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Aldous Huxley

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Aldous Huxley
Aldous Huxley
Nascimento 26 de julho de 1894
Godalming, Surrey
Morte 22 de novembro de 1963 (69 anos)
Los Angeles, Califórnia, EUA
Nacionalidade britânico
Ocupação escritor
Prémios James Tait Black Memorial Prize (1939)
Gênero literário ficção científica
Magnum opus Admirável Mundo Novo
Assinatura

Aldous Leonard Huxley (Godalming, 26 de julho de 1894Los Angeles, 22 de novembro de 1963)[1] foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros da família Huxley. Mais conhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo e diversos ensaios, Huxley também editou a revista Oxford Poetry e publicou contos, poesias, literatura de viagem e guiões de filmes. Passou a última parte de sua vida nos Estados Unidos, vivendo em Los Angeles de 1937 até sua morte, em 1963.[2][3] No final de sua vida, Huxley foi amplamente reconhecido como um dos principais intelectuais de sua época.[4] Ele foi nomeado para o Prêmio Nobel de Literatura sete vezes[5] e foi eleito Companheiro de Literatura pela Royal Society of Literature em 1962.[6]

Huxley era humanista e pacifista. Ele cresceu interessado no misticismo filosófico[4][7] e universalismo,[8] abordando esses temas com obras como A Filosofia Perene (1945) - que ilustra semelhanças entre misticismo ocidental e oriental - e As Portas da Percepção (1954) - que interpreta sua própria experiência psicodélica com mescalina. Em seu romance mais famoso Admirável Mundo Novo (1932) e seu último romance A Ilha (1962), ele apresentou sua visão de distopia e utopia, respectivamente.

Faziam parte da sua família os mais distintos membros da classe dominante inglesa; uma vasta elite intelectual. O seu avô era Thomas Henry Huxley, um grande biólogo defensor da teoria evolucionista de Charles Darwin, tendo desenvolvido o conceito agnóstico. A sua mãe era irmã da romancista Humphrey Ward; a sobrinha de Matthew Arnold, o poeta; e a neta de Thomas Arnold, um famoso professor e diretor da Rugby School que acabou por se tornar numa personagem do romance "Tom Brown's Schooldays".[carece de fontes?]

Estudou medicina na Eton College, e foi obrigado a abandonar aos dezesseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o cegou impedindo-o de continuar no curso de medicina. Mais tarde, ele recuperou visão suficiente para se formar com honra pela Universidade de Oxford, mas insuficiente para servir ao exército britânico durante a Primeira Guerra Mundial.[2] Em Oxford, teve o primeiro contacto com a literatura, conhecendo Lytton Strachey e Bertrand Russell. Também se tornou amigo de D. H. Lawrence.[carece de fontes?]

Em 1921, lançou "Crome Yellow", o primeiro de uma série de romances e novelas que combinam diálogos emocionantes e um aparente ceticismo, com profundas considerações morais.[carece de fontes?]

Viveu a maior parte dos anos 20 na Itália fascista de Mussolini que inspirou parte dos sistemas autoritários retratados em suas obras.[carece de fontes?]

A obra-prima de Huxley, Admirável Mundo Novo (Brave New World), foi escrita durante quatro meses no ano de 1931. Os temas nela abordados remontam grande parte de suas preocupações ideológicas como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado.[9][carece de fontes?]

No ano de 1937 Aldous Huxley mudou-se para Los Angeles com sua esposa Maria, o filho Matthew Huxley e seu amigo Gerald Heard, e em 1938, no auge da sua carreira, chegou a Hollywood, como um de seus mais bem remunerados guionistas. Nessa fase, escreveu romances como Também o Cisne Morre (1939), O Tempo Pode Parar (1944), O Macaco e a Essência (1948).[carece de fontes?]

Heard apresentou Huxley à Vedanta (filosofia centrada em Upanishad), meditação e vegetarianismo através do princípio de ahimsa. Em 1938, Huxley fez amizade com Jiddu Krishnamurti, cujos ensinamentos ele admirava muito. Huxley e Krishnamurti entraram em um intercâmbio duradouro (às vezes beirando no debate) durante muitos anos, com Krishnamurti representando a perspectiva mais rarefeita, destacada da torre de marfim e Huxley, com suas preocupações pragmáticas, a posição mais social e historicamente informada. Huxley forneceu uma introdução à declaração quintessencial de Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade (1954).[10]

Huxley também se tornou um vedantista no círculo do hindu Swami Prabhavananda, e introduziu Christopher Isherwood nesse círculo. Pouco tempo depois, Huxley escreveu seu livro sobre valores e ideias espirituais amplamente difundidos, A Filosofia Perene, que discutia os ensinamentos de renomados místicos do mundo. O livro de Huxley afirmou uma sensibilidade que insiste que existem realidades além dos "cinco sentidos" geralmente aceitos e que há um significado genuíno para os seres humanos além das satisfações e sentimentalismos sensuais.

Durante este período, Huxley ganhou uma renda substancial como roteirista de Hollywood; Christopher Isherwood, em sua autobiografia Meu Guru e Seu Discípulo, afirma que Huxley ganhou mais de 3 000 dólares por semana (uma enorme quantia naqueles dias) como roteirista, e que ele usou muito disso para transportar escritores e artistas judeus e de esquerda refugiados da Alemanha de Hitler para os EUA.[11] Em março de 1938, a amiga de Huxley, Anita Loos, romancista e roteirista, colocou-o em contato com a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), que o contratou para Madame Curie, estrelando Greta Garbo e sendo dirigido por George Cukor. (Eventualmente, o filme foi completado pela MGM em 1943 com um diretor e elenco diferentes.) Huxley recebeu crédito de tela por Orgulho e Preconceito (1940) e foi pago por seu trabalho em vários outros filmes, incluindo Jane Eyre (1944). Ele foi contratado por Walt Disney em 1945 para escrever um roteiro baseado em Alice no País das Maravilhas e na biografia do autor da história, Lewis Carroll. O roteiro não foi usado, no entanto.[12]

O cinema para Huxley foi uma aventura tão fascinante quanto as suas descobertas e experiências com a mescalina, iniciadas em 1953 em correspondência com o psiquiatra Humphry Osmond e narradas em "As portas da percepção" (The Doors of Perception), de 1954, livro que exerceu certa influência sobre a cultura hippie que florescia, dando nome por exemplo à banda The Doors, embora o título seja oriundo de um verso de Blake. Os Beatles escolheram seu rosto entre algumas dezenas de grandes personalidades que figuram na capa do mais marcante álbum do quarteto, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, com faixas polêmicas cujas letras evidenciavam afinidade com estados alterados de percepção. Mais tarde, ele fez experimentos com LSD. Huxley, muito embora, possuía preferências culturais e hábitos muitíssimo diversos do movimento hippie como um todo, abordava o universo dos psicoativos voltado à antropologia e à filosofia. Dois anos depois, viúvo, casou-se novamente e publicou "Entre o céu e o inferno".[2]

Huxley casou-se com Maria Nys (10 de setembro de 1899 – 12 fevereiro de 1955), uma belga que ele conheceu em Garsington, Oxfordshire, em 1919. Eles tiveram um filho, Matthew Huxley (19 de abril de 1920 – 10 de fevereiro de 2005), que seguiu a carreira de escritor, antropólogo e epidemiologista.[13] Em 1955, Maria morreu de câncer.

Em 1956, Huxley se casou com Laura Archera (1911–2007), escritora, violinista e psicoterapeuta.[14] Ela escreveu This Timeless Moment, uma biografia de Huxley.

Em 1960, Huxley foi diagnosticado com câncer de laringe e, nos anos seguintes, embora a doença se agravasse, escreveu o romance A Ilha[15] e lecionou sobre as potencialidades humanas no Centro Médico São Francisco da Universidade da Califórnia e no Instituto Esalen.[16]

Huxley era amigo íntimo de Jiddu Krishnamurti e de Rosalind Rajagopal e esteve envolvido na criação do Happy Valley School (agora Besant Hill School of Happy Valley) em Ojai, Califórnia.

Os trabalhos remanescentes de Huxley estão, em sua maior parte, na biblioteca da Universidade da Califórnia, Los Angeles.[17] É possível encontrá-los também na biblioteca da Universidade de Stanford.[18]

Em 9 de abril de 1962, Huxley foi informado de que ele havia ganho o título de "Companion of Literature" pela Royal Society of Literature.[19]

Nos últimos dias de luta contra o câncer, já impossibilitado de falar, Huxley entregou um bilhete a Laura Huxley, sua esposa, no qual escreveu: "LSD, 100 µg, intramuscular" (100 microgramas de LSD, aplicação intramuscular), como uma tentativa de reviver a experiência psicodélica antes da morte.[20] Ele faleceu às 17h21 do dia 22 de novembro de 1963, aos 69 anos. As cinzas de Huxley foram enterradas no jazigo da família,[2] no cemitério de Watts, casa de Watts Mortuary Chapel em Compton, uma vila perto de Guildford, Surrey, Inglaterra.[21]

Obras publicadas

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Moksha: Writings on Psychedelics and the Visionary Experience (1931-1963), raccolta di saggi del 1977
nº série Título original Título no Brasil Tradução Ano Editora
01 Limbo, contos de estreia 1920
02 Crome Yellow Férias em Crome, romance ou A feira de Crome Edison Carneiro 1921 editora Vecchi, Livros do Brasil
03 Antic Hay Ronda Grotesca, romance Moacyr Werneck de Castro 1923 Globo
04 Those barren leaves Folhas inúteis, romance ou As despedidas estéreis Marina Guaspari 1925 Casa editora Vecchi
05 Two or Three Graces Duas ou Três Graças: quatro histórias, contos 1926 Ibrasa, Globo
06 Proper Studies 1927
07 Point Counter Point Contraponto, romance Érico Veríssimo 1928 Globo, Abril Cultural, Nova Cultural
08 Do What you will Satânicos e visionários, ensaios J. L. Dantas 1929 Americana
09 Brave New World Admirável Mundo Novo, romance Lino Vallandro e Vidal Serrano 1932 Folha de S.Paulo, Globo, Abril Cultural, Círculo do livro,
10 Eyeless in Gaza Sem Olhos em Gaza, romance V. de Miranda Reis 1936 Civilização brasileira (1970), Globo (1980), Abril Cultural (1985), Círculo do livro (1981)
11 Ends and Means O despertar do mundo novo, ensaios M JUdith Martins 1937 Itatiaia, Hemus,
12 After Many Summers Também o Cisne Morre, romance Paulo Moreira da Silva 1939 Livraria do Globo (1942), Biblioteca azul (2014)
13 Grey Eminence Eminência parda, a história de Pòre Joseph, o conselheiro de Richelieu ou Eminência Parda: estudo sobre religião e política, biografia romanceada Paulo Moreira da Silva - Maria Judith Martins 1941 Livraria do Globo (1943), Itatiaia (2000),
14 The Art of Seeing A arte de ver, ensaios Lumir Nahodil 1943 Paz (Portugal, 1998)
15 Time Must Have a Stop O Tempo Deve Parar, romance Maria Luisa Alba 1945 Libraria do Globo (1945); Globo (1987)
16 The Perennial Philosophy A Filosofia Perene, ensaios Geraldo Galvão Ferraz, Octavio Mendes Cajado 1946 Globo, Civilização brasileira, Cultrix, Círculo do livro
17 Ape and Essence O Macaco e a Essência, romance João Guilherme Linke; Fábio Bonillo 1949 Civilização brasileira, Globo, Biblioteca azul
18 The Devils of Loudun Demônios da loucura ou Os Demônios de Loudun Marcos de Vicenzi; Sylvia Taborda 1952 Americana, Globo, Círculo do livro
19 The Doors of Perception As Portas da Percepção, ensaios Osvaldo de Araújo Souza 1954 Globo, Civilização brasileira
20 Heaven and Hell Céu e Inferno, ensaios Osvaldo de Araújo Souza 1956 Globo, Civilização brasileira
21 Adonis and the alphabet Adônis e o alfabeto, ensaios Edith de Carvalho Negraes e Daniel Martins Júnior 1956 Hemus (1956), Itatiaia (2000),
22 Collect shor stories Contos escolhidos Eliana Sabino 1957 Globo
23 Brave New World Revisited Regresso ao Admirável Mundo Novo, ensaios Eduardo Nunes Fonseca 1959 Hemus (1974), Itatiaia (2000), Círculo do livro (1985)
24 Island A Ilha, romance Gisela Brigitte Laub 1962 Globo, Civilização brasileira, Rio Gráfica
25 The Human Situation A Situação Humana, ensaios Lya Luft 1978 Globo, Círculo do livro

Adaptações cinematográficas

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  • 1968 Point Counter Point (minissérie BBC adaptada por Simon Raven)
  • 1971 The Devils (Os demônios de Loudun adaptado por Ken Russell)
  • 1980 Admirável Mundo Novo (adaptação na TV americana)
  • 1998 Admirável Mundo Novo (adaptação na TV americana)

Referências

  1. M. Keith Booker (2005). Encyclopedia of Literature and Politics: H-R. Greenwood Publishing Group. pp. 358 – 359. ISBN 978-0-313-32940-1.
  2. a b c d «Aldous Huxley». Universo Online. UOL - Educação. Consultado em 22 de novembro de 2012 
  3. «The Britons who made their mark on LA» (em inglês). 11 de setembro de 2011. ISSN 0307-1235 
  4. a b Thody, Philip, 1928-1999. (1973). Huxley : a biographical introduction. New York: Scribner. ISBN 068413053X. OCLC 1274986 
  5. «Nomination Archive». NobelPrize.org (em inglês). Consultado em 2 de julho de 2019 
  6. «Companions of Literature | Royal Society of Literature». web.archive.org. 2 de janeiro de 2015. Consultado em 2 de julho de 2019 
  7. Dunaway, David King. (1998). Aldous Huxley recollected : an oral history. Walnut Creek, CA: AltaMira Press. ISBN 0585189927. OCLC 44962888 
  8. Pothen, Annie. Roy, Sumita. (2003). Aldous Huxley and Indian thought. [S.l.]: Sterling Publishers. ISBN 8120724658. OCLC 249310310 
  9. PAVLOSKI, Evanir (2022). Admirável mundo novo e A ilha de Aldous Huxley: entre o pesadelo e o idílio utópico. Curitiba: Editora UFPR. ISBN 9786587448923 
  10. Vernon, Roland (2000). Star in the East. Boulder, CO: Sentient Publications. pp. 204–207 
  11. Isherwood, Christopher (2013) [1980]. My Guru and His Disciple. London: Vintage Books. p. 44. ISBN 978-0-0995-6123-1.
  12. «7 unproduced screenplays by famous intellectuals». Salon (em inglês). 15 de abril de 2010. Consultado em 2 de julho de 2019 
  13. "Author, NIMH Epidemiologist Matthew Huxley Dies at 84". 17 de fevereiro de 2005 The Washington Post
  14. Huxley, Aldous (2006). "Aldous Huxley: A Life of the Mind". Brave New World. Harper Perennial Modern Classics / HarperCollins Publishers
  15. Peter Bowering Aldous Huxley: A Study of the Major Novels, p. 197, Oxford University Press, 1969
  16. Kripal, Jeffrey (2007). Esalen America and the Religion of No Religion (excerto). [S.l.]: University of Chicago Press 
  17. «Finding Aid for the Aldous and Laura Huxley papers, 1925–2007». Special Collections, Charles E. Young Research Library, UCLA. Consultado em 4 de outubro de 2012 
  18. «Guide to the Aldous Huxley Collection, 1922–1934». Dept. of Special Collections and University Archives. Consultado em 4 de outubro de 2012 
  19. Peter Edgerly Firchow, Hermann Josef Real (2005). "The Perennial Satirist: Essays in Honour of Bernfried Nugel, Presented on the Occasion of His 65th Birthday", p. 1. LIT Verlag Münster
  20. «This Timeless Moment» (em inglês). Lettersofnote.com 
  21. Aldous Huxley (em inglês) no Find a Grave[fonte confiável?]
  22. Chevalier, Tracy (1997). Encyclopedia of the Essay. [S.l.]: Routldge. p. 416. ISBN 978-1-57958-342-2 

Ligações externas

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