Ifeticar Adaulá
Ifeticar Adaulá | |
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Nascimento | século XI |
Morte | século XII |
Nacionalidade | Califado Fatímida |
Ocupação | Governador |
Ifeticar Adaulá (em árabe: إفتخار الدولة; romaniz.: Iftikhar ad-Dawla; lit. "orgulho da dinastia") foi o governador pelo Califado Fatímida de Jerusalém durante o cerco de 1099 conduzido pelos nobres cristãos da Primeira Cruzada.
Vida
[editar | editar código-fonte]Nada se sabe dos primeiros anos de sua vida. Aparece já no contexto da Primeira Cruzada, quando foi nomeado governador de Jerusalém em 1098 pelo vizir do Califado Fatímida Lavendálio. O último aproveitou a distração que os cruzados criaram com seu cerco de Antioquia para reconquistar a cidade, que já há alguns anos estava em mãos do Império Seljúcida.[1] Em janeiro de 1099, ciente do avanço cruzado rumo a sua capital, Ifeticar ficou em estado de alerta. Envenenou os poços fora do perímetro urbano, moveu o gado para dentro das muralhas, enviou com urgência um mensageiro ao Egito para obter reforços e ordenou que todos os cristãos, que eram a maioria da população, evacuassem a cidade, mas permitiu que os judeus permanecessem.[2][3] Possuía uma forte guarnição de tropas árabes e sudanesas que, embora fosse bem abastecida, era insuficiente para assegurar todos os muros e foi destruída após um cerco que durou seis semanas.[4]
Em 15 de julho, entregou Jerusalém para Raimundo IV de Tolosa e foi escoltado com seus homens, como prometido no ato de rendição, até Ascalão.[5] Pouco se sabe sobre ele além deste episódio, embora foi mencionado como governador de Ascalão após a queda de Jerusalém, o que sugere que era governador fatímida de toda a Palestina. O cronista sírio Bar-Hebreu refere-se a ele como "um homem do bairro dos egípcios", o que poderia indicar que era de origem núbia ou sudanesa, já que os homens de origem árabe ou turca eram geralmente especificados como tal. A autobiografia de Osama ibne Munquide citou um emir homônimo dos castelos locais de Abu Cubais, Cadmus e Alcafe, cuja irmã era casada com o tio de Osama, o governante de Xaizar.[6]
Referências
- ↑ Grousset 1934, p. 204-9.
- ↑ Grousset 1934, p. 213.
- ↑ Runciman 1992, p. 181–184.
- ↑ Dickson 1999.
- ↑ Richard 1999, p. 66.
- ↑ Nicolle 2003, p. 19.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dickson, Gary (1999). «Crusades». Britânica Online
- Grousset, René (1934). Histoire des croisades et du royaume franc de Jérusalem - I. 1095-1130 L'anarchie musulmane. Paris: Perrin
- Nicolle, David (2003). The First Crusade 1096-99: Conquest of the Holy Land. Oxônia: Osprey Publishing. ISBN 978-1841765150
- Richard, Jean (1999). The Crusades, C.1071-c.1291. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia
- Runciman, Steven (1992). The First Crusade. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 9780521232555