Adriana Calcanhotto
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Adriana Calcanhotto | |
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Calcanhotto em 2015 | |
Nome completo | Adriana da Cunha Calcanhotto |
Nascimento | 3 de outubro de 1965 (59 anos) Porto Alegre, RS |
Residência | Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Suzana de Moraes (c. 2010; v. 2015) |
Ocupação | |
Prêmios | Lista |
Carreira musical | |
Período musical | 1990–presente |
Gênero(s) | |
Instrumento(s) | |
Gravadora(s) | |
Afiliações | |
Página oficial | |
adrianacalcanhotto |
Adriana da Cunha Calcanhotto (Porto Alegre, 3 de outubro de 1965) é uma cantora, compositora, intérprete, instrumentista,[5] produtora musical, arranjadora, escritora[6] e ilustradora brasileira,[7] além de atuar como professora[8][9] e embaixadora da Universidade de Coimbra, em Portugal.[10]
A artista iniciou a trajetória artística em meados dos anos 1980, com apresentações em bares e casas noturnas de Porto Alegre. Em 1990, lançou seu primeiro álbum de estúdio, Enguiço, que lhe rendeu o Prêmio Sharp de Revelação Feminina.[11] O álbum seguinte, Senhas (1992), foi o primeiro concebido e produzido totalmente pela cantora. Seu trabalho de estúdio posterior, “A Fábrica do Poema” (1994), que foi considerado pela imprensa “o disco do ano”.
Em seu primeiro disco ao vivo, Adriana se voltou para o formato de voz e violão, presente no início da carreira. “Público” (2000) deu origem a um DVD e centenas de shows pelo Brasil em uma turnê que durou dois anos. “Cantada” (2002) foi o novo álbum de estúdio e estabeleceu parcerias com músicos da nova geração.
Em 2004, surge o heterônimo infantil Adriana Partimpim, que estreou em disco homônimo e rendeu um show teatral registrado em DVD. Com o projeto recebeu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Infantil. Partimpim voltaria a aparecer em outros dois trabalhos de estúdio: “Dois” (2009) e “Tlês” (2012). E rendeu mais um DVD ao vivo Partimpim Dois é Show.
O sexto álbum de estúdio, “Maré” (2008), o segundo da trilogia marítima. Durante a excursão portuguesa de lançamento do disco escreve “Saga Lusa – O Relato de Uma Viagem”, lançado nesse ano ainda. Em 2011, produz o seu primeiro disco inteiramente autoral: “O Micróbio do Samba”, cujo título faz alusão a uma expressão do conterrâneo Lupicínio Rodrigues. A safra de composições era contaminada pelo ritmo e rendeu um aclamado show, eternizado em DVD no ano seguinte.
“Loucura”, lançado em julho de 2015, ganhou no ano seguinte o Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor DVD. Em dezembro de 2015 faz recital de poesia portuguesa e brasileira na Biblioteca Joanina, em Coimbra, com o violonista Arthur Nestrovski como convidado, ocasião em que foi nomeada Embaixadora da Universidade de Coimbra. Em 2017 fez residência artística e deu aulas na Universidade de Coimbra sobre poesia portuguesa e brasileira, trovadores provençais e galegos, sobre a invenção da língua portuguesa e a canção popular do Brasil. Nos anos 2018 e 2019 ministrou o curso de composição “Como escrever canções” a convite da Universidade de Coimbra. Em 2019 lançou o terceiro álbum da sua trilogia marítima, Margem, com turnê de shows no Brasil, Europa e EUA. Em 2020 a turnê Margem seguiria por Portugal e Europa no primeiro semestre.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Infância e família
[editar | editar código-fonte]É filha de Carlos Calcanhoto, baterista de jazz e bossa nova, e de Morgada Assumpção Cunha, bailarina e professora de Educação Física. Aos seis anos ganha da avó o primeiro instrumento: um violão. Aprendeu a tocar o instrumento e também, mais tarde, a cantar. Logo emergiu nas influências musicais (MPB) e literárias (Modernismo Brasileiro). Ficou fascinada pelo Movimento antropofágico de Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros nomes daquele movimento cultural.
A vida artística iniciou-se em bares de Porto Alegre, como o Fazendo Artes, situado próximo à 1ª Companhia de Guardas do Exército, próximo ao Parque Farroupilha, e o Porto de Elis, na avenida Protásio Alves. Também trabalhou em peças teatrais e depois se lançou em concertos e festivais por todo o país no estilo voz e violão.
De 1988 a 1997: As primeiras gravações
[editar | editar código-fonte]A carreira de Calcanhotto gravando música se inicia em 1988, ao gravar a versão brasileira de "Perfect Isn't Easy" ("Perfeição Existe"), da trilha sonora do filme da Disney Oliver e Seus Companheiros, lançado em novembro de 1988. Neste mês, ela grava duas faixas para o álbum independente com artistas gaúchos Geração Pop, lançado em 1989. As faixas eram: "Suspeito" (releitura de Arrigo Barnabé) e "Viu?", primeira composição própria lançada comercialmente. Em 1989, ela aparece no álbum A Trilha Sonora África Brasil, com composições do cineasta André Luiz Oliveira, cantando "Navio Negreiro IV", sobre poema de Castro Alves.
Em seguida, Calcanhotto é contratada pela gravadora CBS, por quem lança Enguiço, lançado em 1990. O álbum trouxe canções de autoria (a faixa título e "Mortaes") e regravações de clássicos da MPB ("Sonífera Ilha", do grupo Titãs, "Caminhoneiro" de Roberto e Erasmo Carlos, Disseram que Voltei Americanizada, gravada por Carmem Miranda, e "Nunca", do conterrâneo Lupicínio Rodrigues). "Naquela Estação", por sua vez, integrou a trilha sonora da telenovela global Rainha da Sucata (1990), de Sílvio de Abreu. Tal música lançou a carreira da cantora e tornou-a conhecida. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Sharp de revelação feminina.
No segundo trabalho, Senhas, de 1992, o repertório estava focado nas canções de autoria, com destaque para "Esquadros" e "Mentiras"; esta última foi incluída na trilha da novela Renascer, de Benedito Ruy Barbosa.
Em 1994, a fórmula dá sinais de cansaço e desgaste devido à exposição excessiva na mídia. Por isso, nesse mesmo ano lançou o LP A Fábrica do Poema, com algumas doses de experimentalismo (poemas de Augusto de Campos, Gertrude Stein, textos do cineasta Joaquim Pedro de Andrade e parcerias com Waly Salomão, Arnaldo Antunes, Antônio Cícero e Jorge Salomão). Neste disco, que também foi o último a ter versão em vinil, os destaques foram "Metade" e "Inverno".
Em 1996, Calcanhotto gravou uma versão de "E... O Mundo não Se Acabou", popularizada por Carmen Miranda, para a trilha de O Fim do Mundo.
De 1998 a 2003: Ápice do sucesso
[editar | editar código-fonte]Prosseguiu com o álbum Maritmo, que simulou uma incursão pela dance music (Pista de dança, Parangolé Pamplona), samplers (Vamos comer Caetano), e a regravação de Quem vem para beira do mar, de Dorival Caymmi, além dos hits radiofônicos Vambora, de sua autoria, e a regravação Mais Feliz, de Cazuza.
Uma das participações foi uma performance na livraria Argumento, no Rio de Janeiro, musicando poemas do poeta português Mário de Sá Carneiro em 1996. Um deles, O Outro acabou por entrar no CD Público (2000), que trazia regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e também rendeu um DVD, lançado no ano seguinte pela gravadora BMG.
No mesmo ano, a canção "Devolva-me" integrou a trilha da telenovela Laços de Família como tema de Clara (Regiane Alves) e Fred (Luigi Baricelli). A música também estava presente no álbum Público.
Em 2002, foi lançado o álbum Cantada, obra que recebeu um disco de platina, o que significa que vendeu mais de 250 mil cópias no país, e que contou com músicas, dentre outros compositores, de Antonio Cicero, Péricles Cavalcanti e Arnaldo Antunes.
De 2004 a 2010: Adriana Partimpim e Livro
[editar | editar código-fonte]Em 2004, Adriana lançou o álbum Adriana Partimpim, uma seleção de canções para crianças, com o qual ganhou o prêmio Grammy Latino de melhor álbum infantil.[12] No CD, a cantora usou um pseudônimo, utilizado também para o título do disco, feito para crianças, ou como Adriana prefere chamar, “disco de classificação livre”. O título do CD é um apelido de infância e, segundo Adriana, seu pai continua a chamá-la dessa maneira. Esse é o sétimo álbum da carreira e um projeto audacioso iniciado em 1999. Por este trabalho Adriana recebeu os prêmios “Faz Diferença” do jornal O Globo, e na categoria “Melhor Disco Infantil”, o Prêmio TIM e recebeu um disco de ouro, por ter vendido mais de 100 000 cópias no Brasil.
O álbum rendeu, em 2005, um álbum ao vivo intitulado "Adriana Partimpim - O Show". O projeto recebeu um disco de ouro por ter vendido mais de 50 mil cópias no país.
Em 2007, participou da Cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro.
Em 2008, continuando a trilogia com temática sobre o mar[13] iniciada dez anos antes, foi lançado o álbum Maré (2008), uma seleção de canções da nova MPB. Três canções deste trabalho estiveram nas trilhas de novelas da Rede Globo: Mulher Sem Razão, em A Favorita; Três, em Ciranda de Pedra; e Um Dia Desses, em Três Irmãs.
Nesse mesmo ano, Adriana aventurou-se pela primeira vez no texto em prosa e lançou o livro Saga Lusa. O livro é um relato da viagem a Portugal em sua turnê do disco Maré. O relato mostra como foram as 120 horas sem dormir e delirando aos efeitos causados por uma mistura de remédios para curar uma forte gripe. A escrita feita nos momentos de delírio, insônia e medos torna-se a única atividade que Adriana, sentada em frente ao seu computador realiza e com muito bom humor. O livro está repleto de passagens engraçadas nos momentos de delírio, onde a própria escritora ri de si mesma. O livro foi lançado pela Editora Cobogó (Brasil) com capa em 4 cores diferentes e por Quasi Edições (Portugal).
Em 2009 é lançado o CD Partimpim Dois, segundo da cantora utilizando seu heterônimo e dedicado às crianças. Posteriormente foi lançado um álbum de vídeo intitulado "Partimpim Dois é Show!".
De 2011 a 2017: Turnês de Sucesso
[editar | editar código-fonte]Em março de 2011, após Adriana lança o álbum O Micróbio do Samba, dedicado ao samba, o álbum é composto por canções escritas pela própria Adriana, duas canções já haviam sido gravadas por outras cantoras, "Beijo sem" por Teresa Cristina e "Vai saber?" por Marisa Monte.[14] No mesmo período, Adriana esteve empenhada numa turnê musical intitulada "Trobar Nova".[15]
Após uma promoção com shows em algumas casas, é lançado o DVD/CD "Micróbio Vivo", em parceria com o canal de televisão Multishow.[16]
Em outubro de 2012 foi lançado o álbum Partimpim Tlês, novamente voltado às crianças. O álbum tem músicas de Chico Buarque, Gilberto Gil, Ben Jor, Caymmi e Gonzaguinha.[17] Foi confirmado em março de 2013 que Adriana retornaria aos palcos com um show chamada Olhos de Onda, em abril de 2013, em algumas cidades de Portugal.[18][19] O show virou turnê[20] e mais tarde, em 2014, álbum ao vivo de mesmo nome.
Em junho de 2013, Adriana apresentou, ao lado de Zélia Duncan a edição daquele ano do Prêmio da Música Brasileira.[21]
Em 4 de dezembro 2014, a cantora subiu ao palco do Salão de Atos da UFRGS para realizar uma homenagem a seu conterrâneo Lupicínio Rodrigues. O show, de uma única apresentação, foi gravado e posteriormente lançado como CD e DVD ao vivo sob o nome Loucura. O repertório conta com clássicos do repertório de Rodrigues, como Nervos de aço.
De 2018 a 2019: A Mulher do Pau-Brasil e Margem
[editar | editar código-fonte]De abril de 2018 a fevereiro de 2019, a cantora esteve empenhada na turnê musical internacional A Mulher do Pau-Brasil, que a levou aos principais palcos do Brasil e de Portugal, onde a gaúcha havia trabalhado como professora convidada previamente pelo curso de Letras da Universidade de Coimbra. O show foi idealizado como “concerto-tese”, ou seja, uma conclusão da residência artística de Adriana Calcanhotto na Universidade, onde esteve nos últimos dois anos entre cursos e apresentações. A imensa repercussão do show gerou uma turnê que começou pela Europa e chegou a diversas cidades brasileiras a partir de agosto. Acompanhada por Bem Gil e Bruno Di Lullo, Adriana elaborou um roteiro com músicas compostas no período lusitano, releituras (a recente “As Caravanas”, de Chico Buarque, por exemplo) e também reencontra clássicos de seu repertório, como “Inverno”, “Vambora” e “Esquadros”.
A inédita canção-título abre o show em tom autobiográfico (“Nasceu no Sul / Foi para o Rio / E amou como nunca se viu”) e também retoma o nome de um espetáculo do início da carreira de Adriana (“A Mulher do Pau Brasil”), ainda em Porto Alegre nos anos 80.
Foi quando começou a ser instigada pelo “Manifesto da Poesia Pau Brasil”, do modernista Oswald de Andrade, e toda a sua influência no movimento tropicalista décadas depois. Tais temas sempre estiveram presentes em sua obra e ressurgiram com intensidade no período português.
Não à toa que “Vamos Comer Caetano”, composta para o disco “Maritmo” (1998), foi retomada no repertório e sublinha o conceito antropofágico da apresentação, através da ideia de devorar, se apropriar e reinventar a informação que vem de fora.
“Costumavam me perguntar se eu já tinha virado portuguesa e eu sempre respondia que não. Nunca me senti tão brasileira como agora”, conta Adriana, que foi nomeada Embaixadora da Língua Portuguesa da Universidade de Coimbra no final de 2015.[22]
No dia 18 de dezembro, em 2018, a cantora anunciou em suas redes sociais um álbum em seu tributo, que seria cantado por artistas do novo cenário musical brasileiro, e com músicas clássicas e "lado B" da cantora. O projeto, denominado Nada Ficou no Lugar, foi lançado em partes: No dia 21 de dezembro de 2018, Jonny Hooker, Mahmundi, Rubel, Priscila Tossan, Ava Rocha e O Quadro interpretaram, respectivamente as canções Mentiras, Cariocas, Por que Você Faz Cinema?, Vambora, Âmbar e Negros. Já em 2019, no dia 18 de Janeiro, Baco Exu do Blues ficou com Senhas, Illy com Pelos Ares, Alice Caymmi com Metade, Mãeana com O Amor me Escolheu, Larissa Luz com Vai Saber e ATTØØXÁ com Toda Sexta-Feira. Já no dia 15 de fevereiro, Pode se Remoer ficou com Preta Gil, Seu Pensamento com Duda Beat, Esquadros com Jaloo, Já Reparô com Letrux, Cantada com Arthur Nogueira e Inverno com Taís Alvarenga.[23]
Em 07 de junho de 2019, após um hiato de sete anos de gravações em estúdio, a cantora lançou o seu décimo disco: Margem, o último capítulo de uma trilogia iniciada com Maritmo (1998) e Maré (2008),[24] e que já havia tido 3 músicas reveladas anteriormente por meio de 3 singles e clipes, sendo eles: Ogunté, Margem, e Lá Lá Lá. No dia de lançamento do álbum, foi lançado junto o clipe da balada Dessa Vez. Depois disso, foi a vez de Era Pra Ser, Tua e Príncipe das Marés ganharem videoclipe.
A cantora encontra-se atualmente numa turnê em promoção do disco marinho, num show que une os três álbuns de sua trilogia. A apresentação conta também com sucessos que não fazem parte dessa tríade e que podem ou não ter ambiência marítima, como é o caso de "Devolva-me" e "Maresia", além do sucesso de Chico Buarque Futuros Amantes que aparece apenas na edição japonesa do álbum.[25]
No dia 14 de dezembro de 2019, a Turnê Margem rendeu uma gravação realizada na Cidade das Artes que tem previsão para se converter em CD e DVD ao vivo em 2020. O show realizado no Rio de Janeiro contou com a participação de Rubel que, com a gaúcha, cantou Você me pergunta, uma composição feita em parceria entre os dois cantores; e Esquadros, escrita por Adriana.[26]
De 2020 ao presente: Só e Errante
[editar | editar código-fonte]O mundo parou em março quando foi decretada pandemia. E o tempo ganhou novo sentido. Só que a arte subverte, como sempre, tempo e espaço e brota no novo disco de Adriana Calcanhotto, “SÓ canções da quarentena” – um trabalho concebido, composto, registrado e lançado durante a quarentena. “SÓ” é urgente dessa forma. Basta colocar em comparação com “Margem”, o trabalho anterior de Adriana, que foi lançado em 2019 mas trazia uma década de elaboração e sete anos de ausência de gravações de estúdio. O álbum novo foi composto, produzido, gravado e mixado em 43 dias, entre 27 de março e 8 de maio (a ficha traz até a hora em que cada canção foi escrita, junto ao dia). A produção musical é do cantor e compositor paraense Arthur Nogueira com coprodução dos músicos STRR e Leo Chaves.
“Em onze dias eu tinha trinta minutos de música”, diz a cantora e compositora.
Mas não confunda com um disco feito às pressas. “SÓ” é fruto de um método tão novo para Adriana quanto adaptado ao que o mundo se tornou com a proliferação da covid-19.
Ela foi impedida de voltar para Coimbra, em Portugal, onde leciona e é embaixadora da universidade que carrega o nome da cidade. No Rio de Janeiro, seu relógio artístico passou a despertá-la todos os dias com o desafio de compor uma música até a hora do almoço. “Como se tivesse a missão de fazer pão todos os dias. Mas não sei fazer pães, só sei fazer canções.” O sentido é completo pela temática das músicas, pela ordem cronológica de composição em que as nove faixas formam o repertório do disco e pela forma em que foi arranjado, gravado e produzido, entre São Paulo, Rio, Belém, Salvador, Orlando e Tóquio.
Como bem diz Adriana, enquanto compunha e lança “SÓ”, “o planeta respira”. (É) o que temos, conforme mais uma citação à obra. E o que temos é lindo. Assim como a dedicatória do álbum, a Moraes Moreira, que se foi durante a pandemia, mas que é imortal como toda arte.
Em 2023, Calcanhotto lança o álbum Errante.
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Em 1989, iniciou um relacionamento com Suzana de Moraes, atriz, cineasta e produtora cultural, filha do poeta e compositor Vinícius de Moraes, tendo permanecido com ela por mais de 25 anos.[27] Nos anos 2000, o casal declarou a união civil na Justiça (já que na época o casamento homossexual não era permitido, e só veio a ser regulamentado pelo STF em 2011) e depois comemorou a decisão com cerimônia e uma festa íntima apenas para amigos e familiares, oficializando a união em 2010, levando a uma grande noticiação de sua relação por diversos meios de comunicação, tanto brasileiros[28][29] como portugueses.[30][31] Porém, em 2015, Moraes morre, vítima de complicações no tratamento de um câncer de útero. Quando sua companheira por 26 anos faleceu, Calcanhotto declarou: "foi-se o amor da minha vida".[32][33]
Embaixadora da Universidade de Coimbra, em Portugal, desde 2015, a brasileira foi professora da Faculdade de Letras dessa mesma universidade nos dois últimos anos, tendo ministrado o curso "Como Escrever Canções" e também cursado Arqueologia.[34][35]
Em novembro de 2021, foi revelado que Calcanhotto estava namorando a atriz e escritora Maitê Proença.[36] O término ocorreu no ano seguinte devido a declarações de Maitê sobre o relacionamento.[37]
Discografia
[editar | editar código-fonte]Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
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2006 | Melhor Álbum Infantil Latino | Adriana Partimpim | Venceu |
2007 | Melhor Canção em Língua Portuguesa | Para Lá (interpretada por Arnaldo Antunes) | Indicado |
2010 | Tua (interpretada por Maria Bethânia) | Venceu | |
2011 | Mais Perfumado | Indicado | |
2015 | Tudo (interpretada por Bebel Gilberto) | Indicado |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
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2001 | Escolha da Audiência | Devolva-me | Indicado |
Videoclipe de MPB | Devolva-me | Indicado |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|
2016 | Melhor DVD | Loucura - Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues | Indicado |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
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2001 | Melhor Cantora | Adriana Calcanhotto | Indicado |
Melhor Música | Devolva-me | Indicado | |
Melhor Clipe | Indicado | ||
2002 | Melhor DVD | Adriana Calcanhotto | Indicado |
2003 | Melhor Cantora | Indicado | |
2005 | Melhor Clipe | Fico Assim Sem Você | Indicado |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|
2013 | Projetos Especiais | Adriana Partimpim Tlês | Indicado |
2014 | Melhor Cantora | Adriana Calcanhotto | Indicado |
Melhor DVD | Olhos de Onda | Indicado |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|
2001 | Melhor Cantora | Adriana Calcanhotto | Venceu |
Melhor Música | Devolva-me | Venceu |
Ano | Categoria | Indicação | Resultado |
---|---|---|---|
2006[38] | Destaque Nacional | Adriana Calcanhotto | Venceu |
Referências
- ↑ «Adriana Calcanhotto lança em CD e DVD registro de show em homenagem a Lupicínio». O Globo. 23 de julho de 2015. Consultado em 16 de julho de 2020
- ↑ «Adriana Calcanhotto lança disco delicado». Folha de S. Paulo. 26 de abril de 2000. Consultado em 16 de julho de 2020
- ↑ «Adriana Calcanhotto lança CD dedicado ao samba». Veja. 25 de novembro de 2011. Consultado em 16 de julho de 2020
- ↑ «Adriana Calcanhotto parte das águas da Bossa Nova para chegar até 'Margem'». G1. 22 de março de 2019. Consultado em 16 de julho de 2020
- ↑ «dicionariompb.com.br/adriana-calcanhotto/dados-artisticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Adriana Calcanhotto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ «Fora de cena, Adriana Calcanhotto vira ilustradora de livro de Vik Muniz». O Globo. 18 de setembro de 2011. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ «Adriana Calcanhotto voltará a dar aulas na Universidade de Coimbra - Cultura». Estadão. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ «Adriana Calcanhotto fala de vida como professora em Portugal e explica funk 150 em novo álbum». G1. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ Guimarães, Cleo. «Adriana Calcanhotto é condecorada embaixadora da Universidade de Coimbra». Gente Boa - O Globo. Consultado em 29 de julho de 2019
- ↑ Pitangueira, Alison (23 de junho de 2021). «Adriana Calcanhotto: a multiartista gaúcha que Brasil e Portugal admiram». Consultado em 6 de janeiro de 2022
- ↑ «Adriana Calcanhoto leva Grammy latino por disco infantil». Consultado em 7 de junho de 2010
- ↑ «Adriana Calcanhotto lança "Maré", 2º álbum de sua trilogia marítima». Consultado em 24 de abril de 2013. Arquivado do original em 19 de julho de 2014
- ↑ Luiz Fernando Vianna (16 de março de 2011). «'O micróbio do samba' traz o olhar peculiar de Adriana Calcanhotto sobre o gênero». O Globo
- ↑ À vontade, Adriana Calcanhotto mistura experimentalismo e hits em 'Trobar Nova'
- ↑ Adriana Calcanhotto reinventa seu repertório de samba em DVD ao vivo
- ↑ Roberta Pennafort (6 de outubro de 2012). «Adriana Calcanhotto lança 'Partimpim Tlês', novo disco infantil». Estadão. Consultado em 21 de janeiro de 2013
- ↑ Adriana Calcanhotto a solo leva “voz e violão” a Torres Novas, Leiria e Torres Vedras
- ↑ «Adriana Calcanhotto: ″Continuo achando que há excesso de música″». www.jn.pt. Consultado em 27 de setembro de 2021
- ↑ «Adriana Calcanhotto volta a SP com show "Olhos de Onda"; há ingressos». musica.uol.com.br. Consultado em 23 de julho de 2019
- ↑ «Zélia Duncan dá dica a Calcanhotto para Prêmio da Música Brasileira». Programa do Jô. Consultado em 27 de setembro de 2021
- ↑ «A mulher do Pau-Brasil – Adriana Calcanhotto». Consultado em 11 de junho de 2019
- ↑ «Demolição da obra de Adriana Calcanhotto fica completa com o pior volume do disco 'Nada ficou no lugar'». G1. Consultado em 25 de agosto de 2019
- ↑ Mauro Ferreira (24 de maio de 2019). «Adriana Calcanhotto explica a maré que a levou até 'Margem', álbum que fecha trilogia sobre o mar». G1 Pop & Arte. Consultado em 26 de maio de 2019
- ↑ «Adriana Calcanhotto surfa em ondas brandas no show 'Margem'». G1. Consultado em 25 de agosto de 2019
- ↑ «Adriana Calcanhotto apresenta parceria com Rubel na gravação do show 'Margem'». G1. Consultado em 19 de dezembro de 2019
- ↑ «Adriana Calcanhoto fala sobre a doença da mulher, Suzana de Moraes». Agosto de 2014
- ↑ Adriana Calcanhotto oficializa união com filha de Vinicius de Moraes Arquivado em 12 de setembro de 2010, no Wayback Machine. em abril.com.br/
- ↑ Adriana Calcanhotto oficializa relação com filha de Vinicius de Moraes, diz jornal em revistaquem.globo.com/
- ↑ Adriana Calcanhotto oficializa união com filha de Vinicius de Moraes em TVI 24; tvi24.iol.pt
- ↑ ADRIANA CALCANHOTTO casa-se com filha de VINÍCIUS DE MORAES[ligação inativa] em revista VIP- vip.pt, 9 de Setembro de 2010
- ↑ G1, Do; Paulo, em São (27 de janeiro de 2015). «'Foi-se o amor da vida', diz Adriana Calcanhotto sobre Susana de Moraes». Música. Consultado em 21 de maio de 2020
- ↑ «Morre, aos 74 anos, a atriz e cineasta Suzana de Moraes». 27 de janeiro de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2015
- ↑ «Adriana Calcanhoto voltará a dar aulas na Universidade de Coimbra, em Portugal». entretenimento.uol.com.br. Consultado em 5 de julho de 2019
- ↑ «″Vou fazer escavações arqueológicas em Idanha-a-Velha″». www.dn.pt. Consultado em 5 de julho de 2019
- ↑ Lima, Douglas (4 de novembro de 2021). «Maitê Proença fala pela 1ª vez sobre romance com Adriana Calcanhotto». Correio Braziliense. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Maitê Proença e Adriana Calcanhotto terminaram após declaração polêmica e exposição demais; cantora não segue mais atriz». extra.globo.com. Consultado em 24 de setembro de 2022
- ↑ Prefeitura Municipal de Porto Alegre. «Vencedores do Prêmio Açorianos de Música - 2006». Consultado em 2 de maio de 2018
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Nascidos em 1965
- Mulheres
- Adriana Calcanhotto
- Cantores do Rio Grande do Sul
- Compositores do Rio Grande do Sul
- Violonistas do Rio Grande do Sul
- Músicos de música popular brasileira
- Músicos vencedores do Grammy
- Meios-sopranos do Brasil
- Naturais de Porto Alegre
- Músicos LGBT do Brasil
- Cantores de língua portuguesa
- Cantoras premiadas com o Troféu Imprensa
- Musicistas lésbicas
- Lésbicas do Brasil
- Escritoras lésbicas
- Mulheres do Rio Grande do Sul