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Transtorno somatoforme

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Transtorno somatoforme
Transtorno somatoforme
Sintomas psicológico são mais comuns após notícias trágicas.
Especialidade psiquiatria, psicologia clínica, psicossomática
Classificação e recursos externos
CID-10 F45
CID-9 300.8
CID-11 767044268
DiseasesDB 1645
eMedicine med/3527
MeSH D013001
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Transtorno somatoforme é a classificação médica para doenças que persistem apesar dos transtornos físicos presentes não explicarem nem a natureza e extensão dos sintomas, nem o sofrimento e as preocupações do sujeito. Está associado à busca persistente de assistência médica e de familiares e amigos.[1][2]

Classificação

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Esses transtornos costumam gerar grande custo com múltiplos exames, médicos diferentes e internações.[3]

Os transtornos somatoformes podem ser divididos em[1]:

Transtorno caracterizado essencialmente pela presença de sintomas físicos, múltiplos, recorrentes e variáveis no tempo, persistindo ao menos por dois anos. A maioria dos pacientes teve uma longa e complicada história de contato tanto com a assistência médica primária quanto especializada durante as quais muitas investigações negativas ou cirurgias exploratórias sem resultado podem ter sido realizadas. Os sintomas podem estar referidos a qualquer parte ou sistema do corpo. O curso da doença é crônico e flutuante, e freqüentemente se associa a uma alteração do comportamento social, interpessoal e familiar.[1]

Remédios para depressão e ansiedade podem ajudar a reduzir os sintomas.[3]

Preocupação persistente com a presença eventual de um ou de vários transtornos somáticos graves e progressivos. Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação duradoura com a sua aparência física. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são freqüentemente interpretados pelo sujeito como anormais ou perturbadores. A atenção do sujeito se concentra em geral em um ou dois órgãos ou sistemas. Existem freqüentemente depressão e ansiedade importantes, e que podem justificar um diagnóstico suplementar.[1]

O paciente atribui seus sintomas a um transtorno somático de um sistema ou de órgão inervado e controlado, em grande parte ou inteiramente, pelo sistema neurovegetativo: sistema cardiovascular, gastrointestinal, respiratório e urogenital. Os sintomas são habitualmente de dois tipos, sendo que nenhum dos dois indica transtorno somático do órgão ou do sistema referido. O primeiro tipo consiste de queixas a respeito de um hiperfuncionamento neurovegetativo, por exemplo palpitações, transpiração, ondas de calor ou de frio, tremores, assim como por expressão de medo e perturbação com a possibilidade de uma doença física. O segundo tipo consiste de queixas subjetivas inespecíficas e variáveis, por exemplo dores e sofrimentos, e sensações de queimação, peso, aperto e inchaço ou distensão, atribuídos pelo paciente a um órgão ou sistema específico.[1]

Queixa predominante é uma dor persistente, intensa e angustiante, dor esta não explicável inteiramente por um processo fisiológico ou um transtorno físico, e ocorrendo num contexto de conflitos emocionais e de problemas psicossociais suficientemente importantes para permitir a conclusão de que os mesmos sejam a causa essencial do transtorno. O resultado é em geral uma maior atenção em suporte e assistência quer pessoal, quer médica. Uma dor considerada como psicogênica mas ocorrendo no curso de um transtorno depressivo ou de uma esquizofrenia não deve ser aqui classificada.[1]

Preocupação com um defeito imaginado na aparência. Se alguma anomalia física está presente, a preocupação da pessoa é claramente excessiva. Essa preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional (por exemplo causando dificuldade na socialização ou problemas de saúde).[2]

Múltiplas queixas de sintomas físicos (com causas psicológicas), que variam com o tempo e são persistentes, mas que não correspondem ao quadro clínico completo e típico de nenhum outro transtorno somatoforme.[1]

Estima-se que transtornos somatoformes sejam a principal causa das queixas médicas de 2% das mulheres e 0,2% dos homens em serviços de saúde.[3]

Existem múltiplas causas a serem identificadas pelo psicólogo[4]:

  • Mecanismo de defesa subconsciente contra fonte de estresse;
  • Intensificação dos sintomas por causas psicológicas;
  • Pensamento catastrófico relacionado aos sintomas físicos (de forma similar ao transtorno do pânico;
  • Benefícios recebidos graças a doença (como faltar a escola/trabalho, receber atenção e apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde e evitar lidar com outros problemas).
É comum que esteja associado a outro transtorno psiquiátrico, como depressão, transtorno de ansiedade generalizada ou transtorno de estresse pós-traumático. [5]

O diagnóstico é feito por exclusão, ou seja, apenas quando todas as causas orgânicas prováveis são descartadas pode-se tentar o diagnóstico de um transtorno somatoforme. Os critérios segundo o DSM-IV são[2]:

  • História de muitas queixas físicas com início antes dos 30 anos, ocorrendo ao longo de vários anos, e resultando em busca de tratamento constante ou prejuízo significativo.
  • Sintomas individuais ocorrendo em qualquer momento:
    • Quatro sintomas de dor (relacionadas a locais ou funções diferentes);
    • Dois sintomas gastrointestinais (além de dor);
    • Um sintoma sexual (além de dor);
    • Um sintoma "pseudoneurológico" (além de dor).
  • Após investigação apropriada, cada um dos sintomas não pode ser completamente explicada por uma conhecida condição médica geral nem como efeitos diretos de uma substância OU;
  • Quando há uma condição médica relacionada, as queixas físicas e prejuízos resultante são excessivos baseando-se no que seria esperado a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais.

Método diagnóstico alternativo

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Como a maior parte dos transtornos somatoformes estão classificados como indiferenciados, uma alternativa para fazer esse diagnóstico resumindo a um único critério: "4 sintomas para homens ou 6 sintomas para mulheres, por mais de 2 anos, variando em intensidade nesse tempo, sem causa orgânica identificável apesar de persistente investigação por múltiplos profissionais". [6][7].

Costuma estar associado ao:

É importante compreender que os sintomas são reais e dolorosos. Assim como é comum que uma pessoa recebe péssimas notícias sinta falta de ar, dor de cabeça, tontura e náusea, não são necessários causas orgânicas para sofrer enorme mal estar. Quanto maior o impacto psicológico, mais grave são os sintomas. Porém, ao mesmo tempo que não se deve tratar com indiferença e desprezo, também não se deve submeter aos exageros do paciente, nem às tentativas de manipulação para evitar responsabilidades.[8]

Esses transtornos são muito incômodos e desgastantes para os profissionais de saúde e podem causar grande prejuízo financeiro e desgaste emocional para a família do indivíduo. Para tratar transtornos somatoformes é recomendado que o paciente faça psicoterapia para encontrar e tratar a raiz de seus sintomas.[9]

Referências

  1. a b c d e f g Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Doenças 10a edição.(2008) http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm Arquivado em 2 de fevereiro de 2013, no Wayback Machine.
  2. a b c American Psychiatric Association. Task Force on DSM-IV. (2000). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-IV-TR. American Psychiatric Pub. ISBN 978-0-89042-025-6. pp 485
  3. a b c http://www.minddisorders.com/Py-Z/Somatization-disorder.html#b
  4. http://www.minddisorders.com/Py-Z/Somatization-disorder.html#b
  5. Hotopf, Matthew, Michael Wadsworth, and Simon Wessely. "Is 'somatisation' a defense against the acknowledgement of psychiatric disorder?" Journal of Psychosomatic Research 50 (2001): 119-124.
  6. Escobar JI, Rubio-Stipec M, Canino G, Karno M (1989). "Somatic symptom index (SSI): a new and abridged somatization construct. Prevalence and epidemiological correlates in two large community samples". J. Nerv. Ment. Dis. 177 (3): 140–6. doi:10.1097/00005053-198903000-00003. PMID 2918297.
  7. Lynch DJ, McGrady A, Nagel R, Zsembik C (1999). "Somatization in Family Practice: Comparing 5 Methods of Classification". Primary care companion to the Journal of clinical psychiatry 1 (3): 85–89. doi:10.4088/PCC.v01n0305. PMC 181067. PMID 15014690.
  8. http://www.psicosite.com.br/tra/sod/somatoforme.htm
  9. http://www.marisapsicologa.com.br/doencas-psicossomaticas-e-somatizacao.html