Cave di Cusa
Cave di Cusa | |
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Um dos tambores usados no transporte. | |
Localização atual | |
Localização. | |
Coordenadas | 37° 37′ 10″ N, 12° 43′ 21″ L |
País | Itália |
Região | Sicília |
Província | Trapani |
Comuna | Campobello di Mazara |
Dados históricos | |
Fundação | 559 a.C. |
Abandono | 409 a.C. |
Período | Arcaico-Clássico |
Civilização | grega |
Cidade | Selinunte |
Cave di Cusa, também conhecida como Rocche di Cusa, foi uma pedreira localizada a poucos quilômetros da antiga cidade de Selinunte, onde atualmente fica a comuna de Campobello di Mazara. Era uma importante fonte de tufa calcária, um material bastante requisitado para construções por causa de suas características de resistência.
A área foi abandonada em 409 a.C., depois da invasão do exército cartaginês. A presença inimiga obrigou a evacuação repentina dos trabalhadores, que interromperam as atividades deixando para trás capitéis e pedaços de colunas inacabados. Os vestígios bem conservados permitiram amplos estudos arqueológicos e transformaram o local num ponto turístico.
História
[editar | editar código-fonte]Cave di Cusa estava situada à distância de treze quilômetros de Selinunte, uma antiga cidade habitada por gregos entre os períodos Arcaico e Clássico, onde atualmente se localiza a comuna de Campobello di Mazara. Era considerada uma fonte de pedras para os templos erguidos na cidade supracitada, que oferecia materiais de tufa calcária, uma rocha compacta e resistente. Por causa dessas características, o material foi extraído por 150 anos.[1][2][3]
A pedreira, contudo, foi abandonada em 409 a.C., ano em que o exército cartaginês, liderado pelo general Aníbal Magão, conquistou Selinunte.[4][5][6] Os trabalhadores conseguiram escapar do ataque bélico, precisando interromper as atividades e abandonar a área. Esta interrupção abrupta, inclusive, pode ser observada pelos capitéis e pedaços de colunas inacabados presentes no local, o que propiciou o conhecimento detalhado de todas as etapas usadas no processo: desde as primeiras incisões circulares e profundas até os tambores usados para o transporte.[4][7][8]
Investigação arqueológica
[editar | editar código-fonte]A área é coberta por sessenta blocos de rocha, muitos deles de natureza cilíndrica e em vários estágios de entalhe, que foram originalmente planejados para a construção dum templo. As pedras extraídas eram usadas em colunas de templos, e muitas colunas ainda existem nos dias atuais. Os diferentes estágios de extração reforçam a hipótese de que os trabalhadores precisaram abandonar o local de forma bastante rápida.[9][10] As investigações também observaram evidências de marcas de picaretas nas rochas de várias ferramentas de pedra, então os arqueólogos foram capazes de determinar os métodos usados para extração, muitos eram eficientes e avançados, como ranhuras e orifícios em "arquitraves", que permitiam que os trabalhadores usassem cordas e vigas para ajudar no levantamento da rocha.[11]
Turismo
[editar | editar código-fonte]Como parte integrante do parque arqueológico de Selinunte, Cave di Cusa é mais um atrativo turístico da província de Trapani que apresenta os aspectos da cultura grega. O local, no entanto, traz um contraste entre a paisagem rural, invadida por flores silvestres, e os elementos arquitetônicos de tempos antigos.[10][12]
Galeria
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Gravura de Jean Houel (1782)
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Incisões circulares profundas para criar e destacar uma coluna
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Um dos tambores da coluna com a cavidade no centro
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Um capitel incompleto
Referências
- ↑ «Archaeological Park of Selinunte and Cave di Cusa» (em italiano). La Sicilia in Rete: lasiciliainrete.it. Consultado em 5 de março de 2021. Cópia arquivada em 5 de março de 2021
- ↑ «CAVE DI CUSA» (em italiano). Trapani Sicilia: trapani-sicilia.it. Consultado em 5 de março de 2021. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2019
- ↑ Emerson 2018, p. 244
- ↑ Caruso 1716, p. 180
- ↑ Scaturro & Sacco 1925, p. 30
- ↑ «CAVE DI CUSA» (em italiano). Soprintendenza Beni Culturali ed Ambientali di Trapani: regione.sicilia.it. Consultado em 5 de março de 2021. Arquivado do original em 29 de agosto de 2009
- ↑ Maric 2008, p. 147
- ↑ Guide Routard 2003, p. 109
- ↑ a b Tusa, Sebastiano. «PARCO ARCHEOLOGICO DI SELINUNTE E CAVE DI CUSA» (em italiano). regione.sicilia.it. Consultado em 5 de março de 2021. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2004
- ↑ «CUSA CAVE» (em italiano). Baglio Villa Sicilia: villasicilia.com. Consultado em 5 de março de 2021. Cópia arquivada em 6 de março de 2021
- ↑ Insight Guides Sicily. 270 6 ed. [S.l.]: Apa Publications. ISBN 9781780059525
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Caruso, Giovanni Battista (1716). Memorie istoriche di ... Sicilia, Volume 1 (em italiano). [S.l.: s.n.]
- Emerson, Mary (2018). Greek Sanctuaries and Temple Architecture: An Introduction (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing. 296 páginas. ISBN 9781472575302
- Guide Routard: Sicilia (em italiano). [S.l.]: Touring Editore. 2003. 320 páginas. ISBN 9788836528875
- Maric, Vesna (2008). Sicilia (em italiano). [S.l.]: EDT srl. 332 páginas. ISBN 9788860403049
- Scaturro, Ignazio; Sacco, Giuseppe (1925). Storia della città di Sciacca e dei comuni della contrada saccense fra il Belice e il Platani: con aggiunzioni circa il dialetto e i nomi propri Greci e Arabi, Volume 1 (em italiano). [S.l.]: Gennaro Majo. 688 páginas
Leitura complementar
[editar | editar código-fonte]- Peschlow-Bindokat, Anneliese (1990). Die Steinbrüche von Selinunt. Die Cave di Cusa und die Cave di Barone (em alemão). Mainz am Rhein: Von Zabern. ISBN 9783805310840
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com Cave di Cusa no Wikimedia Commons
- «Website oficial» (em italiano). Arquivado do original em 1 de dezembro de 2012