Estelas maias
Estelas maia (no singular: Estela) são monumentos que foram criados pela civilização Maia da antiga Mesoamérica. Eles consistem em pedras altas esculpidas e são frequentemente associados a pedras circulares de baixa estatura chamadas de altares, embora a sua função real seja incerta.[1] Muitas Estelas foram esculpidos em baixo relevo,[2] embora monumentos simples sejam encontrados em toda a região maia.[3] A escultura destes monumentos espalhou-se por toda a área maia durante o período clássico (250 a 900 d.C.),[1] e estes estelas e as pedras circulares de baixa estatura são ambos considerados um marco da civilização maia clássica.[4] A Estela mais antiga encontrada in situ nas terras baixas maias foi recuperada da grande cidade de Tikal, na Guatemala.[5] Durante o período clássico, quase todos os reinos maias nas terras baixas ergueram estelas nos seus centros cerimoniais.[3]
As estelas tornaram-se intimamente associadas ao conceito de realeza divina e teve o seu declínio ao mesmo tempo que a instituição religiosa. A produção de estelas pelos maias teve a sua origem por volta de 400 a.C. e continuou até ao final do período clássico, por volta de 900, embora alguns monumentos tenham sido reutilizados no período pós-clássico (900 a 1521). A grande cidade de Calakmul, no México, levantou o maior número de estelas conhecidas de qualquer cidade maia, pelo menos 166, embora estejam actualmente muito mal preservadas.[6]
Centenas de estelas foram registados na região maia,[7] exibindo uma ampla variação artística.[3] Muitos deles são placas verticais de calcário esculpidos numa ou mais faces,[3] com superfícies disponíveis com figuras esculpidas em relevo e com texto.[2] As estelas em alguns locais exibem uma aparência muito mais tridimensional onde as pedras disponíveis localmente assim o permite, como em Copán e Toniná.[3] estelas lisas parecem não ter sido pintadas nem revestidas com decorações,[8] mas a maioria das estelas maias provavelmente foram pintadas com cores vivas em vermelho, amarelo, preto, azul e outras cores.[9]
As estelas eram essencialmente estandartes de pedra erguidos para glorificar o rei e registar os seus feitos,[10] embora os primeiros exemplos retratem cenas mitológicas.[11] As imagens desenvolveram-se ao longo do período clássico, com estelas mais antigas a mostrar características não-maias do século IV em diante, com a introdução de imagens ligadas à metrópole mexicana central de Teotihuacan.[12]
Referências
- ↑ a b Miller 1999, p. 9.
- ↑ a b Fuente et al. 1999, p. 187.
- ↑ a b c d e Stuart 1996, p. 149.
- ↑ Miller 1999, p. 88; Olmedo Vera 1999, p. 24.
- ↑ Drew 1999, p. 222.
- ↑ Stewart 2009, p. 8.
- ↑ Stuart 1996, p. 158.
- ↑ Borowicz 2003, p. 217.
- ↑ Miller & Taube 2003, p. 157.
- ↑ Borowicz 2003, pp. 222–224.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Borowicz, James (2003). «Images of Power and the Power of Images: Early Classic Iconographic Programs of the Carved Monuments of Tikal». In: Geoffrey E. Braswell. The Maya and Teotihuacan: Reinterpreting Early Classic Interaction. Austin, Texas: University of Texas Press. pp. 217–234. ISBN 0-292-70587-5. OCLC 49936017
- Drew, David (1999). The Lost Chronicles of the Maya Kings. London, UK: Weidenfeld & Nicolson. ISBN 0-297-81699-3. OCLC 43401096. (pede registo (ajuda))
- Fuente, Beatriz de la; Leticia Staines Cicero; Alfonso Arellano Hernández (1999). «Art: Sentries of Eternity». In: A. Arellano Hernández; et al. The Mayas of the Classic Period. Mexico City, Mexico: Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (CONACULTA). pp. 141–226. ISBN 970-18-3005-9. OCLC 42213077
- INAH (1). «Zona Arqueológica de Yaxchilán» (em espanhol). Mexico City, Mexico: Instituto Nacional de Antropología e Historia. Consultado em 8 de dezembro de 2010. Cópia arquivada em 14 de junho de 2010
- Miller, Mary (1999). Maya Art and Architecture. London and New York: Thames & Hudson. ISBN 0-500-20327-X. OCLC 41659173
- Miller, Mary; Karl Taube (2003) [1993]. An Illustrated Dictionary of the Gods and Symbols of Ancient Mexico and the Maya. London, UK: Thames & Hudson. ISBN 0-500-27928-4. OCLC 28801551
- Olmedo Vera, Bertina (1999). A. Arellano Hernández; et al., eds. The Mayas of the Classic Period. Mexico: Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (CONACULTA). pp. 9–99. ISBN 970-18-3005-9. OCLC 42213077
- Sharer, Robert J.; Loa P. Traxler (2006). The Ancient Maya 6th (fully revised) ed. Stanford, California: Stanford University Press. ISBN 0-8047-4817-9. OCLC 57577446. (pede registo (ajuda))
- Stewart, Daniel Moroni (2009). «Parentage Statements and Paired Stelae: Signs of Dynastic Succession for the Classic Maya» (PDF). Provo, Utah: Brigham Young University. Theses and Dissertations. Consultado em 9 de fevereiro de 2016
- Stuart, David (primavera–outono de 1996). «Kings of Stone: A Consideration of Stelae in Ancient Maya Ritual and Representation». Cambridge, Massachusetts: President and Fellows of Harvard College acting through the Peabody Museum of Archaeology and Ethnology. RES: Anthropology and Aesthetics. 29–30 (29/30 The Pre-Columbian): 148–171. JSTOR 20166947. doi:10.1086/RESvn1ms20166947