Grupo Metha
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Grupo Metha | |
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Nome(s) anterior(es) | Grupo OAS (1976-2021) |
Empresa de capital fechado | |
Atividade | Conglomerado |
Gênero | Privada |
Fundação | 1976 em Salvador, BA, Brasil |
Fundador(es) | Durval Olivieri (O), César Araújo Mata Pires (A) e Carlos Suarez (S) |
Sede | Salvador, (BA), Brasil |
Pessoas-chave | Josedir Barreto César de Araújo Mata Pires |
Empregados | 55.000 |
Produtos | Construção civil, Investimento privado e Imóveis |
Subsidiárias | KPE Engenharia Beyond E2 |
Faturamento | R$ 5,1 bilhões (2011)[1] |
Website oficial | Página oficial |
O Grupo Metha,[2] anteriormente conhecido como Grupo OAS, é um conglomerado brasileiro fundado em Salvador, Bahia em dezembro de 1976[3][4] com sede em São Paulo que atua em diversos países do mundo no ramo da engenharia civil.
Ela é formada pela KPE Engenharia, que opera na construção civil e pesada, e a Beyond que atua no segmento de saneamento básico. O Grupo presta serviços de Engenharia e Construção em 22 países na América do Sul, América Central, Caribe e no continente Africano.[5]
Através da E2, a empresa administra três estádios no Brasil: Arena do Grêmio, em Porto Alegre; Arena Fonte Nova, em Salvador; e Arena das Dunas, em Natal.[6][5]
Seu sócio majoritário é César Mata Pires, que detém 80% da empresa. José Adelmário Pinheiro possui 10% e os 10% restantes estão distribuídos entre sócios minoritários.[7]
Linha do tempo
[editar | editar código-fonte]1976/1985 — Atuação regional
[editar | editar código-fonte]Neste período, a OAS executou atividades de construção civil (clientes públicos e privados), na área imobiliária (residencial e comercial) e na agroindústria, atuando no estado da Bahia, bem como outros estados da região Nordeste.[carece de fontes]
1986/1993 — Atuação nacional
[editar | editar código-fonte]Nesta fase, a OAS expandiu suas atividades para praticamente todas as regiões em todo o país. Esta fase foi marcada pela grande diversificação de atividades da OAS, tais como a agroindústria (camarão, frutas); petroquímica; ambiental (coleta de lixo); montagem e energia (distribuição de gás industrial).[carece de fontes]
1994/1998 — Novos segmentos
[editar | editar código-fonte]O grupo decidiu concentrar-se na sede da OAS seu "Núcleo de Negócios" – construção pesada, montagem industrial e ambiental, devido às mudanças que ocorreu no cenário nacional. Portanto, trabalhou com a expertise de auto-suprimento de absorção destas áreas e agregou ao seu mercado de atuação.[carece de fontes]
1999/2002 — Consolidação
[editar | editar código-fonte]Nesta fase, o foco era a construção pesada e setores de concessão. As concessões a seguir foram agregados: Concessionária Litoral Norte (CLN), Rio Teresópolis (CRT) e Linha Amarela (LAMSA).[carece de fontes]
Desde 2003 — Atuação internacional
[editar | editar código-fonte]Nesta fase, uma maior participação nos investimentos do Governo Federal de vários países é procurado, especialmente nas áreas de petróleo, gás, infraestrutura e energia, em trabalhos ligados a programas estruturais. Inicia a exploração de oportunidades na área aeroportuária, em 2012 por meio da sua controlada Invepar arremata a concessão do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos em parceria com a sul-africana Airports Company South Africa (GRU Airport)[8] e em agosto de 2014 com a Invepar faz proposta ao Aeroporto Internacional do Galeão.[9]
A empreiteira também tem investido na África. Ela construirá parte de um novo porto em Nacala, Moçambique, que escoará parte do minério produzido no país.[10] Em Gana, a empreiteira construirá cinco mil casas por duzentos milhões de dólares - valor conseguido pelo governo ganês por empréstimo internacional.[11] Em fevereiro de 2014, a sede da OAS na Guiné foi alvo de protestos por parte da população. A empreiteira é envolvida em várias obras públicas no país.[12]
O grupo era formado pela Construtora OAS, a OAS Empreedimentos, que operava no segmento do mercado imobiliário, a OAS Investimentos, responsável por investimentos privados em infraestrutura e concessões de serviços públicos e privados, a OAS Arenas, responsável pela administração de estádios, uma fatia de 24,44% da OAS na Invepar, uma fatia no Estaleiro Enseada (17,5%), a OAS Soluções Ambientais, a OAS Óleo e Gás, que atuava no desenvolvimento de projetos de apoio às operações de exploração e produção, proprietária de cinco navios-sonda, e a OAS Defesa, que atuava na área bélica.[13][14]
Reestruturação
[editar | editar código-fonte]A OAS entrou em recuperação judicial em 31 de março de 2015, a qual durou até março de 2020.[15]
Em janeiro de 2021, a empresa passou a se chamar Metha e foi realizada com uma reestruturação societária que deu origem a uma segunda empresa, a Coesa, que ficou com parte dos ativos da antiga OAS, mas sem vinculação com o grupo. [16]
Foram criadas novas subsidiárias para o grupo, a KPE Engenharia, construtora que atua empreendimentos de infraestrutura pesada; a E2, que administra as arenas multifuncionais Fonte Nova, Arena do Grêmio e Arena das Dunas, e a Beyond, no setor de engenharia ambiental e saneamento. [5]
Em novembro de 2023, a sede do grupo foi transferida para Salvador.[17]
Polêmicas
[editar | editar código-fonte]Trabalho escravo
[editar | editar código-fonte]Em setembro de 2013, uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou que a OAS usava 150 trabalhadores em condições análogas às de escravos nas obras de ampliação do Aeroporto de Guarulhos. Eles foram aliciados em estados do nordeste e mantidos em condições degradantes. Além disso, Ministério Público do Trabalho (MPT) notou que a OAS praticou tráfico de pessoas e as submeteu a servidão por dívida.[18] Após mais de um mês de investigações conduzidas por uma força-tarefa que envolveu a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), MPT e a Vara Itinerante do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, a empreiteira foi multada em quinze milhões de reais.[19]
Em julho de 2014, a construtora entrou na "lista suja" da escravidão, uma relação das empresas que mantêm trabalho escravo elaborada pelo Governo Federal. A empreiteira foi responsabilizada por escravizar 124 pessoas na construção de torre comercial do Shopping Boulevard, em Minas Gerais. O Ministério Público do Trabalho concluiu que, entre junho e outubro de 2013, a OAS submeteu os trabalhadores a jornadas exaustivas e irregulares, gerando, além do mais, risco de acidentes de trabalho.[20]
Corrupção
[editar | editar código-fonte]Em agosto de 2015, a justiça condenou o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, e o diretor da área internacional da OAS, Agenor Medeiros, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Outros dois executivos da OAS foram condenados a 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa. Na sentença, o juiz Sergio Moro diz que o valor dos contratos e da propina indicam que a corrupção era uma "política corporativa" da OAS e que não era possível acreditar que a prática de crimes tenha sido iniciativa individual de um ou outro executivo.[21]
Em novembro de 2019, o grupo OAS assinou um acordo de leniência com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria Geral da União (CGU), comprometendo-se a pagar R$ 1,92 bilhão até 2047 à União, no valor de R$ 1,03 bilhão, e às empresas estatais lesadas.[15]
Principais obras
[editar | editar código-fonte]O Grupo OAS tem em seu portfólio mais de duas mil obras realizadas, incluindo estradas, ferrovias, portos, dutos, barragens, aeroportos, pontes, estádios, indústrias, shoppings, loteamentos, hotéis, condomínios residenciais e empresariais. Dentre eles, tais como o Estádio Olímpico Nilton Santos,[22] o Engenhão,[23][22] no Rio de Janeiro; a Linha 4 do Metrô de São Paulo;[22] a fábrica da Ford,[22] em Camaçari, na Bahia; o Aeroporto Zumbi dos Palmares,[22] na cidade de Maceió; a obra Canal Centenário,[22] em Salvador, realizada para eliminar os constantes alagamentos da Avenida Centenário e ruas próximas. A Avenida ainda ganhou dois parques, instalados no canteiro central sobre as placas de concreto que agora cobrem o canal que existe no local. A obra conta também com um conjunto de lazer com bancos, quiosques, ciclovia, pistas para caminhadas, gramado e equipamentos de ginástica. A reforma do Aeroporto de Congonhas e a Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo, uma construção com 144 estaios (cabos), planejado individualmente, que ligam uma torre de 138 metros de altura a duas modernas pistas em curva, cada uma com 1.200 metros de comprimento. O projeto foi o primeiro do tipo no mundo e já se tornou um cartão postal do centro econômico do país. Há também, a construção de alguns estádios de futebol, como a Arena das Dunas e a Arena do Grêmio, localizados em Natal e Porto Alegre, respectivamente.[carece de fontes]
Na América Latina
[editar | editar código-fonte]A empresa possui participação acionária na Invepar, uma das maiores empresas de concessão do Brasil, associada aos três maiores fundos de pensão do país – Previ, Petros e Funcef. A Invepar opera a Concessionária Litoral Norte (CLN) na Bahia, primeira concessão rodoviária do norte e nordeste, a Concessionária Rio-Teresópolis (CRT), a Concessionária Linha Amarela (LAMSA), ambas no Rio de Janeiro, a Concessionária Auto Raposo Tavares (CART) no interior do estado de São Paulo e o Metrô Rio, única concessão privada de metrô do país. O Grupo possui participações no Terminal Portuário do Guarujá (TPG), concebido como um terminal de contêineres moderno, construído e aparelhado com tecnologia de última geração para receber os navios mais eficientes da atualidade, do tipo post-panamax, e operar servindo todas as linhas de navegação. O Grupo conta, ainda, com participação no Estaleiro da Bahia S.A (EBASA), que terá como foco de atuação a construção de sondas de perfuração, plataformas de produção, navios de apoio às operações offshore e naval (PSV e AHTS) e petroleiros. A construção do estaleiro exigirá investimentos de cerca de US$ 400 milhões, tornando-se um dos maiores do país, com capacidade de produzir 110 mil toneladas de aço processado por ano e responsável pela criação de cerca de 5 mil empregos diretos. A construção de âncoras urbanas sempre foi uma característica e um objetivo da OAS. Dessa maneira, a empresa deu vida a lugares que se tornaram, posteriormente, verdadeiros centros econômicos e bairros residenciais conceituados. Foi assim em Salvador. O Cidade Jardim, a Avenida Paralela e a Avenida Tancredo Neves são exemplos de lugares que se desenvolveram a partir de empreendimentos da OAS.[carece de fontes]
Visando a atingir posições estratégicas, a OAS foi a terceira empresa que mais doou a campanhas políticas no Brasil entre 2002 e 2012, conforme levantamento do jornal Folha de S.Paulo.[24]
Referências
- ↑ Nelson Niero (27 de abril de 2012). «Construtora OAS reverte prejuízo em 2011». Valor Econômico. Consultado em 21 de janeiro de 2016
- ↑ Jardim, Lauro (11 de janeiro de 2021). «Depois da Camargo e da Odebrecht, agora é a OAS que muda de nome». O Globo. Consultado em 12 de janeiro de 2021
- ↑ «Por que o S vai sair da OAS». exame.abril.com.br. 10 de maio de 1995. Consultado em 16 de julho de 2012[ligação inativa]
- ↑ «Um jeito malvadeza de ser». ISTOÉ. 28 de junho de 1999. Consultado em 16 de julho de 2012
- ↑ a b c Metha. «Nossos negócios». Metha. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ «OAS Arenas - Nossos casos». Consultado em 28 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2014
- ↑ «World Cup Billionaire Stirs Brazil Protests Over Stadiums». Bloomberg. 7 de outubro de 2013. Consultado em 13 de abril de 2014
- ↑ «Invepar quer Guarulhos como a "verdadeira porta de entrada do país"». Valor. Consultado em 30 de março de 2016. Arquivado do original em 8 de fevereiro de 2012
- ↑ Agência Estado (18 de novembro de 2013). «Invepar e Odebrecht fazem proposta de Galeão e Confins». Estadão. Consultado em 21 de janeiro de 2016
- ↑ «"A new Atlantic alliance». The Economist. 10 de novembro de 2012. Consultado em 13 de abril de 2014
- ↑ Billie Adwoa McTernan (16 de outubro de 2013). «Ghana signs social housing deal». The Africa Report. Consultado em 13 de abril de 2014
- ↑ «At Least Two Killed in Guinea Protests Over Power Cuts». The New York Times. Consultado em 13 de abril de 2014
- ↑ G1, Do; Paulo, em São (28 de janeiro de 2016). «OAS recebe aval da Justiça para vender ativos e fatia na Invepar». Negócios. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ Conteúdo, Estadão (1 de abril de 2015). «Plano da OAS é ficar com empreiteira e vender o que não for de construção». InfoMoney. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ a b «OAS sai da recuperação judicial após quase 5 anos». G1. 4 de março de 2020. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ «Depois de Odebrecht, OAS também adota novo nome e passa a se chamar Metha». G1. 15 de janeiro de 2021. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ Zuco, David. «Herdeiras da OAS Empreendimentos transferem sua sede para Salvador». Anota Bahia. Consultado em 11 de março de 2024
- ↑ «Fiscais flagram trabalho escravo em obra da OAS para ampliação do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP)». Repórter Brasil. Consultado em 23 de maio de 2014
- ↑ «OAS é multada em 15 milhões por trabalho escravo». Ministério do Trabalho e Emprego. 8 de novembro de 2013. Consultado em 28 de maio de 2014
- ↑ «OAS entra na "lista suja" por flagrante de escravidão na ampliação de shopping em Minas Gerais». Repórter Brasil. 1º de julho de 2014. Consultado em 2 de julho de 2014
- ↑ «Ex-presidente da OAS é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro». Folha de S.Paulo. 6 de agosto de 2015. Consultado em 6 de agosto de 2015
- ↑ a b c d e f «OAS Empreendimentos». OAS Empreendimentos. Consultado em 30 de março de 2016. Arquivado do original em 12 de abril de 2016
- ↑ Carolina Oliveira Castro (17 de outubro de 2014). «Custo de reforma do Engenhão já está em R$ 100 milhões». O Globo. Consultado em 30 de março de 2016
- ↑ «Maiores doadoras somam gasto de R$ 1 bi desde 2002». Folha de S.Paulo. Uol. 2012. Consultado em 2 de julho de 2014