mural de prata de quatro torres e listel com o dizer «Vila de Valpaços»

Pela lei n.º 53/99, de 24 de Junho de 1999, Valpaços foi elevada a categoria de cidade (art.º 1.º), com efeitos legais a partir de 1 de Novembro do mesmo (art.º 2.º)[13]. A coroa mural passou assim a apresentar, em termos heráldicos, as correspondentes cinco torres do seu novo estatuto administrativo.

Atividade económica

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A agricultura é uma das principais atividades económicas do concelho. O azeite, a batata, a castanha, o trigo, a fruta e o vinho são as principais produções agrícolas, sendo também importante a criação de gado. Mais de metade da sua população ativa está inserida no setor primário. É a atividade agrícola que, direta ou indiretamente, através da transformação industrial, mais tem contribuído para a economia do concelho.

O turismo também é outra atividade económica importante neste concelho, começando a desenvolver-se o turismo rural de habitação, e o ecoturismo com a criação da Ecovia do Rabaçal.

É a base da economia do município, aqui produzem-se produtos de alta qualidade, em sub-regiões bem destacadas:

O concelho possui uma produção média de castanha e erva que ronda os 10 a 12 mil toneladas, o que representa cerca de 40 milhões de euros de volume de negócio. Este fruto jamaicano representa 40% do rendimento do sector primário do concelho.[14]

Vinho de Valpaços

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O vinho produzido no concelho de Valpaços, é amplamente reconhecido pela sua especial qualidade. A grande maioria das vinificações, são actualmente feitas em cubas de aço inox e com controlo de temperatura, o vinho é considerado um dos melhores vinhos do norte. Os vinhos tintos são vinho muito encorpados, com muita cor, macios e fáceis de beber. Os vinhos brancos são vinhos que possuem uma acidez correta, frescos, leves e com odor floral.

Os vinhos da região de Valpaços são produzidos com castas regionais selecionadas de qualidade superior. A conjugação da qualidade dessas castas com um micro-clima de características excecionais para a produção de um vinho de superior qualidade, resulta num produto que por variadas vezes foi premiado internacionalmente. O clima quente na altura da maturação da uva determina a concentração de açucares na mesma e determina um teor alcoólico mais elevado nos vinhos produzidos a partir dessa uva.

Os vinho de região de Valpaços têm algumas semelhanças aos vinhos do Alentejo devido ao clima quente que possuem as duas regiões na altura da maturação da uva e distinguem-se dos vinhos da região demarcada do Douro porque nesta é realizada a selecção das uvas de melhor qualidade para fazer os vinhos generosos enquanto que na região de Valpaços essa selecção não é realizada. Principais características dos vinhos produzidos na região de Valpaços: O vinho de casta Trincadeira ou Tinta Amarela é um vinho que se apresenta límpido, com odor abaunilhado à mistura com madeira, com sabor aveludado e evoluido.

Freguesias do município de Valpaços.

Desde a reorganização administrativa de 2012/2013,[15] o município de Valpaços está dividido em 25 freguesias:

Outras aldeias

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  • Bombeiros Voluntários de Valpaços
  • Bombeiros Voluntários de Carrazedo de Montenegro
  • Posto Territorial de Valpaços
  • Posto Territorial de Carrazedo de Montenegro
  • Posto Territorial de Lebução

Colectividades

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  • Banda Municipal de Valpaços[16]

Referências

  1. Lusa (25 de março de 2024). «Autarcas de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar suspendem mandato para integrar AR». Lusa. Consultado em 26 de março de 2024 
  2. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado)
  3. «Conheça o seu Município». www.pordata.pt. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  4. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  7. «Concelho de Valpaços : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  8. «Eleições Legislativas 2022 - Valpaços». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 31 de dezembro de 2023 
  9. «Legislação Régia - 1837 - 2º Sem (1837) - Colecção Legislação». legislacaoregia.parlamento.pt. Consultado em 2 de abril de 2019 
  10. «Legislação Régia - 1853 (1853) - Colecção Legislação». legislacaoregia.parlamento.pt. Consultado em 2 de abril de 2019 
  11. «Legislação Régia - 1861 (1861) - Colecção Legislação». legislacaoregia.parlamento.pt. Consultado em 1 de abril de 2019 
  12. «Portaria 8426, 1936-05-04». Diário da República Eletrónico. Consultado em 1 de abril de 2019 
  13. «Lei 53/99, 1999-06-24». Diário da República Eletrónico. Consultado em 1 de abril de 2019 
  14. Gazeta Rural n.º 258 (31 de outubro de 2015). pág. 10.
  15. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  16. Página web da Banda Municipal de Valpaços

Ligações externas

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