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Terapia interpessoal

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A terapia interpessoal (TIP) é uma breve psicoterapia que se centra na resolução de problemas interpessoais e na recuperação sintomática. É um tratamento empiricamente comprovado que segue uma abordagem altamente estruturada e com tempo limitado, e destina-se a ser concluída no prazo de 12 a 16 semanas. A terapia está baseada no princípio de que as relações e circunstâncias da vida impactam o humor, e que o inverso também é verdadeiro.[1][2] Ela foi desenvolvida na década de 1970 por Gerald Klerman e Myrna Weissman para tratar o transtorno depressivo maior e desde então tem sido adaptada para outros transtornos mentais.[3] A TIP é uma intervenção empiricamente validada para transtornos depressivos, e é mais eficaz quando usada em combinação com medicamentos psiquiátricos. Juntamente com a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a TIP está recomendada nas diretrizes de tratamento como um tratamento psicossocial de escolha,[4][5] e a TIP e o TCC são as únicas intervenções psicossociais para as quais residentes de psiquiatria nos Estados Unidos têm a obrigação de serem treinados para a prática profissional.[6]

Originalmente chamada de terapia de "alto contato", a TIP foi desenvolvida pela primeira vez em 1969, na Universidade de Yale, como parte de um estudo feito por Gerald Klerman, Myrna Weissman e colegas para testar a eficácia de um antidepressivo com e sem a psicoterapia como tratamento de manutenção da depressão.[7][8] A TIP tem sido estudada em muitos protocolos de pesquisa desde o seu desenvolvimento.[9][10]

A TIP foi influenciada pela TCC e também por abordagens psicodinâmicas. Da TCC, a TIP pega a limitação de tempo, o emprego do dever de casa, as entrevistas estruturadas e os instrumentos de avaliação.[11]

O conteúdo da TIP foi inspirada pela teoria do apego e a psicanálise interpessoal de Harry Stack Sullivan.[12] Ao contrário das abordagens psicodinâmicas, o TIP não inclui uma teoria da personalidade ou tenta conceitualizar ou tratar a personalidade, mas foca em aplicações humanísticas de sensibilidade interpessoal.[13][14]

Referências

  1. «Is IPT time-limited psychodynamic psychotherapy?». The Journal of Psychotherapy Practice and Research. 7. PMC 3330506Acessível livremente. PMID 9631340 
  2. «Interpersonal Therapy (IPT)» 
  3. «Interpersonal Psychotherapy for Mental Health Problems: A Comprehensive Meta-Analysis». American Journal of Psychiatry. 173. PMID 27032627. doi:10.1176/appi.ajp.2015.15091141 
  4. «Interpersonal Psychotherapy for Depression: A Meta-Analysis». American Journal of Psychiatry. 168. PMC 3646065Acessível livremente. PMID 21362740. doi:10.1176/appi.ajp.2010.10101411 
  5. «Comparative Efficacy of Seven Psychotherapeutic Interventions for Patients with Depression: A Network Meta-Analysis». PLoS Medicine. 10. PMC 3665892Acessível livremente. PMID 23723742. doi:10.1371/journal.pmed.1001454 
  6. Hollon, Steven D.; Beck, Aaron T. «Cognitive and Cognitive-Behavioral Therapies». Bergin and Garfield's Handbook of Psychotherapy and Behavior Change. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-118-41868-0 
  7. «A Brief History of Interpersonal Psychotherapy». Psychiatric Annals. 36 
  8. «Interpersonal Psychotherapy: Past, Present and Future». Clinical Psychology & Psychotherapy. 19. PMC 3427027Acessível livremente. PMID 22331561. doi:10.1002/cpp.1774 
  9. «Treatment of Depression by Drugs and Psychotherapy». American Journal of Psychiatry. 131. PMID 4587807. doi:10.1176/ajp.131.2.186 
  10. «The efficacy of drugs and psychotherapy in the treatment of acute depressive episodes». The American Journal of Psychiatry. 136. PMID 371421 
  11. Weissman, MM; Markowitz, JC; Klerman, GL (Setembro de 2016). Clinician's quick guide to interpersonal psychotherapy. [S.l.: s.n.] 
  12. https://books.google.ca/books?id=emXzjtZmULEC
  13. Hall, Judith A.; Andrzejewski, Susan A. (2009). «Encyclopedia of Human Relationships». ISBN 9781412958462. doi:10.4135/9781412958479.n291 
  14. Prochaska (1984). Systems of Psychotherapy: A Transtheoretical Analysis. [S.l.: s.n.]