Usuário:JMagalhães/Notepad98
Contraceção | |
---|---|
Embalagem de pílula contraceptiva | |
Sinónimos | Controlo de natalidade (português europeu) ou controle de natalidade (português brasileiro) |
Classificação e recursos externos | |
MeSH | D003267 |
Leia o aviso médico |
Contraceção são os métodos ou dispositivos usados para prevenir uma gravidez.[1] A escolha, a disponibilidade e a forma de utilização de contracetivos denomina-se planeamento familiar.[2][3] Algumas culturas limitam ou desincentivam o acesso a métodos contacetivos por razões morais, religiosas ou políticas.[4] O preservativo é o único método contracetivo que oferece também proteção contra infeções sexualmente transmissíveis.[5][6] A contraceção de emergência são os métodos contracetivos que podem prevenir uma gravidez quando utilizados nas 72–120 seguintes a uma relação sexual desprotegida.[7][8]
Os métodos contracetivos mais eficazes são a esterilização por meio de uma vasectomia em homens e laqueadura em mulheres, os dispositivos intrauterinos e os implantes contracetivos.[9] Entre outros métodos de elevada eficácia estão uma série de métodos hormonais, como a pílulas orais, sistemas transdérmicos, anéis vaginais e contraceção injetável.[9] Entre os métodos moderadamente eficazes estão os métodos de barreira como os preservativos, diafragmas ou esponjas, e os métodos de monitorização da fertilidade.[9] Os métodos menos eficazes são o uso de espermicidas e retirar o pénis antes da ejaculação.[9] A esterilização cirúrgica, embora seja o método mais eficaz, é irreversível. Todos os outros métodos são reversíveis.[9]
A gravidez na adolescência está associada a um maior número de riscos.[10] A educação sexual e o livre acesso a métodos contracetivos diminuem o número de gravidezes não planeadas.[10][11] Embora todos os métodos contracetivos possam ser usados por adolescentes,[12] os mais eficazes a diminuir o número de gravidezes na adolescência são os métodos reversíveis de longa duração, como os implantes, dispositivos intrauterinos ou anéis vaginais.[11] Alguns grupos alegam que a abstinência sexual é um método contracetivo. No entanto, a educação sexual centrada apenas na abstinência sem educar para outros métodos contracetivos pode aumentar o número de gravidezes não planeadas.[13][14] Após o parto, qualquer mulher que não se encontre a amamentar em exclusivo é capaz de engravidar novamente no prazo de apenas quatro a seis semanas.[12] Alguns métodos contracetivos podem começar a ser usados imediatamente após o parto, enquanto outros requerem um período de espera de até seis meses.[12] Em mulheres que se encontram a amamentar, é preferível o uso de progestativo oral contraceptivo em relação a contracetivos orais combinados.[12] Após a menopausa, recomenda-se que continuem a ser usados métodos contracetivos durante um ano após o último período.[12]
Nos países em vias de desenvolvimento, cerca de 222 milhões de mulheres que querem evitar uma gravidez não usam qualquer método contracetivo moderno.[15][16] O uso de métodos contracetivos nos países em vias de desenvolvimento diminuiu a mortalidade materna em 40%, tendo prevenido 270 000 mortes em 2008, e com potencial para diminuir 70% se a oferta correspondesse à necessidade.[17][18] Ao aumentar o intervalo de tempo entre as gravidezes, os métodos contracetivos contribuem para melhorar o prognóstico dos partos e a sobrevivência das crianças.[17] O livre acesso a contracetivos contribui para melhorar a capacidade financeira e saúde da mulher e o acesso à educação e cuidados de saúde dos filhos.[19] A contraceção contribui para o crescimento económico de uma região ao diminuir o número de crianças dependentes, ao permitir um maior número de mulheres no mercado de trabalho e ao diminuir o consumo de recursos escassos.[19][20] Embora ao longo da História se tenham usado vários métodos contracetivos, só no século XX é que foram desenvolvidos métodos eficazes e seguros.[4]
- ↑ «Definition of Birth control». MedicineNet. Consultado em 9 de agosto de 2012. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2012
- ↑ Oxford English Dictionary. [S.l.]: Oxford University Press. Junho de 2012
- ↑ World Health Organization (WHO). «Family planning». Health topics. World Health Organization (WHO). Consultado em 28 de março de 2016. Cópia arquivada em 18 de março de 2016
- ↑ a b Hanson, S.J.; Burke, Anne E. (21 de dezembro de 2010). «Fertility control: contraception, sterilization, and abortion». In: Hurt, K. Joseph; Guile, Matthew W.; Bienstock, Jessica L.; Fox, Harold E.; Wallach, Edward E. The Johns Hopkins manual of gynecology and obstetrics 4th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins. pp. 382–395. ISBN 978-1-60547-433-5
- ↑ Taliaferro, L. A.; Sieving, R.; Brady, S. S.; Bearinger, L. H. (2011). «We have the evidence to enhance adolescent sexual and reproductive health—do we have the will?». Adolescent medicine: state of the art reviews. 22 (3): 521–543, xii. PMID 22423463
- ↑ Chin, H. B.; Sipe, T. A.; Elder, R.; Mercer, S. L.; Chattopadhyay, S. K.; Jacob, V.; Wethington, H. R.; Kirby, D.; Elliston, D. B. (2012). «The Effectiveness of Group-Based Comprehensive Risk-Reduction and Abstinence Education Interventions to Prevent or Reduce the Risk of Adolescent Pregnancy, Human Immunodeficiency Virus, and Sexually Transmitted Infections». American Journal of Preventive Medicine. 42 (3): 272–294. PMID 22341164. doi:10.1016/j.amepre.2011.11.006
- ↑ Gizzo, S; Fanelli, T; Di Gangi, S; Saccardi, C; Patrelli, TS; Zambon, A; Omar, A; D'Antona, D; Nardelli, GB (outubro de 2012). «Nowadays which emergency contraception? Comparison between past and present: latest news in terms of clinical efficacy, side effects and contraindications.». Gynecological Endocrinology. 28 (10): 758–63. PMID 22390259. doi:10.3109/09513590.2012.662546
- ↑ Selected practice recommendations for contraceptive use. 2nd ed. Geneva: World Health Organization. 2004. p. 13. ISBN 9789241562843. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017
- ↑ a b c d e World Health Organization Department of Reproductive Health and Research (2011). Family planning: A global handbook for providers: Evidence-based guidance developed through worldwide collaboration (PDF) Rev. and Updated ed. Geneva, Switzerland: WHO and Center for Communication Programs. ISBN 978-0-9788563-7-3. Cópia arquivada (PDF) em 21 de setembro de 2013
- ↑ a b Black, A. Y.; Fleming, N. A.; Rome, E. S. (2012). «Pregnancy in adolescents». Adolescent medicine: state of the art reviews. 23 (1): 123–138, xi. PMID 22764559
- ↑ a b Rowan, S. P.; Someshwar, J.; Murray, P. (2012). «Contraception for primary care providers». Adolescent medicine: state of the art reviews. 23 (1): 95–110, x–xi. PMID 22764557
- ↑ a b c d e World Health Organization Department of Reproductive Health and Research (2011). Family planning: A global handbook for providers: Evidence-based guidance developed through worldwide collaboration (PDF) Rev. and Updated ed. Geneva, Switzerland: WHO and Center for Communication Programs. pp. 260–300. ISBN 978-0-9788563-7-3. Cópia arquivada (PDF) em 21 de setembro de 2013
- ↑ DiCenso A, Guyatt G, Willan A, Griffith L (junho de 2002). «Interventions to reduce unintended pregnancies among adolescents: systematic review of randomised controlled trials». BMJ. 324 (7351): 1426. PMC 115855. PMID 12065267. doi:10.1136/bmj.324.7351.1426
- ↑ Duffy, K.; Lynch, D. A.; Santinelli, J. (2008). «Government Support for Abstinence-Only-Until-Marriage Education». Clinical Pharmacology & Therapeutics. 84 (6): 746–748. PMID 18923389. doi:10.1038/clpt.2008.188. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2008
- ↑ «Costs and Benefits of Contraceptive Services: Estimates for 2012» (PDF). United Nations Population Fund. Junho de 2012. p. 1. Cópia arquivada (PDF) em 5 de agosto de 2012
- ↑ Carr, B.; Gates, M. F.; Mitchell, A.; Shah, R. (2012). «Giving women the power to plan their families». The Lancet. 380 (9837): 80–82. PMID 22784540. doi:10.1016/S0140-6736(12)60905-2. Cópia arquivada em 10 de maio de 2013
- ↑ a b Cleland, J; Conde-Agudelo, A; Peterson, H; Ross, J; Tsui, A (14 de julho de 2012). «Contraception and health.». Lancet. 380 (9837): 149–56. PMID 22784533. doi:10.1016/S0140-6736(12)60609-6
- ↑ Ahmed, S.; Li, Q.; Liu, L.; Tsui, A. O. (2012). «Maternal deaths averted by contraceptive use: An analysis of 172 countries». The Lancet. 380 (9837): 111–125. PMID 22784531. doi:10.1016/S0140-6736(12)60478-4. Cópia arquivada em 10 de maio de 2013
- ↑ a b Canning, D.; Schultz, T. P. (2012). «The economic consequences of reproductive health and family planning». The Lancet. 380 (9837): 165–171. PMID 22784535. doi:10.1016/S0140-6736(12)60827-7. Cópia arquivada em 2 de junho de 2013
- ↑ Van Braeckel, D.; Temmerman, M.; Roelens, K.; Degomme, O. (2012). «Slowing population growth for wellbeing and development». The Lancet. 380 (9837): 84–85. PMID 22784542. doi:10.1016/S0140-6736(12)60902-7. Cópia arquivada em 10 de maio de 2013