Amazaspo II
Amazaspo II | |
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Mepe do Reino da Ibéria | |
Reinado | 185-189 |
Antecessor(a) | Farasmanes III |
Sucessor(a) | Reve I |
Nascimento | século II |
Morte | 189 |
Cônjuge | Dracontis |
Dinastia | farnabázida |
Pai | Farasmanes III |
Religião | Paganismo ibérico |
Amazaspo II (em latim: Amazaspus; em grego: Αμαζασπος; romaniz.: Amazaspos; em georgiano: ამაზასპ; romaniz.: Amazasp) foi rei (mepe) do Reino da Ibéria, o último representante da dinastia farnabázida no trono segundo as crônicas georgianas da Idade Média. Filho e sucessor de Farasmanes III, presume-se que tenha governado no último quartel do século II, de 185 a 189, segundo Cyril Toumanoff.
Nome
[editar | editar código-fonte]Amazaspes (Αμαζάσπες, Amazáspes) ou Amazaspo (Amazaspus; Αμαζάσπος, Amazáspos) são as formas latina e grega do persa médio Hamazaspe (*Hamazāsp) que, em última análise, deriva do persa antigo Hamazaspa (Hamāzāspa). Embora a etimologia precisa de *Hamazāsp/Hamāzāspa permaneça sem solução, pode ser explicada através do avéstico *hamāza-, "colisão/confronto" + aspa-, "cavalo", ou seja, "aquele que possuía corcéis de guerra". Foi registrado em armênio (Համազասպ, Hamazasp) e georgiano (em georgiano: ამაზასპ, Amazasp’) como Hamazaspe.[1][2][3]
Vida
[editar | editar código-fonte]Amazaspo foi filho e sucessor do mepe Farasmanes III (r. 135–185). Cyril Toumanoff propôs que teria governado de 185 a 189. As crônicas georgianas descrevem, em detalhes, a vitória de Amazaspo sobre os invasores alanos e seu ataque recíproco às terras alanas. Relata-se que seu reinado de quatro anos terminou com uma revolta de seus nobres apoiada pela Armênia e pelos alanos. Amazaspo foi morto em batalha e sucedido por seu sobrinho rebelde, Reve I, fundador do ramo cadete da dinastia arsácida na Ibéria.[4][5] Em 1996, uma inscrição grega incompleta mencionando "Amazaspo, grande rei dos ibéricos" foi descoberta em Baguineti, em Misqueta, a antiga capital da Ibéria. De acordo com a reconstrução do texto danificado por Tinatin Kaukhchishvili, Amazaspo parece ter sido casado com a filha de Vologases, rei da Armênia. Este pode ser Amazaspo II ou Amazaspo I, enquanto Vologases é Vologases I (r. 117–138/40) ou Vologases II (r. 180–191).[6] Outra inscrição grega relacionada descoberta em Baguineti menciona a rainha Dracontis, identificada por David Braund com a rainha mencionada na primeira inscrição. Essas inscrições também trazem à luz um alto cortesão de Amazaspo, o "criador" ou "pai adotivo" (τροφεύς) Anagranes.[7]
Referências
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
- ↑ Rapp 2009, p. 660.
- ↑ Rapp 2014, p. 164, 224.
- ↑ Toumanoff 1969, p. 17.
- ↑ Rapp 2003, p. 291-292.
- ↑ Mgaloblishvili 2011, p. 272–274.
- ↑ Braund 2002, p. 23–34.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Braund, David (2002). «Anagranes the τροφεύς: the court of Caucasian Iberia in the second-third centuries AD». In: Kacharava, Daredjan. Autour de la mer Noire: hommage à Otar Lordkipanidzé. Besanção: Presses Universitaires Franc-Comtoises. ISBN 2-913322-89-1
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Mgaloblishvili, T'amila; Rapp Jr., Stephen H. (2011). «Manichaeism in Late Antique Georgia?». In: van den Berg, Jacob Albert. In Search of Truth: Manichaica, Augustiniana & Varia Gnostica. Leida e Boston: Brill. ISBN 90-04-18997-1
- Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Bristol: Peeters Bvba. ISBN 90-429-1318-5
- Rapp, Stephen H. (2009). «The Iranian Heritage of Georgia: Breathing New Life into the Pre-Bagratid Historiographical Tradition». Iranica Antiqua. 44. doi:10.2143/IA.44.0.2034389
- Rapp, Stephen H. Jr (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-4724-2552-2
- Toumanoff, Cyril (1969). Chronology of the Early Kings of Iberia. Nova Iorque: Fordham University