Pastel (arte)
O Pastel é um material artístico para pintura e/ou desenho existente em uma barra, bastões cilíndricos ou até em um lápis. Ele é constituído por uma mistura de carbonato de cálcio com pequenas quantidades de tragacanto ou alcatira, que servem como aglutinantes[1].
A cor do pastel tem opacidades e, consequentemente, transparências características. Isso vai depender dos pigmentos acrescentados na hora da composição do material. Nota-se que a maioria dos pigmentos utilizados são transparentes e o que muda para um nível de opacidade maior é o acréscimo do pigmento branco. Esse problema é mais frequente quando se faz referência ao material puro. Os materiais comercializados trazem mais pigmento branco e, portanto, mais opacidade.
Assim como nas tintas a óleo, o pintor pode fabricar o próprio pastel. Os materiais necessários[1] são: o pigmento desejado, água destilada, papel mata-borrão, espátula, superfície impermeável e aglutinante[1]. O modo mais comum de se adquirir o pastel são os comercializados. Nas lojas, podem ser encontrados patéis de diversos tipos de barras, de cores e de preços e variadas qualidades.
História
Foram nos séculos XVI e XVII que a técnica do pastel ganhou força, principalmente entre os artistas italianos e franceses. O ápice veio com a artista italiana Rosalba Carriera e os artistas Quentin de la Tour e Jean-Baptiste Perronneau no século XVIII. Foi uma técnica muito utilizada por grandes pintores contemporâneos, como Edgar Degas, Odilon Redon e Pablo Picasso. É mais usada na realização de retratos e na representação da figura humana, mas foi também utilizada nas obras de paisagem de artistas, como William Turner.
Tipos de pastel
Existem vários tipos de pastel: o "pastel seco", o "pastel de óleo", etc. Estes apresentam características diferentes, tanto na sua composição como na sua parte visual. Após acabado o trabalho, pode ser protegido com fixativo e / ou vidro.
Pastel seco
É um material antigo, referido pela primeira vez por Leonardo Da Vinci como um material elegante para "pintar a seco"[2], comparando esta característica peculiar do pastel com outras técnicas, como a aquarela, o guache ou a pintura a óleo. Este material pode ser utilizado em quase todas as superfícies de papel, mas apresenta um inconveniente na sua utilização, pois uma vez utilizado no suporte pode-se tornar um desafio apagar parcialmente o Pastel Seco sem deixar vestígios.
Pastel de óleo
Esse tipo de pastel é existente desde a década de 1960 e a sua fabricação é semelhante ao do pastel seco, tendo como diferença o óleo, componente que acabará por dar nome a este material.[3] O Pastel de Óleo pode ser diluido no suporte usando um pincel e, ao contrário do Pastel Seco, é um material que em excesso pode ser facilmente removido, pois com a ajuda de ferramentas, como um x-acto ou uma faca, pode simplesmente retirar-se o engano.
Pasteis pan
Uma invenção do século XXI, os pasteis pan (pan pastels) são semelhantes a maquilhagem e aplicados com esponjas macias. Podem ser usados para uma pintura inteira ou misturados com outros tipos de pasteis.
Escolha da superfície
A superfície escolhida deve ser adequada para a realização da obra. Podem ser usados papéis, cartões ou telas.[1]
Para o papel, é necessário que seja sempre uma base áspera. Isso resulta na maior fixação do pastel na superfície. Quando o papel é liso demais, a estabilidade do material e a intensidade das cores ficam comprometidas. Além disso, a execução pode ser prejudicada, visto que a chance do pastel borrar em lugares indesejados fica maior. Quando o papel é rugoso e, portanto, mais adequado, as possibilidades de execução são maiores: as cores ficam mais intensas, pode-se esfumar áreas e não esfumar outras.
Conservação
A passagem do tempo, que é um problema para as tintas a óleo e para a aquarela, não altera as obras feitas com pastel. Enquanto as tintas a óleo sofrem mudanças nas cores e a aquarela fica amarelada, a única desvantagem do pastel é a pouca aderência, por ser um pó. Ou seja, ele é facilmente desprendido da superfície. Mas o problema pode ser resolvido por meio de fixativos e ou por meio do emolduramento das obras, considerada uma proteção contra a umidade, o calor e a luz.
Técnicas mistas
Podem ser entendidas como técnicas mistas as combinações entre dois processos de desenho ou pintura numa mesma obra de arte. Desta forma, consegue-se mais possibilidades expressivas. No caso do pastel, ele pode ser combinado com outras técnicas também secas, como o lápis de cor. Assim, combina-se os aspectos mais soltos e instáveis do pastel com os aspectos mais precisos e lineares do lápis de cor. Além do lápis de cor, técnicas como a do giz de cera e do lápis carvão são combinações possíveis.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Técnicas de Pintura e Desenho. [S.l.]: Ediciones Genesis. 1992
- ↑ «"Técnicas de Pintura"». Revista Literária. Consultado em 14 de Outubro de 2012
- ↑ «"Oil Pastels"» (em inglês). Art Design Web. Consultado em 14 de Outubro de 2012