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Língua húngara

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Húngaro

magyar nyelv

Pronúncia:[ˈmɒɟɒr ˈɲɛlv]
Falado(a) em:  Hungria
Roménia
 Eslováquia
 Sérvia
 Eslovênia
Áustria Áustria
 Ucrânia
Região: Europa oriental
Total de falantes: 15 milhões[1]
Posição: 52
Família: Urálica
 Fino-úgrica
  Úgrica
   Húngaro
Escrita: Alfabeto latino (húngaro)
Estatuto oficial
Língua oficial de:  Hungria
União Europeia
Regulado por: Magyar Tudományos Akadémia Nyelvtudományi Intézete
(Instituto de Pesquisa de Linguística da Academia Húngara de Ciências)
Códigos de língua
ISO 639-1: hu
ISO 639-2: hun
ISO 639-3: hun

O húngaro (magyar nyelv), ou magiar,[2] é um idioma pertencente ao grupo fino-úgrico[3] da família das línguas urálicas, sendo de todas a mais amplamente falada, superando 15 milhões de falantes.

O húngaro está difundido no sul da Europa Central e é falado por mais de 13,5 milhões de pessoas; outras estimativas apontam para um número de falantes de até 15 milhões.[1] É a língua oficial da Hungria e, desde 1.º de maio de 2004, é também uma das línguas oficiais da União Europeia[4]. Ao contrário da maioria das línguas europeias, o húngaro não pertence à família de línguas indo-europeias e não tem uma relação próxima com elas[5]. Os códigos de idioma ISO 639 do húngaro são hu e hun.

Uma página do primeiro livro totalmente em húngaro, em 1533

Pré-história

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Consenso acadêmico

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A visão tradicional defende que a língua húngara divergiu dos seus parentes ugrícos na primeira metade do primeiro milênio a.C., na Sibéria ocidental a leste dos Urais do sul.[6] Os húngaros mudaram gradualmente o seu estilo de vida, passando de caçadores estabelecidos a pastores nômades, provavelmente como resultado dos primeiros contatos com os nômades iranianos (citas e sármatas) ou túrquicos. Em húngaro, as palavras de empréstimo iranianas remontam ao tempo imediatamente após a separação dos úgricos e provavelmente se estendem por mais de um milênio.[7]

Evidências arqueológicas do atual sul de Bascortostão confirmam a existência de assentamentos húngaros entre o rio Volga e os Montes Urais.[8] Os onogures (e os protobúlgaros) tiveram mais tarde uma grande influência na língua, especialmente entre os séculos V e IX. Esta base de empréstimos turcomanos é grande e variada (p.ex. szó "palavra", do túrquico; e daru "guindaste", das línguas pérmicas relacionadas), e inclui palavras emprestadas do ogúrico; p.ex. borjú "bezerro" (cp. tchuvache păru, părăv vs. turco buzağı);[9] dél "meio-dia; sul" (cp. tchuvache tĕl vs. turco düš).[10]

Visões alternativas

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O historiador e arqueólogo húngaro Gyula László afirma que os dados geológicos da análise polínica parecem contradizer a colocação da antiga pátria húngara perto dos Urais.[11]

Os períodos da história da língua húngara são os seguintes:

  • Proto-húngaro — período urálico até 1000 a.C.
  • Húngaro arcaico — 1000 a.C. até 896.
  • Húngaro antigo — 896 até o século XVI.
  • Húngaro médio — século XVI até o final do século XVIII.
  • Húngaro moderno — finais do século XVIII até a atualidade.

Os principais dialetos húngaros incluem[12]:

  1. do sul — déli nyelvjárások;
  2. transdanubianos — dunántúli nyelvjárások;
  3. transdanubianos ocidentais — nyugat-dunántúli nyelvjárások;
  4. noroeste — palóc nyelvjárások;
  5. nordestinos — északkeleti nyelvjárások;
  6. Tisza — tiszai nyelvjárások;
  7. Transilvânia Média — székely nyelvjárások;
  8. Szekler — székely nyelvjárások;
  9. Chango — csángó nyelvjárások.

Estes três últimos são falados fora do atual território da Hungria, em partes da Romênia. O dialecto chango é falado principalmente no condado de Bacău, no leste da Romênia. O grupo húngaro chango está bastante isolado dos outros húngaros, pelo que preservou um dialeto muito parecido com uma forma anterior de húngaro.[13]

A fonologia da língua húngara é implementada com letras latinas. Todas as letras correspondem exatamente a um som.

Em húngaro, os dígrafos, bem como o trígrafo dzs são considerados letras diferentes que são escritas com vários caracteres. Assim, a ortografia húngara é, em grande parte, regular. A única exceção é o som [j], que é escrito como "j" e "ly". Historicamente, "ly" era o som [ʎ], que desde então tem coincidido com "j" para formar [j].

Exemplos[14]
Letra AFI Descrição Exemplo
c [t͡s] ts, como em "pizza" e "partes"; Z em alemão cukor "açúcar"
cs [t͡ʃ] tch, como em "tchau" e "tcheco" kocsi "carro"; csak "apenas"
d [d] d, como em "dado", mas não como "dia" minden "cada"
dz [d͡z] dz, como em "aprendizado" e "mezzosoprano" edzés "treinamento"
dzs [d͡ʒ] dj, como em "grande" e "diabo" dzsungel "selva"
g [ɡ] como em "gato" e "guerra", nunca como em "gim" mérlegel "pesar"; garancia "garantia"
gy [ɟ] como em "amiguinho", e "geese" em inglês magyar "húngaro"
h [h] como em "marreta"; H em inglês néhány "alguns"
j, ly [j] y, como em "boia" jól "bem"; hely "lugar"
m [m] m, como em "maçã" e "amor", mas não como em "além" már "já"; sem "nem"
n [n] n, como em "nave" e "nariz", mas não como em "inteligência" nem "não"; van "ser; ter"
ny [ɲ] nh, como em "sonhar" nyugat "oeste"
r [r] como em "rato" em áreas rurais; RR em espanhol fórum "fórum"; újra "de novo"
s [⁠ʃ] ch, como em "cheio" e "Exu" spiritusz "espírito"
sz [s] ss, como em "sapo", "caçar" e "sussurrar" császári "imperial"; büszkén "orgulhosamente"
t [t] t, como em "tato", mas não como em "tia" után "depois"
ty [c] como em "quiabo", e "keen" em inglês kutya "cachorro"
zs [⁠ʒ] j, como em "gelo" e "jantar" zselatin "gelatina"

B, F, K, L, P, V, e Z são como em português. As letras W e X são usadas apenas em nomes ou palavras de origem estrangeira; o Y é usado — além dos dígrafos gy, ly, ny e ty — apenas no final dos nomes de família, e é pronunciado como [i].

As consoantes dobradas são pronunciadas são longas (geminadas), as vogais anteriores nunca são encurtadas. Os dígrafos também podem ser pronunciados longos, mas só a primeira letra é duplicada: ssz = duplo–sz, lly = duplo–ly, etc.

Diagrama com as vogais em húngaro[15]

A língua húngara faz distinção entre vogais que possuem curta duração (vogais breves) e vogais que possuem longa duração (vogais longas).

Exemplos[15][16]
Letra AFI Descrição Exemplo
a [ɒ], [ɔ] ó, como em "loja", ing. "thought" akkor "então"
á [äː] aa, como em "vá"; longa továbbá "além"
e [æ] é, como em "pé" e "pedra" első "primeiro/a"
é [e̞ː] êê, como em "mesa"; longa két "dois"
i [ɪ] como em "cine", ing. "bit" mindig "sempre"
í [iː] ii, como em "fino"; longa tíz "dez"; ír "escrever"
o [o] ô, como em "outro", "sopa" csoport "grupo"
ó [oː] ôô, igual ao o; longa szóló "solo"
ö [ø̞] como em fin. "rölli", cor. "soe" között "entre"
ő [øː] como em al. "schön", est. "köök"; longa idő "tempo"
u [ʊ] como em "pulo", "mato" kulturális "cultural"
ú [uː] uu, como em "tu"; longa hús "carne"
ü [ʏ] como no al. "schützen" végül "eventualmente"
ű [yː] como em "déjà vu", al. "über" sűrűn "frequentemente"
  1. a b Balázs, Géza. (2000). The story of Hungarian : a guide to the language 2nd ed ed. Budapest: Corvina. ISBN 963-13-4940-3. OCLC 48919651 
  2. S.A, Priberam Informática. «Consulte o significado / definição de magiar no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o dicionário online de português contemporâneo.». dicionario.priberam.org. Consultado em 23 de janeiro de 2020 
  3. «Hungarian language», Encyclopedia Britannica .
  4. «Languages». european-union.europa.eu (em inglês). Consultado em 18 de março de 2023 
  5. Editores da Encyclopaedia Britannica. «Hungarian language». Britannica.com (em inglês). Consultado em 18 de março de 2023 
  6. Abondolo, Daniel (8 de abril de 2015). «The Uralic Languages». doi:10.4324/9781315003283 
  7. Abondolo, Daniel (8 de abril de 2015). «The Uralic Languages»: 453. doi:10.4324/9781315003283 
  8. Antal, Türk Attila (22 de novembro de 2011). «A magyar őstörténet és a szaltovói régészeti kultúrkör» (em húngaro) 
  9. Erdal, Marcel (1 de fevereiro de 2019). «Róna-Tas, András / Berta, Árpád: West Old Turkic. Turkic Loanwords in Hungarian, Part 1: Introduction, A-K. Part 2: L-Z, Conclusions, Apparatus. Wiesbaden: Harrassowitz 2011. XX, 1490 S. 8° = Turcologica 84. Hartbd. € 148,00. ISBN 978-3-447-06260.2.». Orientalistische Literaturzeitung. 113 (6): 510–513. ISSN 2196-6877. doi:10.1515/olzg-2018-0172 
  10. Róna-Tas & Berta, WOT 2011/1: 291-4.
  11. Laszlo Gyula, The Magyars: Their Life and Civilization, (1996).
  12. «Hungarian». mustgo TRAVEL (em inglês). Consultado em 18 de março de 2023 
  13. «A magyar nyelvjárások». mek.oszk.hu (em inglês). Consultado em 23 de janeiro de 2020 
  14. Szende, Tamás (1994). «Hungarian». Journal of the International Phonetic Association. 24 (2): 91–94. ISSN 0025-1003. doi:10.1017/s0025100300005090 
  15. a b Szende, Tamás (dezembro de 1994). «Hungarian». Journal of the International Phonetic Association. 24 (2): 91–94. ISSN 0025-1003. doi:10.1017/s0025100300005090 
  16. Gósy (2004:62, 67–70)

Ligações externas

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