Saltar para o conteúdo

Moana (cantora)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Moana
Nascimento Moana Maniapoto
22 de junho de 1961 (63 anos)
Invercargill
Cidadania Nova Zelândia
Progenitores
  • Nepia Maniapoto
  • Bernadette Margaret Honywood
Cônjuge William Wakatere Jackson
Filho(a)(s) Kimiora Hikurangi Elijah Jackson
Alma mater
  • St Joseph's Maori Girls' College
Ocupação cantora, autora-compositora, cineasta, realizadora de documentários
Prêmios
Instrumento voz
Página oficial
http://www.moananz.com/

Moana Maree Maniapoto (22 de junho de 1961) é uma cantora, compositora e documentarista neozelandesa.[1] Considerada uma das artistas indígenas de maior sucesso da Nova Zelândia,[2] a sua música é descrita como uma fusão de haka, cantos e taonga pūoro tradicionais Māori, com soul contemporâneo, reggae e estilos clássicos.[3] Moana foi brevemente casada com o político e radialista neozelandês Willie Jackson, período durante o qual ela utilizava o nome Moana Maniapoto-Jackson, até se divorciar em 2001. Em 2016, foi incluída no Hall of Fame da Música da Nova Zelândia.

Moana Maree Maniapoto nasceu em Invercargill, Nova Zelândia, onde foi criada como católica romana, sendo o seu primo Max Mariu, o primeiro bispo da Igreja Católica de ascendência ou etnia māori.[3] Frequentou o St Joseph's Māori Girls' College em Napier[4] e completou o ensino médio no McKillop College, em Rotorua,[5] prosseguindo os seus estudos na Faculdade de Direito de Auckland, onde pagou parte das propinas ao cantar covers no competitivo circuito de clubes de Auckland.[3] Durante os anos de faculdade, começou a questionar as suas crenças religiosas e as abandonou totalmente após o nascimento de seus filhos, passando a se considerar uma seguidora da espiritualidade tradicional Māori. [6]

1986–1998: Moana and the Moahunters

[editar | editar código-fonte]

Em 1986, Moana estreou-se como artista solo e lançou o tema "<i>Kua Makona</i>" como parte de uma campanha de prevenção para o Alcohol Advisory Council da Nova Zelândia. A música foi produzida por Maui Dalvanius Prime e alcançou 27ª posição na lista de singles da RIANZ. Em 1989, Moana formou a banda Moana and the Moahunters com Teremoana Rapley e Mina Ripia.

Em 1990, a banda lançou o tema "Black Pearl", que alcançou o 2º lugar na tabela de singles nacionais em 1991, rendendo a Moana o seu primeiro single de ouro.[3]

Em 1991, Moana and the Moahunters lançaram "AEIOU (Akona Te Reo)", que combinava rap com música tradicional Māori. A letra do single incentivava os jovens Māori a preservar a sua cultura e tradições, aprender sobre a sua história e apelava a que todos os neozelandeses aprendessem a língua Māori.[7] A canção foi nomeada para vários prêmios em 1991.[8] A banda lançou o seu primeiro álbum Tahi em agosto de 1993.[9]

O segundo álbum da banda, Rua, combinava pop, hip-hop e música Māori. As músicas abordavam temas como a espiritualidade e profecia. A capa do álbum usava símbolos tradicionais Māori. Outras canções discutiam questões coloniais, como o Tratado de Waitangi, assinado entre o povo Māori e o governo britânico na década de 1840.[10] O grupo conquistou um disco de ouro na Nova Zelândia e um single de sucesso. Moana abandonou o grupo após se apresentar a solo no Vancouver Folk Festival de 1998.

Promoção da cultura Māori

[editar | editar código-fonte]

Moana and the Moahunters destacaram-se pelo seu activismo e papel de divulgadores da identidade e música Māori durante um período em que a língua Māori e a sua cultura não eram nem divulgados nem aceites pela corrente mainstream.[7] O seu trabalho teve uma significante influência, devido ao seu estilo inovador e alternativo, junto do público, sobretudo das camadas mais novas.[11] Para além da música, o grupo ficou bem conhecido pelo seu uso da dança tradicional haka. Durante os concertos eram projectadas imagens do povo Māori e suas tradições, tais como as tatuagens Tā moko.

Apesar de atuarem maioritariamente em inglês, já que a maioria dos jovens Māori não falava o idioma dos seus antepassados no início da década de 1990, as letras do grupo enfatizavam a necessidade de estudar a sua história e cultura. Quando o grupo recebeu o prêmio da Indústria Musical da Nova Zelândia em 1992, acusaram a rádio neozelandesa de discriminação contra grupos maori, cuja música era categorizada como "underground" e recusada pelos DJs.[12]

2002 – presente: Moana and the Tribe

[editar | editar código-fonte]
Moana and the Tribe (Nova Zelândia), 11º Horizonte World Music Festival (2013) em Koblenz (Alemanha)

Em 2002, Moana formou a banda Moana and the Tribe que consistia num grande colectivo de músicos e performers apaixonados pela cultura Māori. Desde a sua formação, a banda se tornou uma das bandas indígenas de maior sucesso na Nova Zelândia. [13]

Em maio de 2008, Moana lançou o albúm Wha, seguindo-se tournés em 2008 e 2009 pela Alemanha, Austrália, Holanda, Turquia e Nova Zelândia. Em junho de 2009, apresentou e atuou na sessão de abertura da Bienal de Veneza.

Em 2014, Moana e sua banda formaram a Boomerang Collaboration com a banda escocesa Breabach, Shellie Morris, Casey Donovan e Djakapurra, atuando no festival Womad NZ, na Sydney Opera House, na Austrália, e na HebCelt, na Escócia. O albúm Rima foi finalista do Vodafone NZ Music Awards 2015 e a música "Upokohue" finalista do Prêmio APRA Maioha. Conquistou o 2º lugar na categoria Música do Mundo no Unisong International Song Contest.

Outras atividades

[editar | editar código-fonte]

Moana faz parte de uma premiada equipa de cineastas, liderada pelo seu parceiro e membro da banda Toby Mills. A sua obra documental inclui Guarding the Family Silver, exibido no National Geographic All Roads Film Festival e The Russians are Coming, exibido na Sydney Opera House durante o Message Sticks Indigenous Film Festival em 2012.[13]

Também escreve regularmente para o jornal semanal on-line Māori e do Pacífico e-tangata .

Moana é ainda apresentadora do programa semanal de televisão de atualidades Te Ao with Moana da Māori Television.[14]

Reconhecimento

[editar | editar código-fonte]

Moana vendeu o grande prêmio no Concurso Internacional de Composição Musical de 2003 com sua canção "Moko".[15][16]

Nas homenagens ao aniversário da rainha, em 2004, Moana foi nomeada Membro da Ordem de Mérito da Nova Zelândia, pelos serviços prestados aos Māori e à música tradicional.[17] É também a vencedora vitalícia do Toi Iho Māori Made Mark e recebeu o prêmio Te Tohu Mahi Hou a Te Waka Toi de 2005 da Te Waka Toi (Creative NZ), em reconhecimento da sua liderança e contribuição para o desenvolvimento de novas direções na arte maori. Moana recebeu ainda um Music Industry Award no Maori Waiata 2008 Awards, também pela sua contribuição positiva para a música Māori.[3]

Álbuns de estúdio

[editar | editar código-fonte]
Lista de álbuns de estúdio
Título Dados do Albúm Gráfico de posições
Nova Zelândia [18]
Tahi
(como Moana and the Moahunters)
  • Lançado: agosto de 1993
  • Editora: Southside Records, Festival Records (D30787)
  • Formato: CD, Cassete
16
Rua
(como Moana and the Moahunters)
  • Lançado: fevereiro de 1998
  • Editora: Tangata (TANGCD532)
  • Formato: CD, cassete
24
Toru
(como Moana and the Tribe)
  • Lançado: 2003
  • Rótulo:
  • Formato: CD
Wha
(como Moana and the Tribe)
  • Lançado: 2008
  • Editora: Ode Records (BP001)
  • Formato: CD
Acustic
(como Moana and the Tribe)
  • Lançado: 2010
  • Editora: RAJON (RRCD44)
  • Formato: CD
  • Gravado em 2004 no Helen Young Studios, Auckland
Rima
(como Moana and the Tribe)
  • Lançado: setembro de 2014
  • Editora: Blackpearl
  • Formato: DD

Álbuns de compilação

[editar | editar código-fonte]
Lista de compilações
Título Detalhes do álbum
The Best of Moana and the Tribe
  • Lançado: fevereiro de 2012
  • Editora: Blackpearl
  • Formato: DD

Versões extendidas

[editar | editar código-fonte]
Lista de EP
Título Detalhes Gráfico de posições
Nova Zelândia[18]
Kua Makona
(como Moana)
  • Lançado: 1987
  • Editora: Maui Records (MAUIEP 11)
  • Formato: 12" LP
30
Lista de Singles
Título Ano Posições Álbum
Nova Zelândia [18]
como Moana
1986 "<i>Kua Makona</i>" 27 Kua Makona
como Moana and the Moahunters
1990 "Black Pearl" 2 Tahi
1991 "AEIOU" 31
1993 "Peace, Love and Family" / "<i>Kua Makona</i>" 23
"I'll Be the One" / "Rebel in Me" 39
1994 "Tahi" 9
1995 "Give It Up Now" 24 Rua
1996 "Prophecies" -
"Treaty" -
1997 "Bird in a Tree" -
1998 "Moko" -
como Moana and the Tribe
2014 "Whole Worlds Watching" - Rima
2016 "Huakirangi" -
"Fire in Paradise" (com participação de Skarra Mucci) -

 

  1. Kara, Scott (31 May 2008). «Just wha enough». The New Zealand Herald. Consultado em 16 February 2010  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  2. «Moana Maniapoto | NZ Artist Directory». NZ Music Commission. Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. a b c d e «The Arts Foundation : Moana Maniapoto – Biography». The Arts Foundation. Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "artsFoundation" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  4. Bridgeman, Shelley (4 November 2007). «Singing the same song». The New Zealand Herald. Consultado em 16 February 2010  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  5. Malcolm Mulholland, "St Joseph's Maori Girls' College, Huia, Wellington, 2022, p. 234.
  6. «Moana Maniapoto: Losing my religion». e-tangata.co.nz. 22 April 2018. Consultado em 19 October 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  7. a b Sheehan, Maree (2 February 2016). «Mana Wahine: Māori Women in Music». Te Kaharoa. 9 (1). ISSN 1178-6035. doi:10.24135/tekaharoa.v9i1.12Acessível livremente. Consultado em 15 February 2022  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Sheehan" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  8. Maxwell, Ian. "Sydney Stylee: Hip-Hop Down Under Comin’ Up." In Global Noise: Rap and Hip-Hop Outside the USA, 259–279. Middletown: Wesleyan University Press, 2001.
  9. «Moana and the Tribe – New Zealand Musicians & Bands». muzic.net.nz. Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  10. Anne-Marie de Bruin. «Moana and the Maori Culture». Consultado em 8 April 2008  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  11. «Tangata Records – Moana». Consultado em 11 April 2008. Arquivado do original em 17 January 2008  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  12. Mitchell, Tony. "Kia Kaha! (Be Strong!): Maori and Pacific Islander Hip-hop in Aotearoa-New Zealand." In Global Noise: Rap and Hip-Hop Outside the USA, ed. Tony Mitchell, 280–305. Middletown: Wesleyan University Press, 2001.
  13. a b «Moana Maniapoto – Profile». Consultado em 27 July 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "officialbio" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  14. «Te Ao with Moana». Consultado em 15 August 2021  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  15. «ISC IS Pleased to announce the 2003 winners». International Songwriting Competition. Consultado em 17 December 2003. Arquivado do original em 13 December 2005  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  16. Reid, Graham (12 September 2003). «Moana: Toru». The New Zealand Herald. Consultado em 16 February 2010  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  17. «Queen's Birthday honours list 2004». Department of the Prime Minister and Cabinet. 7 June 2004. Consultado em 30 May 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  18. a b c «MOANA & THE MOAHUNTERS Discography». charts.nz. Consultado em 22 August 2021  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "NZCharts" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
[editar | editar código-fonte]