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ex-Proteobacteria Pseudomonadota | |||||
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Proteobactérias: Uma Visão Geral
[editar | editar código-fonte]Introdução
[editar | editar código-fonte]Pseudomonadota, anteriormente denominado Proteobacteria (do grego: Proteus, deus do oceano capaz de mudar de forma; + bakterion, pequeno bastão), constitui um filo de bactérias gram-negativas. A definição deste grupo é baseada predominantemente na sequência genética do rRNA 16S. Embora o termo "Proteobactérias" seja amplamente reconhecido e utilizado, "Pseudomonadota" representa a nomenclatura mais atual e sistemática. As proteobactérias, pertencentes ao filo Proteobacteria, são um dos grupos mais diversos e ecologicamente significativos de bactérias. Elas ocupam uma ampla variedade de nichos ecológicos e desempenham papéis cruciais em processos biológicos e ecológicos, como a decomposição da matéria orgânica e a patogenicidade. O reconhecimento da complexidade e importância dessas bactérias surgiu com o desenvolvimento de técnicas moleculares e filogenéticas, que revelaram sua adaptabilidade e sucesso em diversos ambientes (Santos & Silva, 2017).
Classificação Taxonômica
[editar | editar código-fonte]Filogenia e Diversidade
[editar | editar código-fonte]O filo "Proteobacteria" é caracterizado por uma grande diversidade filogenética, refletida em suas múltiplas formas e funções. A reclassificação das proteobactérias é realizada por meio de análises genéticas, especialmente sequências de rRNA, que proporcionam uma visão detalhada sobre a evolução e a diversidade deste grupo. A filogenia revela uma longa história evolutiva e uma impressionante capacidade de adaptação, evidenciada pela presença de cinco classes principais dentro do filo (Madigan et al., 2017).
Principais Classes
[editar | editar código-fonte]As cinco principais classes do filo Proteobacteria são:
[editar | editar código-fonte]Alfa-proteobactérias: Este grupo inclui uma grande variedade de modos de vida bacterianos, desde as fotossintéticas, como as do gênero Rhodospirillum, até endossimbiontes importantes, como as do gênero Rickettsia. Muitas alfa-proteobactérias têm importância ecológica e médica, habitando desde solos até associações com artrópodes (Santos & Silva, 2017).
Beta-proteobactérias: Incluem representantes cruciais no ciclo do nitrogênio, como Nitrosomonas, que oxida amônia em nitrito, essencial para a fertilidade do solo. Outras espécies, como Neisseria gonorrhoeae, são patógenos humanos importantes, causando doenças como a gonorreia (Carvalho & Almeida, 2019).
Gamma-proteobactérias: Conhecidas por incluir muitos patógenos humanos, como Escherichia coli e Salmonella, este grupo também desempenha papéis vitais na decomposição de nutrientes orgânicos. Além de patógenos, muitas gamma-proteobactérias são importantes para a ciclagem de nutrientes (Santos & Oliveira, 2014).
Delta-proteobactérias: Caracterizadas por sua capacidade de reduzir sulfato, essas bactérias são essenciais em ambientes anóxicos, como sedimentos e águas subterrâneas. Espécies como Desulfovibrio são fundamentais para o ciclo do sulfato e a biogeoquímica de ambientes anaeróbicos (Lima & Ferreira, 2016).
Epsilon-proteobactérias: Frequentemente encontradas em ambientes extremos, como fontes hidrotermais e habitats marinhos profundos, incluem espécies como Campylobacter, que são patógenos gastrointestinais importantes em humanos (Madigan et al., 2017).
Características Gerais
[editar | editar código-fonte]Morfologia
[editar | editar código-fonte]As proteobactérias exibem uma ampla gama de formas morfológicas, incluindo cocos, bacilos e espirilos. A maioria possui uma parede celular Gram-negativa, com uma camada fina de peptidoglicano entre duas membranas lipídicas. A presença de lipopolissacarídeos na membrana externa proporciona resistência a muitos antibióticos e proteção contra o sistema imunológico do hospedeiro. Esta estrutura é fundamental para a sobrevivência das proteobactérias em diversos ambientes e contribui para sua capacidade de causar doenças (Santos & Silva, 2017).
Metabolismo e Nutrição
[editar | editar código-fonte]As proteobactérias exibem uma ampla variedade de estratégias metabólicas, incluindo:
[editar | editar código-fonte]Metabolismo Aeróbico: Muitas proteobactérias realizam respiração aeróbica, utilizando oxigênio para a oxidação de substratos orgânicos ou inorgânicos. Este metabolismo é comum em ambientes ricos em oxigênio, como solos e águas oxigenadas.
Metabolismo Anaeróbico: Outras proteobactérias realizam respiração anaeróbica, utilizando nitrato, sulfato ou outros compostos como aceitadores de elétrons em ambientes com baixo teor de oxigênio, como sedimentos e águas subterrâneas.
Quimilitotrofia: Muitas proteobactérias obtêm energia da oxidação de compostos inorgânicos, como amônia e sulfeto. Este tipo de metabolismo é vital para a ciclagem de nutrientes em ambientes naturais.
Fotossíntese Anóxica: Algumas proteobactérias, como as do gênero Rhodobacter, realizam fotossíntese anóxica, utilizando luz para sintetizar compostos orgânicos em ambientes anaeróbicos (Carvalho & Almeida, 2019).
Importância das Proteobactérias
[editar | editar código-fonte]Patógenos Humanos
[editar | editar código-fonte]As proteobactérias têm um impacto significativo na saúde humana como patógenos. Escherichia coli, geralmente um comensal do intestino, pode causar infecções urinárias e gastrointestinais. Salmonella é responsável por intoxicações alimentares e febre tifoide. Rickettsia e Campylobacter também são importantes patógenos, causando doenças transmitidas por artrópodes e gastroenterites, respectivamente. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novos antibióticos e vacinas são essenciais para combater essas infecções e melhorar a saúde pública (Santos & Oliveira, 2014).
Relações Mutualísticas
[editar | editar código-fonte]Além de seu papel como patógenos, muitas proteobactérias formam relações mutualísticas benéficas. Rhizobium, por exemplo, estabelece uma simbiose com plantas leguminosas, fixando o nitrogênio atmosférico na forma de amônia, que é crucial para a fertilidade do solo e a agricultura sustentável. Outras proteobactérias, como as do gênero Bartonella, têm relações simbióticas com animais, podendo beneficiar a saúde e adaptação de seus hospedeiros (Lima & Ferreira, 2016).
Importância Ecológica
[editar | editar código-fonte]As proteobactérias desempenham papéis fundamentais em ecossistemas diversos. Elas são essenciais para a ciclagem de nutrientes, como o ciclo do nitrogênio e do enxofre, e participam da decomposição de matéria orgânica. Em ambientes aquáticos, contribuem para a saúde dos ecossistemas marinhos e de água doce, enquanto em ambientes terrestres, ajudam na fertilidade do solo e na reciclagem de nutrientes (Madigan et al., 2017).
Ciclo de Vida e Reprodução
[editar | editar código-fonte]A maioria das proteobactérias se reproduz por fissão binária, um processo assexuado em que uma célula-mãe se divide em duas células-filhas geneticamente idênticas. Este método permite uma rápida propagação em condições favoráveis. Em condições adversas, algumas espécies podem formar esporos ou outras estruturas de sobrevivência, que permitem a sobrevivência até que as condições se tornem mais favoráveis novamente. A formação de esporos é especialmente importante para a sobrevivência em ambientes difíceis e para a manutenção de patógenos (Carvalho & Almeida, 2019).
Ambientes de Ocorrência
[editar | editar código-fonte]Terrestres
[editar | editar código-fonte]As proteobactérias ocorrem em diversas regiões terrestres, incluindo solos, estrumes e materiais orgânicos em decomposição. Elas desempenham papéis cruciais na decomposição e ciclagem de nutrientes. Espécies como Nitrosomonas e Nitrobacter são vitais para a nitrificação, um processo que converte amônia em nitrato, essencial para a fertilidade do solo. As proteobactérias também são encontradas associadas a plantas e animais, participando de ciclos de nutrientes e processos ecológicos (Santos & Silva, 2017).
Aquáticos
[editar | editar código-fonte]Em ambientes aquáticos, como rios, lagos e oceanos, as proteobactérias são igualmente diversificadas e indispensáveis para a vida. Elas realizam tarefas essenciais, como nitrificação e redução de sulfato. Em ambientes marinhos extremos, como fontes hidrotermais e zonas abissais, as proteobactérias sustentam ecossistemas únicos, demonstrando sua habilidade de adaptação a condições extremas (Santos & Oliveira, 2014).
Estudos Recentes
[editar | editar código-fonte]Estudos recentes têm revelado novas descobertas sobre a diversidade e a função das proteobactérias. Avanços em técnicas de sequenciamento e análise genômica têm permitido uma compreensão mais profunda das interações ecológicas e das capacidades metabólicas dessas bactérias. Estes estudos têm implicações para a biotecnologia, a agricultura e a medicina, fornecendo novas perspectivas sobre como as proteobactérias podem ser utilizadas para melhorar processos industriais e desenvolver novos tratamentos (Madigan et al., 2017).
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Wolbachia (α)
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Escherichia coli (γ)
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Legionella (γ)
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Salmonella (γ)
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Vibrio cholerae (γ)
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Yersinia pestis (γ)
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Helicobacter (ε)
Bibliográfia
[editar | editar código-fonte]- Santos, H. G., & Silva, J. B. (2017). Microbiologia Geral e Aplicada. Editora Guanabara Koogan.
- Santos, R. S., & Oliveira, J. M. (2014). Introdução à Microbiologia. Editora UFPR.
- Carvalho, R. D., & Almeida, M. C. (2019). Ecologia Microbiana e Aplicações Práticas. Editora São Marcos.
- Lima, E. B., & Ferreira, M. T. (2016). Bactérias: Diversidade e Ecologia. Editora EdUSP.
- Madigan, M.T., et al. (2017). Microbiologia de Brock.
Referências
[editar | editar código-fonte]- Proteobactérias. Descritores em Ciências da Saúde, 06 de Julho de 2009
- Estrutura da comunidade de proteobactérias no sollo de quatro fazendas com diferentes condições de seca e chuva. UFJF, 07 de Dezembro de 2017
- Procariotos: Domínios, Bactéria e Archaea Universidade de São Paulo, 24 de Abril de 2020
- Análise da diversidade de proteobactérias e actinobactérias em solos cultivados com morango sob diferentes práticas de manejo. Embrapa, 2008
- Análise da diversidade de proteobactérias e actinobactérias em solos cultivados com morango sob diferentes práticas de manejo. USP, Piracicaba, SP
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