Un drame au bord de la mer
Un drame au bord de la mer | |||||||
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Um drama à beira-mar | |||||||
Illustração de Pierre Vidal | |||||||
Autor(es) | Honoré de Balzac | ||||||
Idioma | Francês | ||||||
País | França | ||||||
Gênero | Estudo filosófico | ||||||
Série | Étude philosophique | ||||||
Linha temporal | 1821 | ||||||
Localização espacial | Costa da Bretanha, perto de Croisic | ||||||
Editora | Le Voleur | ||||||
Lançamento | 1834 | ||||||
Edição portuguesa | |||||||
Tradução | Miguel Serras Pereira | ||||||
Editora | Expo'98 | ||||||
Lançamento | 1996 | ||||||
Páginas | 54 | ||||||
Edição brasileira | |||||||
Tradução | Vidal de Oliveira | ||||||
Editora | Globo | ||||||
Cronologia | |||||||
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Un drame au bord de la mer (em português Um drama à beira-mar) é um conto filosófico de Honoré de Balzac, surgido em pré-publicação em 1834 na revista Le Voleur, depois em livro em 1835, publicado por Werdet nos Estudos filosóficos da Comédia Humana, ao fim do volume, após O Elixir da Longa Vida. Reeditado em 1843 sob o título de La Justice Paternelle (A justiça paterna), tem lugar na edição Furne de 1846 entre El Verdugo e A Estalagem Vermelha.
Um drama à beira-mar, algo raro na obra do autor, é contado em primeira pessoa, por Louis Lambert (Luís na tradução brasileira de A Comédia Humana organizada por Paulo Rónai), o misterioso alter ego de Balzac protagonista do romance de mesmo nome, que se dirige a "meu caro tio", o Padre Lefebvre.[1] A história transcorre na comuna francesa de Croisic, onde decorreu também o amor da escritora Camille (Camila) Maupin pelo jovem Calyste (Calisto) du Guénic no romance Beatriz. À juventude do narrador e sua companheira e à imensidão de água, ar e areias circundante ("Esta região só é bela para as grandes almas; gente sem coração não poderia viver aqui"),[2] o autor contrapõe a miséria de um pescador e seu pai ("Pobre homem [...] não é uma vergonha sentir-se a gente feliz vendo misérias como esta?") e a trágica história dentro da história de um pai que, diante das monstruosidades cometidas por seu filho, decide praticar a justiça por suas próprias mãos, crime que expiará pelo resto de sua vida.
Resumo
[editar | editar código-fonte]Em 1821, no litoral de uma península da Bretanha, Louis, um jovem cheio de ambição, acaba de tomar um banho de mar e medita sobre seu futuro. Pauline (Paulina), sua companheira, emerge logo depois de uma banheira natural escavada nas rochas. Os dois jovens continuam a caminhada matinal de mãos dadas. Eles se deparam com um pescador cuja pobreza e devoção a um pai cego os comove. Para lhe dar um pouco de alegria, fazem um "leilão" entre si para comprar o produto de sua pesca a um preço que para o pobre equivale a uma verdadeira fortuna e lhe prometem um jantar, se ele concordar em levá-los até Batz, depois de guardar seu material de pesca. Os namorados partem na frente, pelo caminho que lhes é indicado pelo pescador, que irá atrás deles logo depois.
Quando os três se juntam, caminham em silêncio e logo chegam perto de um promontório rochoso que o pescador pretende contornar. Quando o guia avisa que ali mora alguém e que, embora não haja perigo, é costume na região contornar o local, a curiosidade dos jovens chega ao auge e, apesar do aviso, insistem em ir até lá. Louis e Pauline descobrem então um homem queimado pelo sol, tão imóvel como o granito que o rodeia, só seus olhos ganhando vida por um breve momento. Impressionados com essa visão, apressam o passo e, ao reencontrarem o guia, indagam sobre esse estranho personagem. O pescador conta então a história do "Homem da Promessa", da qual ele é o único na área que conhece os detalhes.
Este homem, que ali vive na miséria, já foi um orgulhoso marinheiro chamado Cambremer; ele morava com a esposa em uma casa isolada em uma ilhota. Para alegrar a casa, o casal teve apenas um filho, que se tornou um reizinho para eles. Mimaram-no desde muito jovem, não lhe negando nenhum capricho, de modo que, à medida que foi crescendo, o menino tornou-se uma negação: violento, mentiroso, ladrão, acreditava que todos estavam a serviço de seus desejos e se revelava tirânico com aqueles que o impediam de se divertir, de passear, de beber e de jogar bilhar. O pai, muitas vezes ausente para pescar no mar, recusava-se a ver a verdade, até que um dia descobriu que o filho havia vendido os móveis para conseguir algo para se divertir. Uma noite, o bandido foi longe demais: esfaqueou a mãe, acertando-a no braço, para conseguir uma moeda de ouro. Cambremer decidiu então fazer desaparecer o monstro que havia criado. Sua esposa morreu de dor. Desde então, Cambremer jurou expor-se ao oceano, fundir-se com a rocha, a fim de expiar a morte deste filho, de quem foi o justiceiro. Joseph (José), seu único irmão, e Pérotte, a sobrinha jovem e bonita, garantem agora a subsistência deste penitente que plantou uma cruz perto do rochedo para indicar que se entregava a Deus.
Os dois namorados ouviram, com dor na alma, o terrível destino do "homem de granito" e da sua família desaparecida. De volta a Croisic, eles decidiram, de comum acordo, encurtar a estadia. Pauline, preocupada com o efeito que esta trágica história produziu na sensibilidade aguçada de Louis, sugere que desabafe escrevendo um relato ("Luís, escreve isso, poderás assim engambelar a natureza dessa febre"): a longa carta enviada ao tio pelo jovem ("Escrevi-lhe portanto essa aventura, meu caro tio") é este drama à beira-mar que acabamos de ler.[3]
Adaptação à tela
[editar | editar código-fonte]Em 1920, Marcel L'Herbier adaptou Um drama à beira-mar sob o título de L'Homme du large, filme realizado na França com Jacques Catelain (Michel), Roger Karl (Nolff), Charles Boyer (Guenn la Taupe), Phillipe Hériat (Le protecteur), Marcelle Pradot (Djenna).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- (fr) Moïse Le Yaouanc, « Introduction à Un Drame au bord de la mer : Davin et la Bretagne inspirateurs de Balzac », l'Année balzacienne, Paris, Garnier Frères, 1966, p. 127-56.
- (fr) Marie Pinel, « Significations spirituelles de la mer dans La Comédie humaine », l’Année balzacienne, 1995, n° 16, p. 283-309.
- (pt) Honoré de Balzac. "A comédia humana". Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XVI.
Referências
- ↑ Ver a Introdução de Paulo Rónai ao conto no volume XVI da tradução de A Comédia Humana por ele organizada.
- ↑ Esta e outras citações extraídas da tradução de Vidal de Oliveira de Um drama à beira-mar para a edição de A Comédia Humana organizada por Paulo Rónai.
- ↑ Resumo traduzido do verbete correspondente da Wikipédia francesa, com pequenas modificações.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Un drame au bord de la mer, version audio » 🔗
- «Fac-símile em francês». no site da Biblioteca Nacional da França.