Cordilheira do Cáucaso
A cordilheira do Cáucaso vista do espaço | |
Localização | |
Coordenadas | 42° 30′ N, 45° 00′ L |
Localização | Parte oriental da Ásia Central |
País(es) | Rússia Geórgia Armênia Azerbaijão Irão Turquia |
Características | |
Altitude máxima | 5642 m |
Cumes mais altos | Elbrus Dykh-Tau Chkhara |
- Este artigo é sobre a cadeia de montanhas terrestre. Existe também uma cordilheira lunar, chamada Cáucaso (Lua).
A cordilheira do Cáucaso é uma cadeia de montanhas longa de 1 200 km entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, frequentemente considerada o limite do extremo sudeste da Europa, formando uma das divisas com a Ásia. Forma duas cadeias distintas:[1]
- O Grande Cáucaso estende-se de Sochi, nas margens do nordeste do Mar Negro, ao este-sudeste, alcançando o Mar Cáspio perto de Baku. Na maior parte da sua extensão, forma a fronteira natural da Rússia com a Geórgia e o Azerbaijão. Os picos do Grande Cáucaso incluem o Monte Elbrus, com 5642 m, a montanha mais alta da Europa.
- O Pequeno Cáucaso estende-se paralelamente ao Grande Cáucaso, a uma distância média de 100 km ao sul. As fronteiras da Geórgia, Armênia e do Azerbaijão correm através dessa cadeia, apesar de as cristas não definirem a fronteira de maneira geral.
Geografia
[editar | editar código-fonte]A cordilheira, retilínea, cresce em altitude a 300 km do Estreito de Kerch e culmina, na sua parte central, em vastos maciços vulcânicos gelados:[2]
- o Elbrus 5642 m (Rússia Europeia)
- o Dykh-Tau 5203 m (Rússia Europeia)
- o Chkhara 5058 m (fronteira Geórgia-Rússia)
- o Kazbek 5047 m (Geórgia)
- o Usba 4695 m
- o Uipata 4638 m
Enquanto o Cáucaso central é coberto por numerosas geleiras, o Cáucaso ocidental é coberto por florestas, e o Cáucaso oriental, mais baixo e seco, é uma região quase desértica. O contraste é menos visível entre os flancos norte e sul. O Cáucaso não apresenta vales longitudinais suscetíveis de atenuar seu papel de obstáculo. Ao centro, ele pode ser ultrapassado por diversas estradas, como a do vale do Tarek, que leva ao Passo da Cruz (2388 m). Entre o Grande e o Pequeno Cáucaso, a Transcaucásia estende-se por 700 km, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. É uma região complexa, que associa bacias bem desenvolvidas: a Colchida a oeste e a planície do Azerbaijão a leste. No centro, os corredores paralelos da Koura, do Iori e do Alazani, assim que a planície de Gori, superpõe-se entre 150 et 700 m. Ao sul, as montanhas da Geórgia e da Armênia constituem o terceiro setor do Cáucaso, o Pequeno Cáucaso, cuja altitude média é de 2000 m. A cadeia é, no entanto, interrompida por vastos maciços vulcânicos; a oeste do Lago Sevan, o monte Aragats (80 km de largura) constitui a parte mais elevada do maciço de Alaghez (4095 m), ponto culminante do Pequeno Cáucaso, na Armênia.
Geologia
[editar | editar código-fonte]Geologicamente, as montanhas do Cáucaso pertencem ao sistema de cinturão Alpide que se estende do sudeste da Europa até a Ásia e é considerado uma fronteira entre os dois continentes. As montanhas do Grande Cáucaso são compostas principalmente de rochas do Cretáceo e do Jurássico, com as rochas do Paleozóico e do Pré-cambriano nas regiões mais altas. Algumas formações vulcânicas são encontradas em toda a cordilheira. Por outro lado, as montanhas do Cáucaso Menor são formadas predominantemente pelas rochas do Paleógeno com uma porção muito menor de rochas do Jurássico e do Cretáceo. A evolução do Cáucaso começou do Triássico Superior ao Jurássico Superior durante a orogenia ciméria na margem ativa do Oceano Tétis, enquanto a elevação do Grande Cáucaso é datada do Mioceno durante a orogenia alpina.[3][4]
As montanhas do Cáucaso formaram-se em grande parte como resultado de uma colisão de placas tectônicas entre a placa arábica movendo-se para o norte em relação à placa eurasiática. Quando o Mar de Tétis foi fechado e a Placa Arábica colidiu com a Placa Iraniana e foi empurrada contra ela e com o movimento no sentido horário da Placa Eurasiática em direção à Placa Iraniana e sua colisão final, a Placa Iraniana foi pressionada contra a Placa Eurasiática. Quando isso aconteceu, as rochas que haviam sido depositadas nesta bacia do Jurássico ao Mioceno foram dobradas para formar as montanhas do Grande Cáucaso. Esta colisão também causou a elevação e a atividade vulcânica cenozóica nas montanhas do Cáucaso Menor.[5]
Toda a região está regularmente sujeita a fortes terremotos devido a essa atividade. Enquanto as montanhas do Grande Cáucaso têm uma estrutura sedimentar principalmente dobrada, as montanhas do Cáucaso Menor são em grande parte de origem vulcânica.[6][7]
O planalto vulcânico de Javakheti, na Geórgia, e as cordilheiras vulcânicas circundantes, que se estendem até o centro da Armênia, são algumas das características mais jovens da região. Apenas recentemente o Cáucaso foi palco de intensa atividade vulcânica: o planalto armênio foi inundado por basaltos e andesitos cálcio-alcalinos no Plioceno e os cumes mais altos do Cáucaso, o Elbrus e o Kazbek, formados como vulcões do Pleistoceno-Plioceno. O Kazbek não está mais ativo, mas o Elbrus entrou em erupção em tempos pós-glaciais e a atividade de fumarola é registrada perto de seu cume. A atividade sísmica contemporânea é uma característica proeminente da região, refletindo falhas ativas e encurtamento crustal. Aglomerados de sismicidade ocorrem no Daguestão e no norte da Armênia. Muitos terremotos devastadores foram documentados em tempos históricos, incluindo o terremoto de Spitak em dezembro de 1988, que destruiu a região de Gyumri-Vanadzor, na Armênia.[6][7]
Recursos naturais
[editar | editar código-fonte]O Cáucaso possui jazidas de metais não ferrosos e reservas de petróleo (Azerbaijão e regiões de Maïkop e de Grozni).
Ver também
[editar | editar código-fonte]- A região do Cáucaso.
Referências
- ↑ Singh, Vijay P.; Singh, Pratap; Haritashya, Umesh K. (1 de julho de 2011). Encyclopedia of Snow, Ice and Glaciers (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media
- ↑ «Atlas of the world | WorldCat.org». search.worldcat.org. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ Sharkov, E.; Lebedev, V.; Chugaev, A.; Zabarinskaya, L.; Rodnikov, A.; Sergeeva, N.; Safonova, I. (1 de julho de 2015). «The Caucasian-Arabian segment of the Alpine-Himalayan collisional belt: Geology, volcanism and neotectonics». Geoscience Frontiers (em inglês). 6 (4): 513–522. ISSN 1674-9871. doi:10.1016/j.gsf.2014.07.001
- ↑ National Geographic Maps (Firm) (2011), Atlas of the world, ISBN 978-1-4262-0632-0, Washington, D.C.: National Geographic Society, OCLC 671359683, consultado em 9 de janeiro de 2021
- ↑ Adamia, Shota; Zakariadze, Guram; Chkhotua, Tamar; Sadradze, Nino; Tsereteli, Nino; Chabukiani, Aleksandre; Gventsadze, Aleksandre (2011). «Geology of the Caucasus: A Review» (PDF). Turkish J. Earth Sci. 20: 489–544
- ↑ a b Reilinger, R. E.; McClusky, S. C.; Oral, M. B.; King, R. W.; Toksoz, M. N.; Barka, A. A.; Kinik, I.; Lenk, O.; Sanli, I. (1997). «Global Positioning System measurements of present-day crustal movements in the Arabia-Africa-Eurasia plate collision zone». Journal of Geophysical Research. 102 (B5): 9983–9999. Bibcode:1997JGR...102.9983R. doi:10.1029/96JB03736
- ↑ a b Philip, H.; Cisternas, A.; Gvishiani, A.; Gorshkov, A. (1 de abril de 1989). «The Caucasus». Tectonophysics. 161 (1–2): 1–21. Bibcode:1989Tectp.161....1P. doi:10.1016/0040-1951(89)90297-7
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Caucasus Mountains». NASA Earth Observatory. 7 de novembro de 2001
- «Highest Peaks of the Caucasus from peakbagger.com» (em inglês). Peakbagger.com
- «List of the most prominent mountains in the Caucasus». Peaklist.org
- «What to see in Caucasus Mountains» (tourism promotion / commercial). Consultado em 20 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 24 de outubro de 2020