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Mercedes Cabello

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Mercedes Cabello
Mercedes Cabello
Nome completo Juana Mercedes Cabello Llosa de Carbonera
Nascimento 7 de fevereiro de 1845
Moquegua
Morte 12 de outubro de 1909 (64 anos)
Lima
Nacionalidade Peruana
Ocupação Escritora

Mercedes Cabello (Moquegua, 7 de fevereiro de 1845 - Lima, 12 de outubro de 1909) foi uma escritora peruana e pioneira na luta pelos direitos das mulheres de seu país. Em suas obras e ensaios literários destacava os problemas socais que afligiam a sociedade peruana na época; e apoiava a educação e as oportunidades de empregos para as mulheres peruanas. Também foi a percursora do romance realista peruano.[1][2][3][4]

Suas obras sofreram influencia das escolas literárias do positivismo e do naturalismo; e possuíam um toque dramático, propício do romantismo.[5][6]

Nasceu no dia 7 de fevereiro de 1845, na cidade peruana de Moquegua, como Juana Mercedes Cabello Llosa. Na sua infância e adolescência, foi educada para ser dona de casa, o que era comum na época, e a ensinaram piano, costura e francês. Por volta de 1865, mudou-se para Lima, onde conheceu Urbano Carbonera, com quem se casou anos depois. Divorciou-se, devido aos atos de adultério praticado por seu marido. Após o divorcio, se dedicou a carreira de escritora.[1][2][4]

Passou a escrever para jornais e revistas, tanto nacionais quanto internacionais, usando o pseudônimo de Enriqueta Pradel. Depois passou a usar o seu próprio nome. Desde de 1876, frequentava as noites literárias organizadas por Juana Manuela Gorriti.[1][6]

Após ganhar o prêmio Ateneo de Lima, pelo romance Sacrificio y Recompensa escrito em 1886, recebeu muitos insultos e criticas dos homens intelectuais da época, por não acharem adequado uma mulher se destacar no meio literário.[5]

Em seus ensaios escrevia sobre a condição social da mulher, e apoiava uma educação mais abrangente e oportunidades de emprego para as mulheres peruanas. Em um de seus ensaios escreveu:[1]

"Es preciso que el hombre no vea en ella a un ser débil sumido en la ignorancia y privado de la luz de las ciencias. Para que ella pueda combatir  los errores del hombre es preciso darle una instrucción sólida y vasta."[1] (em português: É necessário que o homem não veja nela um ser fraco, perdido na ignorância e privado da luz da ciência. Para combater os erros dos homens, é necessário dar-lhes instruções sólidas e extensas.)

Em 1892, quando escreveu sua obra mais polêmica, El Conspirador, que fala sobre um político sem ética, Cabello foi insultada e sofreu ataques à sua identidade de gênero. E por se declarar contra a educação católica de meninas, passou a ser atacada também pelo clero. No ano de 1898, viajou para o Chile, em um autoexílio. Durante este período escreveu para alguns jornais e revistas chilenas. Em 1899, viajou para Argentina, e retornou para o Peru, em 1900.[3]

Logo após seu retorno ao Peru, foi internada no Manicômio de El Cercado, devido a loucura que a sífilis lhe provocou; naquela época não existia remédios ou tratamentos para a doença. Cabello faleceu em 12 de outubro de 1909.[1][2][3]

As obras Sacrificio y Recompensa, Blanca Sol, Las consecuencias, El conspirador, autobiografia de un hombre público, Novela moderna: estudio filosófico e La Religión de la Humanidad: Carta al señor Dn. Juan Enrique Lagarrigue foram declaras como Patrimônio Cultural da Nação peruana, pelo Ministério da Cultura, e se encontram mantidos na Biblioteca Nacional do Perú (BNP) acessíveis ao público.[5]

  • 1886 - Sacrificio y Recompensa.[5]
  • 1886 - Los amores de Hortensia.[1]
  • 1889 - Blanca Sol.[5]
  • 1889 - Las Consecuencias.[5]
  • 1892 - El Conspirador, autobiografia de un hombre público.[5]
  • 1892 - Novela moderna: estudio filosófico.[5]
  • 1893 - La Religión de la Humanidad: Carta al señor Dn. Juan Enrique Lagarrigue.[5]
  • 1893 - El Conde Leon Tolstoy.[6]

Referências

  1. a b c d e f g Ramírez, Verónica (20 de janeiro de 2022). «Mercedes Cabello de Carbonera, la lucha a través de la palabra». Fundación BBVA Perú (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2024 
  2. a b c Tamayo, Jair Miranda (23 de janeiro de 2022). «Mercedes Cabello de Carbonera (1845-1909)». Fuentes Históricas del Perú (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2024 
  3. a b c Arango-Ramos, Fanny. (1994). Mercedes Cabello de Carbonera: Historia de una verdadera conspiración cultural. Revista Hispánica Moderna, 47(2), 306–324.
  4. a b Prieto, Carolina. «Mercedes Cabello de Carbonera». Parlamento Andino (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2024 
  5. a b c d e f g h i «A produção acadêmica de Mercedes Cabello, precursora do feminismo no Perú, foi declarada Patrimônio Cultural da Nação». Infobae. 25 de março de 2022. Consultado em 8 de março de 2024 
  6. a b c Torres-Pou, Joan (janeiro de 1998). «Positivismo y feminismo en la producción narrativa de Mercedes Cabello de Carbonera: Estudios en Honor de Janet Pérez: El Sujeto Femenino en Escritoras Hispánicas». Estudios en Honor de Janet Pérez: El Sujeto Femenino en Escritoras Hispánicas: 245–256. Consultado em 8 de março de 2024