Mimas (gigante)
Mimas (em grego clássico: Μίμας; romaniz.: Mímas), na mitologia grega, era um dos gigantes, filhos de Gaia, nascido do sangue despejado com a castração de Urano.[1] Segundo o prefácio das Fábulas de Higino, os gigantes eram filhos de Tártaro.
Mitologia
[editar | editar código-fonte]De acordo com o mitógrafo Pseudo-Apolodoro, Mimas foi morto durante a Gigantomaquia, a batalha cósmica dos gigantes com os Doze Olimpianos, por Hefesto com "mísseis de metal em brasa" de sua forja.[2] Em Íon de Eurípides (c. 410 a.C.), o coro, descrevendo as maravilhas do Templo de Apolo em Delfos do final do século VI a.C., conta que viu retratada ali a Gigantomaquia mostrando, entre outras coisas, Zeus queimando Mimas "até as cinzas" com seu raio.[3][4] Na Argonáutica de Apolônio de Rodes[5] e na Gigantomaquia de Claudiano, Mimas foi morto por Ares (ou no caso de Claudiano, pelo homólogo romano de Ares, Marte).[6] Mimas também é mencionado na companhia de outros gigantes, pelos escritores latinos Horácio[7][8] e Sêneca.[9]
Um fragmento de um dino ático de figura negra de Lido (Acrópole de Atenas 607; Arquivo Beazley 310147; LIMC 9257 (Gigantes 105)) datado do segundo quartel do século VI a.C., que representava a Gigantomaquia, mostra Afrodite com escudo e lança lutando contra um gigante também com escudo (exibindo uma grande abelha) e lança, cujo nome está inscrito (retrógrado) como "Mimos", possivelmente um erro de "Mimas".[10][11][12] Diz-se que foi enterrado em Prócida, uma das ilhas Flégreas, na costa de Nápoles.[13] Claudiano menciona Mimas como um dos vários gigantes vencidos cujas armas, como despojos de guerra, estavam penduradas em árvores numa floresta perto do cume do Monte Etna.[14] Mimas é possivelmente o gigante chamado Mimom na Gigantomaquia retratado no friso norte do Tesouro Sífnio em Delfos (c. 525 a.C.)[15] e uma taça de Vulcos (Berlim F2531; Arquivo Beazley 220533) do final do século V a.C. mostrando-o em luta contra Ares.[12][16]
Referências
- ↑ Hesíodo, Teogonia, 185.
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.6.2..
- ↑ Gantz 1996, p. 448.
- ↑ Eurípides, Íon, 205–218.
- ↑ Apolônio de Rodes, Argonáutica, 3.1225–7 (pp. 276–277).
- ↑ Claudiano, Gigantomaquia, 85–91 (pp. 286–287).
- ↑ Horácio, Odes, 3.4.49–51.
- ↑ Lyne 1995, 51.
- ↑ Sêneca, Hércules, 976–981 (pp. 126–127).
- ↑ Gantz 1996, p. 451.
- ↑ Beazley 1986, p. 39.
- ↑ a b Arafat 1990, p. 16.
- ↑ Sílio Itálico, Púnica, 12.143–151 (pp. 156–159).
- ↑ Claudiano, Rapto de Perséfone, 3.332–356 (pp. 368–371).
- ↑ Brinkmann 1985, N14 pp. 109, 124–125.
- ↑ Cook 1940, p. 56, Lâmina VI.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Arafat, K. W. (1990). Classical Zeus: A Study in Art and Literature. Oxônia: Clarendon Press
- Beazley, John D. (1986). The Development of Attic Black-Figure. Berkeley: University of California Press
- Brinkmann, Vinzenz (1985). «Die aufgemalten Namensbeischriften an Nord- und Ostfries des Siphnierschatzhauses». Bulletin de Correspondance Hellénique. 109: 77-130
- Cook, Arthur Bernard (1940). Zeus: A Study in Ancient Religion, Volume III: Zeus God of the Dark Sky (Earthquakes, Clouds, Wind, Dew, Rain, Meteorites), Part I: Text and Notes. Cambrígia: Cambridge University Press
- Gantz, Timothy (1996). Early Greek Myth: A Guide to Literary and Artistic Sources. Baltimore: Johns Hopkins University Press
- Lyne, R. O. A. M. (1995). Horace: Behind the Public Poetry. New Heaven: Yale University Press