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Coleção privada

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Uma pintura que data o ano de 1651 por David Teniers, o Jovem, representando parte da famosa coleção formada pelo arquiduque Leopold Wilhelm da Áustria enquanto ele era governador dos Países Baixos espanhóis de 1647 a 1656.

Uma coleção privada é uma coleção pertencente a uma pessoa com uma série de trabalhos, usualmente de trabalhos artísticos.[1] No contexto de um museu ou galeria de arte, o termo significa que uma determinada obra não é propriedade dessa instituição, mas sim emprestada por um indivíduo ou organização, seja para exposição temporária ou a longo prazo. Essa fonte geralmente é um colecionador de arte, embora também possa ser uma escola, igreja, banco ou alguma outra empresa ou organização. Em contraste, os colecionadores de livros, mesmo que colecionem por razões estéticas (encadernações finas ou manuscritos iluminados, por exemplo), são chamados de bibliófilos, e suas coleções são geralmente chamadas de bibliotecas.[2]

A coleção de arte era comum entre os ricos do Idade Antiga, tanto na Europa quanto no Leste Asiático e na Idade Média, mas se desenvolveu em sua forma moderna durante a Renascença e continua até os dias atuais.[3][4] As coleções reais da maioria dos países eram originalmente as maiores coleções privadas, mas agora são em sua maioria de propriedade pública.[5] No entanto, a Royal Collection permanece sob os cuidados da Coroa, embora distinta da propriedade privada da Família Real Britânica.[6][7]

Os gostos e hábitos dos colecionadores têm desempenhado um papel muito importante na determinação da arte produzida, atendendo à demanda que os artistas atendem.[8] Muitos tipos de objetos, como medalhas, gravuras, pequenas placas, joias gravadas modernas e estatuetas de bronze, foram feitos essencialmente para o mercado de colecionadores.[9][10]

No século XVIII, esperava-se que todas as casas dos ricos contivessem uma seleção de objetos, de pinturas a porcelana, que poderiam fazer parte de uma coleção de arte, e as coleções daqueles que normalmente se qualificariam para o termo tinham que ser consideravelmente maiores e alguns enormes.[11] Cada vez mais os colecionadores tendiam a se especializar em um ou dois tipos de trabalho, embora alguns, como George Salting (1835-1909), ainda tivessem um escopo muito amplo para suas coleções.[12][13][14]

Em reconhecimento à sua importância em influenciar a produção de nova arte e a preservação da arte antiga, a coleção de arte tem sido uma área de considerável pesquisa acadêmica nas últimas décadas, tendo sido um tanto negligenciada anteriormente.[15][16][17][18]

Este canto de um armário de curiosidades, pintado por Frans Francken, o Jovem em 1636, revela a gama de conhecimento que um virtuoso da era barroca pode demonstrar.

Coleções de artes famosas

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Existem inúmeros de colecionadores da arte ao redor do globo.[19][20]

A família principesca de Liechtenstein tem obras de artistas como Frans Hals, Rafael, Rembrandt e Antoon van Dyck, uma coleção que contém cerca de 1.600 obras de arte, mas não pôde exibi-las desde 1945, quando foram contrabandeadas para fora da Alemanha nazista. As obras foram finalmente exibidas no Museu de Liechtenstein após quase 60 anos com a maioria em armazenamento.[21][22][23] Outra importante coleção, é a da família Thyssen, a maior parte mantida no Museu Thyssen-Bornemisza, que se instalou em Madrid em 1992, foi comprada pelo Estado espanhol.[24] Apenas uma parte exposta, a coleção de Carmen Cervera, viúva do falecido Barão Thyssen, permanece privada, mas exibida separadamente no museu.[25]

Muitas coleções foram deixadas ao público de alguma forma e agora são museus ou o núcleo de uma coleção de museu. A maioria dos museus é formada em torno de uma ou mais coleções particulares adquiridas como um todo. Os principais exemplos onde poucas ou nenhuma adição foram feitas incluem a Coleção Wallace e o Sir John Soane's Museum em Londres, a Coleção Frick e Biblioteca e Museu Morgan em Nova York, a Coleção Phillips em Washington DC e o Museu Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal.[26][27][28][29]

O Brasil tem uma boa tradição de colecionadores de artes. Alguns nomes se destacam como o de Francisco Matarazzo Sobrinho, que doou sua coleção de obras de arte para Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP) totalizando um acervo de 428 obras.[30][31]

Um dos mais célebres colecionadores foi o jornalista e empresário, Assis Chateaubriand.[32] O gosto pelo colecionismo foi seguido por seu filho Gilberto Chateaubriand que dispões de uma coleção de mais e oito mil obras.[33][34]

Outro importante colecionador de artes no país, foi o magnata do ramo das comunicações Roberto Marinho - proprietário da Rede Globo - possuí em seu acervo itens de artistas como Ingeborg ten Haeff, Alfredo Volpi, Burle Marx, Di Cavalcanti, dentre outros inúmeros artistas.[35] No ano de 2017, instalou-se no bairro de Cosme Velho, no Rio de Janeiro, o Instituto Casa Roberto Marinho que abre para o público conhecer o acervo de Marinho com visitas guiadas.[36][37]

Walther Moreira Salles, também foi um importante nome para a prática no país.[38][39] A vasta coleção deu origem ao Instituto Moreira Salles (IMS), que reúne de quadros à fotografias, em Poços de Caldas (MG), São Paulo e Rio de Janeiro.[40]

Outros nomes importantes são os de Armando Álvares Penteado, Charles Cosac, Evelyn Ioschpe, Regina Pinho de Almeida, Vilma Eid, Oscar Americano, Fernanda Marques, dentre inúmeros outros colecionadores.[41][42][43][44][45][46][47]

Referências

  1. Lima, Julia (7 de setembro de 2018). «Conheça 6 colecionadoras de arte que fazem o bem». Casa Vogue. Editora Globo. Consultado em 27 de março de 2021 
  2. «Museum - Art museums». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  3. «HumanitiesWeb.org - Private Art Collections». Humanities Web. Consultado em 27 de março de 2021 
  4. Consiglio, Keka (27 de julho de 2020). «Conheça a maior coleção de arte renascentista do mundo». ISTOÉ Independente. Consultado em 27 de março de 2021 
  5. «The Future Museum of the Royal Collections». Patrimonio Nacional (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  6. «Royal Collection Trust Home». Royal Collection (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  7. «The convenient fiction of who owns the Queen's priceless treasure». The Guardian (em inglês). 30 de maio de 2002. Consultado em 27 de março de 2021 
  8. «Como colecionar arte». Vogue. Editora Globo. 2018. Consultado em 27 de março de 2021 
  9. «Coins and Medals». The British Museum (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  10. «MEDAL COLLECTIONS». HISTORICAL AND COMMEMORATIVE MEDALS. Consultado em 27 de março de 2021 
  11. Clark, Anthony M. (1966). «The Development of the Collections and Museums of 18th Century Rome». Art Journal (2): 136–143. ISSN 0004-3249. doi:10.2307/775037. Consultado em 27 de março de 2021 
  12. «George Salting | Benefactors | National Gallery, London». National Gallery. Consultado em 27 de março de 2021 
  13. Gadoin, Isabelle (1 de dezembro de 2012). «George Salting (1835-1909) and the discovery of Islamic ceramics in 19th-century England». Miranda. Revue pluridisciplinaire du monde anglophone / Multidisciplinary peer-reviewed journal on the English-speaking world (em inglês) (7). ISSN 2108-6559. doi:10.4000/miranda.4468. Consultado em 27 de março de 2021 
  14. Lagrou, Els (junho de 2008). «A arte do Outro no surrealismo e hoje». Horizontes Antropológicos (29): 217–230. ISSN 0104-7183. doi:10.1590/S0104-71832008000100009. Consultado em 27 de março de 2021 
  15. Souza, Jancileide (2015). «COLECIONADORES E COLECIONISMO DE ARTE POPULAR NA BAHIA» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 27 de março de 2021 
  16. Hargreaves, Manuela (8 de novembro de 2014). «COLECIONISMO E COLECIONADORES, UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DA ARTE NA 2ªMETADE DO SÉC. XX» (PDF). Universidade do Porto. Consultado em 27 de março de 2021 
  17. Rosa, Nei Vargas da (30 de junho de 2020). «O que é contemporâneo no colecionismo de arte contemporânea?». Revista Estado da Arte (1): 97–109. ISSN 2675-4576. doi:10.14393/EdA-v1-n1-2020-55511. Consultado em 27 de março de 2021 
  18. Rampim, João (2016). «COLECIONADOR, ARTE E MATERIALISMO HISTÓRICO EM WALTER BENJAMIN» (PDF). UNIFESP. Consultado em 27 de março de 2021 
  19. «8 of the World's Most Valuable Art Collections». TheCollector (em inglês). 20 de outubro de 2019. Consultado em 27 de março de 2021 
  20. Wolfe, Shiran (5 de março de 2018). «10 Art Collectors From The Past You Should Know». Artland Magazine (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  21. Bailey, Martin (1 de janeiro de 2004). «The Prince of Liechtenstein is putting his paintings on permanent public display from March». The Art Newspapper. Consultado em 27 de março de 2021 
  22. Semmes, Anne W. (15 de novembro de 2014). «Saving a 'Princely Collection' from Hitler». GreenwichTime (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  23. «The World's Second Greatest Private Art Collection». Forbes (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  24. «Spain's Big Win: The Baron's Art : Art: The nation will pay $350 million for 775 works from Baron Thyssen-Bornemisza's 1,000-piece collection, which is valued at $2 billion. Malibu's Getty Museum and heads of state sought the unique private holdings.». Los Angeles Times (em inglês). 21 de junho de 1993. Consultado em 27 de março de 2021 
  25. «Baroness Thyssen and the family feud over her £700m art». The Independent (em inglês). 23 de outubro de 2011. Consultado em 27 de março de 2021 
  26. «Sir John Soane's Museum - Horário, preço e localização em Londres». Tudo sobre Londres. Consultado em 27 de março de 2021 
  27. «Panther». The Morgan Library & Museum (em inglês). 27 de julho de 2018. Consultado em 27 de março de 2021 
  28. «The Collection». Phillips Collection (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  29. Lapa, Sofia (7 de setembro de 2009). «Para que (nos) serve o museu?: A génese do Museu Calouste Gulbenkian» (PDF). Universidade Nova de Lisboa. Consultado em 27 de março de 2021 
  30. «UM OUTRO ACERVO DO MAC USP: Prêmios-Aquisição da Bienal de São Paulo, 1951-1963». Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Consultado em 27 de março de 2021 
  31. Magalhães, Ana (2010). «As coleções Matarazzo no acervo do MAC USP e a pintura moderna no Brasil» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 27 de março de 2021 
  32. Cultural, Instituto Itaú. «Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 27 de março de 2021 
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  38. Piferro, Luiza (15 de junho de 2018). «Além de Roberto Marinho, veja outros colecionadores de arte que abriram suas casas ao público». Zero Hora. Consultado em 27 de março de 2021 
  39. França, Pedro Henrique (4 de outubro de 2014). «Família Moreira Salles: os mecenas do Brasil». GQ. Editora Globo. Consultado em 27 de março de 2021 
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  42. Ribeiro, Raquel (21 de janeiro de 2019). «"Pichação não é arte", diz novo coordenador do Museu Nacional». Metrópoles. Consultado em 27 de março de 2021 
  43. «Morre aos 71 anos a colecionadora e socióloga Evelyn Ioschpe». Folha de S.Paulo. 25 de novembro de 2019. Consultado em 27 de março de 2021 
  44. Flamingo, Julia (1 de junho de 2017). «Moradora de Pinheiros transforma sua casa em museu». Veja. Consultado em 27 de março de 2021 
  45. Heckler, Bárbara (21 de dezembro de 2016). «O apartamento de Vilma Eid vira uma galeria de arte popular brasileira». Claúdia (em inglês). Consultado em 27 de março de 2021 
  46. «Pinceladas de ineditismo». O Globo. 15 de novembro de 2013. Consultado em 27 de março de 2021 
  47. «About». Fernanda Marques Architect | Architecture and Interior Design. Consultado em 21 de abril de 2021