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Thomas Harlan

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Thomas Harlan
Thomas Harlan
Harlan i Berchtesgaden, 2007
foto: Oliver Mark, 2007
Nascimento 19 de fevereiro de 1929
Berlim
Morte 16 de outubro de 2010 (81 anos)
Berchtesgaden
Sepultamento Berlim
Cidadania Alemanha
Progenitores
Cônjuge Katrin Seybold
Irmão(ã)(s) Maria Körber
Ocupação diretor de cinema, escritor
Página oficial
http://www.thomasharlan.com

Thomas Harlan (Berlim, 19 de fevereiro de 1929Schönau am Königssee, 16 de outubro de 2010) foi um escritor e realizador alemão, filho do também realizador e actor Veit Harlan e da atriz Hilde Körber.

Torre Bela (filme), de 1977, que mostra a “ocupação selvagem” de uma propriedade agrícola em Portugal, no Ribatejo, é a sua primeira obra cinematográfica.


O seu pai, conhecido pela sua ideologia nazi e recordado como autor de um filme intitulado Jude Süß (O Judeu Süß) – estreado em Portugal a 1 de Maio de 1941 – introduz o jovem Harlan no círculo de relações de Hitler e Goebbels. No ano de estreia desse filme, Thomas, com vinte e dois anos, é comandante da marinha da Juventude Hitleriana.

Thomas Harlan, amadurecido por uma trágica experiência, tomando consciência das coisas, decide tornar-se um «alemão revolucionário» e vai estudar filosofia e matemática para Paris em 1948. Estabelece relações de amizade com Gilles Deleuze, Michel Tournier, Pierre Boulez e Klaus Kinski.

Escreve peças de teatro, poesia e prosa. Funda em 1958, com Klaus Kinski e Jörg Henle, o Junge Ensemble, em Berlin, onde estreia uma peça célebre : Ich selbst und kein Engel – Chronik aus dem Warschauer Ghetto (Eu Mesmo e Anjo Nenhum – Crónica do Getto de Varsóvia).

Empreende, entre 1959 e 1964 uma pesquisa na Polónia sobre criminosos de guerra nazis. Este seu trabalho conduzirá à acusação de cerca de dois mil alemães ainda vivos, envolvidos em crimes de guerra, o que dará origem a um processo movido contra ele por alegadamente ter passado documentos secretos aos meios de comunicação polacos.

Vai para a Itália, onde se junta à Lotta Continua. Regressa de novo a França. Começa a viajar pelo mundo para lugares onde activistas de esquerda lutam contra o colonialismo. Milita contra a ditadura e o fascismo um pouco por todo o lado. Alia-se ao movimento contra o general Pinochet no Chile.

Chega a Portugal em 1975, na sequência de um trabalho sobre o movimento das migrações operárias, para um instituto de Roma, o EMIM. Associa-se logo depois a um grupo que estuda o exército como instituição, neste caso o exército chileno. É o conselheiro cultural de Valparaíso, Jacques d’Arthuys (ex-director do Instituto de Cultura Chileno, que organizará com Jean Rouch em 1978 um atelier de Super 8 em Moçambique a pedido do governo), acabado de se instalar na cidade do Porto, quem o leva a ir mais longe : «tentar, na sequência do trabalho, fazer uma análise do caso, aparentemente único, do exército colonial português, vencido e reconvertido em qualquer coisa como um embrião do exército popular».

A Agência Francesa de Imagens (a primeira agência francesa independente de fotografia) aceita produzir um filme sobre esse tema. É constituída uma equipa que começa a filmar em Portugal a 11 de Março de 1975, dia do golpe militar de direita no qual está envolvido o general Spínola.

Durante as filmagens feitas numa das assembleias do regimento de artilharia RAL I, um solado faz um relatório sobre o movimento camponês e revela a ocupação iminente das propriedades da família real de Bragança, do Duque de Lafões. A equipa opta por se dirigir ao local e aí fica filmando durante oito meses.

Em 2000, Thomas Harlan publica um romance histórico intitulado "Rosa", que ilustra os crimes nazis praticados na Polónia. No documentário Thomas Harlan - Wandersplitter (2007) o seu colega e amigo Christoph Hübner dá-nos a ver retalhos da sua vida, «estilhaços que nos penetram com violência no corpo e nos fazem sofrer por muito tempo».

Fragilizado, Harlan vive num sanatório em Berchtesgaden, na Alemanha, É aí que, com a ajuda de Christoph Hübner, tece os «fragmentos do seu passado».

  • 1977 – Torre Bela (filme) ou A Terra –Torre Bela (título da versão longa)
  • 1984 – Wundkanal, Hinrichtung für vier Stimmen
  • 1991 - Remembrance

Artigos relacionados

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Ligações externas

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