Ivan Konstantinovich Aivazóvski
Ivan Konstantinovich Aivazovskii | |
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Auto-retrato, 1874, óleo sobre tela, 70.5 × 62.5 cm, Galeria Uffizi, Florença[1] | |
Nascimento | 29 de julho de 1817 Teodósia, Crimeia, Império Russo |
Morte | 5 de maio de 1900 (82 anos) Teodósia, Crimeia, Império Russo |
Nacionalidade | Armênio |
Área | Pintura |
Formação | Academia de Artes da Rússia |
Movimento(s) | Romantismo[2] |
Ivan Konstantinovich Aivazovskii (em russo: Ива́н Константи́нович Айвазо́вский Teodósia, Crimeia, 29 de julho de 1817 – Teodósia, 5 de maio de 1900) foi um pintor russo de ascendência armênia, do movimento do romantismo, conhecido por suas paisagens marítimas. Morreu deixando um repertório de mais de seis mil obras, entre elas, a mais famosa, Nona Onda. Sua família era de origem armênia, residente do porto de Teodósia, na Crimeia, na margem do Mar Negro.
Um dos mais proeminentes artistas russos de sua época, Ivan era também extremamente popular fora do Império Russo. Expôs em diversas galerias pela Europa e Estados Unidos em seus mais de 60 anos de carreira. Foi um dos mais prolíficos pintores e apesar de grande parte de seus quadros serem de paisagens marítimas, ele também pintou cenas de batalhas, retratos de personalidades e paisagens da Armênia. Seus trabalhos hoje estão espalhados pela Europa, em museus na Rússia, Armênia, Ucrânia e em coleções particulares.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Ivan Aivazovsky nasceu em 17 de julho de 1817, em Teodósia, na Crimeia, na época parte do Império Russo, hoje na Ucrânia.[4] Seus registros de batismo são da Igreja Apostólica Armênia de St. Sargis, onde ele aparece como Hovhannes, filho de Gevorg Aivazian (em armênio/arménio: Գէորգ Այվազեանի որդի Յօհաննեսն).[5] Pouco se sabe sobre sua infância. Sabe-se que durante seus estudos na Academia de Artes da Rússia, ele era chamado pelo nome de Ivan Gaivazovsky[6] e se tornaria conhecido pelo nome de Aivazovsky a partir de 1840, quando esteve na Itália. Em 1844, ele já assinava cartas pessoais com a versão latinizada de seu nome: Giovani Aivazovsky.[5]
Seu pai, Konstantin (cerca de 1765–1840),[7] foi um mercador armênio de origem polonesa-lituana, da região da Galícia. Sua família migrou da região leste da Armênia para a Europa Ocidental ainda no século XVIII. Depois de vários conflitos familiares, Konstantin deixou a Galícia e se mudou para a Moldávia, depois indo para a Bucovina, antes de enfim se estabelecer em Teodósia, o começo de 1800. Inicialmente conhecido por Gevorg Aivazian (Haivazian ou Haivazi), ele alterou o sobrenome, adicionando o sufixo polaco -ski no final, tornando-se Gaivazovsky. Sua mãe, Ripsime, era armênia de Teodósia. O casal teve cinco filhos, sendo três meninas e dois meninos. O irmão mais velho de Ivan, Gabriel Aivazovsky, foi um proeminente historiador e arcebispo da Igreja Apostólica Armênia.[8][9]
No outono de 1836 Ivan apresentou cinco quadros de paisagens marítimas na academia onde estudava. A exposição e os seus quadros foram deveras apreciados. 1837 foi o ano em que se decidiu a aplicar-se na concretização de paisagens marinhas.
Viajou pela Itália (onde visitou Roma, Veneza, Florença e Pádua), a Alemanha, a França, a Espanha e os Países Baixos. Ficou em cada um destes países largos meses. Meses, esses, todos passados a pintar as mais belas paisagens marinhas da Europa. Nos referidos países também realizou algumas exposições todas com relativo sucesso. William Turner, um proeminente pintor inglês, ao visitar uma das exposições, ficou encantado com a complexa precisão e brilhante concepção dos ambientes marítimos, presentes nos quadros de Aivazovskii.
Em 1844, Ivan Konstantinovich volta à Rússia onde fica alguns meses. Depois volta a visitar a restante a Europa, tendo viajado para a Grécia. Seguidamente, descobre a África e a Ásia, tendo ido à Turquia e ao Egito.
De volta à Rússia, pinta os seus dois mais famosos quadros: Mar Negro e Nona Onda. Estes tiveram imenso sucesso e influência na pintura russa, desde então.
Já rico e bastante conhecido, esbanja imenso dinheiro a fazer caridade e abre, na sua cidade natal de Teodósia, na Crimeia, uma Academia de Belas-Artes, a primeira da cidade. Hoje em dia, os seus quadros encontram-se expostos nos melhores e maiores museus (Museu Hermitage e Museu Sakip Sabanci, por exemplo) e galerias de arte do mundo, e os seus quadros, em leilões, atingem exorbitantes valores.
Morte
[editar | editar código-fonte]Ivan Aivazovsky morreu em 19 de abril de 1900 (2 de maio pelo calendário gregoriano), em Teodósia.[10] Segundo seu testamento, ele foi sepultado no jardim da Igreja Armênia de St. Sargis, em um sarcófago branco de mármore, feito pelo escultor italiano L. Biogiolli, em 1901.[11] No epitáfio está escrito, em armênio:
“ | Nasceu mortal, mas deixou um legado imortal.[12] | ” |
Após sua morte, sua esposa Anna viveu praticamente reclusa, e faleceu em 25 de julho de 1944, sendo enterrada ao seu lado.[13]
Galeria
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The Ninth Wave, 1850. Óleo sobre tela, 221 × 332 cm
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The Caucasus, 1863. Óleo sobre tela, 41 x 63 cm
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Storm, 1871. Óleo sobre tela, 103 × 132,5 cm
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The Rioni River, 1870. Óleo sobre tela, 36 x 44 cm. Galeria Nacional da Armênia
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Exploding Ship, 1900. Óleo sobre tela, 67 x 96.5 cm
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Fragata à vela, 1838. Óleo sobre tela, 57x82 cm
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Moinho de vento na praia, 1837, óleo sobre tela
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Retrato do arcebispo Gabriel Aivazyan, 1883. Óleo sobre tela, 93 x 73 cm
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Retrato da esposa, Anna Burnazyan-Sarkisova, 1882. Óleo sobre tela, 73 x 62 cm
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Retrato do Conde M.T. Loris-Melikov, 1888. Óleo sobre tela.
Referências
- ↑ Markina, Lyudmila (2017). «The Many Faces of Ivan Aivazovsky». Moscow: Tretyakov Gallery. Investigations and Discoveries. 54 (1)
- ↑ «Вера Бодунова: Айвазовский — свой среди чужих». Kommersant (em russo) (137). 30 de julho de 2016. p. 4.
Это художник, который считается поздним романтиком.
- ↑ Leek, Peter (2012). Russian Painting. Col: Temptis. New York: Parkstone International. ISBN 978-1-85995-939-8. OCLC 795320658
- ↑ Ghazarian, Manya (1974). «Այվազովսկի [Aivazovsky]». Soviet Armenian Encyclopedia (em arménio). 1. Yerevan: Armenian Encyclopedia. pp. 350–351
- ↑ a b Harutiunian, Gr. (1965). Հովհաննես Այվազովսկու տոհմի ծագումնաբանությունը և ազգանվան փոփոխումը [Hovhannes Aivazovsky family genealogy and family name change]. Yerevan: Armenian Academy of Sciences. Bulletin of the Academy of Sciences of the Armenian SSR: Social Sciences (em arménio) (2): 89–94
- ↑ Petrov, Pyotr (1887). Указатель к Сборнику матеріалов для исторіи Императорской С.-Петербургской Академіи художеств за сто лѣт ея существованія [Index to the collection of materials for the history of the Imperial St. Petersburg Academy of Arts for 100 years of its existence] (em russo). St. Petersburg: M. M. Stasulevich. p. 51
- ↑ Mikaelian, V. A. (1991). И. К. Айвазовский и его соотечественники [H. K. Ayvazovsky and his compatriots]. Yerevan: Armenian Academy of Sciences. Lraber Hasarakakan Gitutyunneri (em russo) (1): 59–70. ISSN 0320-8117
- ↑ Donenko, Nikolay (2007). Православные монастыри: Симферопольская и Крымская епархия Украинской православной церкви Московского патриархата (em russo). [S.l.]: Sonat. p. 82.
О нем писал армянский епископ Гавриил (Айвазовский), брат выдающегося художника- мариниста...
- ↑ «Armenia's in Venice to Highlight Save Venice 2004». Asbarez. 23 de março de 2004
- ↑ Rogachevsky, Alexander. «Ivan Aivazovsky (1817–1900)». Tufts University. Cópia arquivada em 19 de março de 2014
- ↑ Yefremova, Svetlana (24 de julho de 2008). Оставил о себе бессмертную память. Respublika Krym (em russo). Cópia arquivada em 19 de março de 2014
- ↑ «Ivan Constantinovich Aivazovsky». Art Renewal Center. Consultado em 30 de setembro de 2013
- ↑ Obukhovska, Liudmyla (7 de agosto de 2012). «To a good genius ... Feodosiia marked the 195th anniversary of Ivan Aivazovsky's birth». Den