FEMEN
Lema | "Sextremismo" |
Tipo | Grupo de protesto e ativismo |
Fundação | 10 de abril de 2008 |
Sede | Paris, França[1] (sede principal)[2] |
Fundador(a) | Anna Hutsol |
Pessoas importantes | Anna Hutsol Oksana Shachko Alexandra Shevchenko[3] Inna Shevchenko Yana Zhdanova |
Sítio oficial | http://femen.org/ |
FEMEN (em ucraniano: Фемен) é um grupo feminista, fundado em 2008 na Ucrânia por Anna Hutsol, mas atualmente baseado em Paris. A organização alcançou notoriedade internacionalmente por protestar de forma controversa[4][5] de topless em virtude de temas como o turismo sexual, instituições religiosas,[6] sexismo, homofobia,[7] racismo, e outros problemas sociais, nacionais e internacionais.[8]
A organização se descreve como "combatendo o patriarcado em suas três manifestações - exploração sexual de mulheres, ditadura e religião"[9] e afirmou que seu objetivo é "sextremismo, servindo para proteger os direitos das mulheres".[10] Ativistas do Femen são detidas regularmente pela polícia em resposta aos seus protestos.[9][11]
História
[editar | editar código-fonte]Anna Hutsol é creditada como tendo fundado o movimento Femen em 10 de abril de 2008, depois de tomar conhecimento de histórias de mulheres ucranianas que foram enganadas ao ir para o exterior, e depois serem exploradas sexualmente.[12][13] No entanto, de acordo com o documentário de 2013 de Kitty Green, Ukraine Is Not a Brothel (Ucrânia Não É um Bordel), o Femen foi fundado por Viktor Sviatsky. Em setembro de 2013, Inna Shevchenko respondeu ao documentário afirmando que Sviatsky "liderou o movimento há algum tempo. ...Aceitamos isso porque não sabíamos como resistir e combater isso. ... Foi quando decidi deixar a Ucrânia, e ir para a França para construir um novo Femen ".[14][15] Essa mesma membra do Femen, Inna Shevchenko, discutiu sobre Sviatsky com o The Independent, em janeiro de 2014 e, embora não usasse a palavra 'fundador', disse: "Nunca negarei que ele seja uma pessoa inteligente. Ele foi a razão pela qual nos conhecemos. Ele era uma daquelas pessoas inteligentes ao nosso redor no começo, que eram mais experientes ".[16] Desde 2013, o Femen é liderado por Inna Shevchenko.
Uma das membras fundadoras, Oksana Shachko, foi encontrada morta em Paris em 24 de julho de 2018; acredita-se que sua morte seja um suicídio.[17] Ela estava vivendo como uma artista independente separada do grupo após disputas com outras membras.[18]
"Femen Brazil"
[editar | editar código-fonte]No Brasil, o grupo foi liderado por Sara Winter[19] e contou com cerca de 15 mulheres ativistas.[20] Sara relata que inicialmente recebeu suporte do Femen Internacional, em especial de Alexandra Shevchenko, uma das figuras centrais do grupo na Ucrânia. O autointitulado "movimento sextremista" afirmava defender uma forma de oposição ao machismo, utilizando a nudez feminina para chamar a atenção da sociedade e "vender" suas ideias.[20] O grupo sofreu uma reviravolta com o fechamento de sua filial brasileira menos de um ano depois de sua inauguração.
Em nota oficial, a sede retirou o direito da líder brasileira Sara Winter de usar o nome Femen. Anna Hutsol ameaçou ainda “revelar o real motivo que fez Sara entrar no Femen”. Em represália, Sara teceu diversas críticas ao grupo, afirmando que tratava-se de uma empresa e uma ação de marketing ao invés de um movimento social legítimo.[21] A ex-número dois do grupo, Bruna Themis, também pronunciou-se criticamente em relação ao Femen, afirmando que trata-se de um movimento sem propostas, que exclui mulheres que estão fora do padrão de beleza considerado "apropriado" e que encontra-se afastado dos ideais do feminismo. Bruna também acusou a ex-líder do grupo (Sara Winter) de centralização, autoritarismo e de ser simpática ao nazismo.[22]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Naked March in Paris to Open New Office of Femen Feminist Group – SPIEGEL ONLINE». Der Spiegel
- ↑ Tunisian Femen activist ‘acquitted’ of defamation, France 24 (29 de Julho de 2013)
- ↑ «FEMEN». FEMEN. 24 de janeiro de 2013. Consultado em 22 de abril de 2013. Arquivado do original em 9 de maio de 2013
- ↑ «Ukraine's Ladies Of Femen». Movements.org. 16 de agosto de 2011. Arquivado do original em 14 de Abril de 2012
- ↑ Tayler, Jeffrey (13 de Março de 2013). «The Woman Behind Femen's Topless Protest Movement». The Atlantic
- ↑ Ukraine's Femen:Topless protests 'help feminist cause', BBC News (23 de Outubro de 2012)
- ↑ «Topless FEMEN Protesters Drench Belgian Archbishop André-Jozef Léonard, Protest Homophobia In Catholic Church (PHOTOS)». The Huffington Post. 24 de abril de 2013
- ↑ Terra Esportes: Fazendo topless, mulheres protestam contra organização da Euro
- ↑ a b Femen activists jailed in Tunisia for topless protest, BBC News (12 de Junho de 2013)
- ↑ Fearless ... and topless: Femen activists to bring 'sextremism' to the UK, theguardian.com (19 de Outubro de 2013)
- ↑ «FEMEN rings the bell: Naked activists defend right to abortion». Russia Today. 10 de Abril de 2012
- ↑ Feminine Femen targets 'sexpats', Kyiv Post (22 de Maio de 2009)
- ↑ How they protest prostitution in Ukraine, France 24 (28 de agosto de 2009)
- ↑ "The man who made Femen: New film outs Victor Svyatski as the mastermind behind the protest group and its breast-baring stunts", The Independent. 3 de Setembro de 2013.
- ↑ "Femen let Victor Svyatski take over because we didn't know how to fight it", The Guardian. 5 de Setembro de 2013.
- ↑ McNabb, Geoffrey (17 de janeiro de 2014). «'I don't want to be liked': Inna Shevchenko, leader of women's rights group Femen, talks dictators, documentaries and death threats». The Independent. London. Consultado em 19 de janeiro de 2014
- ↑ Agências (25 de julho de 2018). «O suicídio de Oksana Shachko, dez anos após a criação do Femen»
- ↑ «Femen co-founder Oksana Shachko found dead in Paris flat». The Guardian. Agence France-Presse. 24 de Julho de 2018
- ↑ G1: Copa e Jogos levam líder do Femen no Brasil a se mudar para o Rio
- ↑ a b UOL Notícias: "Temos cérebro, além de peito", diz primeira brasileira no Femen no Dia da Mulher
- ↑ «"Femen é uma empresa, não um movimento social", diz ex-líder do grupo no Brasil». Brasil de Fato. 4 de junho de 2013. Consultado em 8 de julho de 2013
- ↑ «Femen Brazil não tem propostas feministas, acusa ex-número 2 do grupo». Opera Mundi. 18 de setembro de 2012. Consultado em 8 de julho de 2013
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página oficial
- BOL: Entrevista com Sara Winter
- A lógica da rebelião feminina
- Origem das ações do grupo feminista ucraniano FEMEN, por Carolina Garvayo, Santi Pueyo, "Gazeta Russa", 17 de outubro de 2013.