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Traqueostomia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Traqueotomia completada:
1 - Cordas vocais
2 - Cartilagem tireóide
3 - Cartilagem cricóide
4 - Cartilagens traqueais
5 - Balão

Traqueostomia é uma palavra com étimo grego, em que o sufixo ostomia deriva da palavra grega ″stoma", que significa ″boca″; consiste num procedimento cirúrgico, no qual é efectuada uma secção de toda a circunferência da traqueia (traqueotomia), seguida de sutura de todo o perímetro da traqueia seccionada, de forma circunferencial, à pele, ou seja, ato de confecionar um traqueostoma, de forma a ser preservada a função respiratória após uma laringectomia total. Neste procedimento, a respiração passa a fazer-se exclusiva e definitivamente pelo orifício da traqueostomia.

Acesso cirúrgico de Traqueotomia

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O acesso cirúrgico para a traqueotomia pode ser realizado em vários níveis:
Cricotireoidotomia ou cricotireoidotomia ou cricotireotomia é realizada na região da transmembrana cricotireoidiana.
Traqueotomia alta é realizada acima do ístimo da glândula tireoide.
Traqueotomia transístmica é realizada através do istmo da glândula tireoide, sendo necessário a sua secção e sutura.
Traqueotomia baixa é realizada abaixo do ístmo da glândula tireoide que é tracionado superiormente.
Traqueotomia mediastinal anterior é realizada no mediastino anterior após uma ressecção do manúbrio do osso esterno.
Traqueotomia percutânea é realizada a técnica de Seldinger, adaptada para a traqueostomia ou mini-traqueostomia.

Cânulas de traqueotomia

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A pressão de insuflação máxima do balonete da cânula de traqueostomia deverá ser de 27 cmH2O, ou convertendo 20 mmHg.
(1 mmHg = 1.36 cmH2O)

Cânula de traqueostomia metálica;
Cânula de traqueostomia plástica sem balão;
Cânula de traqueostomia plástica com balão.

Recuperação

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A recuperação da incisão feita na traqueia para a introdução de cânula (processo da traqueotomia) depende de diversos fatores, tais como:

Durabilidade da traqueotomia (prolongada ou de curta duração);

Condições da pele e músculo ao redor da traqueia;

Condições físicas do paciente.

Considerando uma traqueotomia baixa, de curta duração, executada em paciente hígido, submetido, anteriormente, a uma tireoidectomia total, com esvaziamento ganglionar e, portanto, com a pele do pescoço descolada devido ao processo cirúrgico, teremos um tempo médio de cicatrização da traqueia em torno de 30 dias, após a retirada da cânula.

Nesse caso, o orifício da pele do pescoço fechar-se-á, primeiramente, em pouco menos que 5 (cinco) dias, utilizando-se ponto falso feito com tiras de esparadrapo postadas em formato de “X”, fazendo-se pregas para agilizar a cicatrização (mantém o orifício colabado e aproxima, da traqueia, o tecido da pele e músculo, acelerando a aderência).

A traqueia é constituída por músculo liso, revestida internamente por um epitélio ciliado e externamente encontra-se reforçada por anéis de cartilagem. Por isso, o fechamento do seu orifício é mais lento e de forma gradativa.

A medida que o orifício diminui de tamanho, até chegar a uma abertura mínima, é possível a percepção de som, este produzido analogamente ao apito (o som é produzido pela vibração do ar ao passar por uma aresta).

Isto constitui um sinal, juntamente com a presença de pequenas bolhas de ar ao redor da traqueia, de que seu orifício está prestes a fechar (em média 2 dias para o fechamento total).

Após o fechamento total do orifício, é acelerado o processo de aderência da pele e absorção da fibrose que por ventura tenha sido criada.

Observação: esse relato foi feito baseado em experiência com um paciente, conforme descrito no texto, não sendo comprovado como regra geral.

  • Bové, M. J., Sherif Afifi, M. (2010). Tracheotomy procedure. Chapter 2, in "Tracheostomies, The Complete Guide". by Dr. Linda Morris PhD APN CCNS, Dr. M. Sherif Afifi MD FCCM FCCP. Springer P. C..
  • Santos, V., Cesaretti, I. (2015). Assistência em estomaterapia: cuidando de pessoas com estomia (2ªed) São Paulo, Brasil: Atheneu.
  • Snobe, HM (2006). Traqueostomia: como Cuidar, In IUR Cesaretti, Paula, MAB & Paula, PR – Estomaterapia: Temas Básicos em Estomas. São Paulo: Cabral Editora, pp. 211-224.
  • Tim Price (2004). Wath is a Tracheostomy?. Chapter 2, in "Tracheostomy, a Multiprofessional Handbook". C Russel and B Matta. Cambridge University Preess // Greenwich Medical Media Limited.

Ligações externas

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