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Coleção Livro de Artista da Biblioteca da Escola de Belas Artes Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG) <ref>{{Citar web|ultimo=colecaolivrodeartista|url=https://eba.ufmg.br/colecaolivrodeartista/?tag=julio-plaza|titulo=Julio Plaza|data=2019-06-12|acessodata=2024-11-30|website=Coleção Livro de Artista|lingua=pt-BR}}</ref> |
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Fundação Vera Chaves Barcellos <ref>{{citar periódico |url=https://anpap.org.br/anais/2014/simposios/simpósio01/Ana%20Maria%20Albani%20de%20Carvalho.pdf |título=ACERVO DA FUNDAÇÃO VERA CHAVES BARCELLOS: ARTE CONTEMPORÂNEA NO TRÂNSITO CENTRO/PERIFERIA |data=15-19 de setembro de 2014 |periódico=23º Encontro da ANPAP – “Ecossistemas Artísticos” |publicado=ANPAP Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas |número=23 |ultimo=Maria Albani de Carvalho |primeiro=Ana |pagina=1598}}</ref> |
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Museus de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP) <ref>{{Citar web|url=http://mabfaap.sismu.com.br/acervo?q=julio+plaza|titulo=MAB FAAP - Acervo Virtual|acessodata=2024-11-30|website=mabfaap.sismu.com.br}}</ref> |
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Revisão das 20h26min de 30 de novembro de 2024
Julio Plaza
Usuário(a):Tiff Lari/Testes/Julio Plaza/Esboco/Backup AQUI ESTÁ O BACKUP DAS REFERÊNCIAS, PERDÃO NÃO TER COLOCADO ATÉ ENTÃO
Resumo Julio Plaza/Introdução
atentar ao impacto da espanha franquista em seus deslocamentos e na sua obra. Se identificar, citar.
https://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Foto_castilla_63.jpg foto para usarmos Castilla 63
vocação de artista polivalente [1]
https://repositorio.unesp.br/bitstreams/0675df7c-ac2d-4c02-9270-bb55f3400d86/download p. 31 teve 1 filha com a Asins, depois vemos onde indicar
manter padrão em Universidad de Puerto Rico
Trajetória
Julio Plaza nasceu 01 fevereiro de 1938 na cidade de Madrid, Espanha, no período da ditadura franquista.[2] Filho de Sofia Gonzales e Leocadio Plaza, demonstrava desde a infância uma aptidão para as artes. Sua tia Angela, grande incentivadora, o levava a exposições e o presenteava com livros e materiais de desenho, estimulando seu talento desde cedo. Entre a adolescência e o início da vida adulta, trabalhou numa fábrica de vidros experiência que, além de uma cicatriz no dedo, rendeu-lhe habilidades que viria a utilizar em suas obras, com focos me materiais industriais.
Durante a década de 1950, participou de cursos livres de arte no Círculo de Bellas Artes de Madrid.[3][4][5]
Nos primeiros anos de 1960 viajou pela Europa para desenvolver seu repertório artístico. Estudou na Escola de Belas-Artes e na Academia Julian, ambas em Paris, e também em Volksschule, em Colônia na Alemanha.[6][7][8]
Nesse período, conheceu as obras de artistas do construtivismo russo e de manifestações inspiradas pelo movimento, como Malevich, Mondrian, Pevsner, Kandinsky, Gabo, Moholy Nagy e entrou em contato com a arte concreta e a Bauhaus. Esta influência irá refletir em suas pinturas marcadas pela criação cinética que serão expostas na IX Bienal de São Paulo.[1][9][10][11]
Em 1962, em Madrid, aproximou-se da poesia concreta brasileira do grupo Noigandres e chegou a corresponder-se com Haroldo de Campos após ler A Arte no Horizonte Provável, experiência fundamental a sua formação como artista, pois irá influenciar toda sua produção em sua fase construtivista.[12]
Em 1963, juntamente com outros jovens artistas, incluindo sua primeira esposa, Elena Asins , e Luis Lugan, Julio Plaza fundou, na Espanha, o Grupo Castilla 63 um grupo de jovens artistas castelhanos Onésimo Anciones, Elena Asín, Lugán, Julio Plaza, Ventura, Miguel Pinto, García Núñez y Manuel Prior[13], com a proposta de adentrarem o cenário das artes em Madrid e sair do anonimato.[13] Nesta fase, sua produção foi marcada por um geometrismo incipiente, ecos figurativos[14] e pelo uso de materiais industriais, como ferragens, que fazia soldar para compor obras dentro dos paradigmas concretos.[1] É a partir deste período que Julio Plaza começa a participar de exposições em Madri.[14]
Em 1966, conheceu o escritor Ignácio Gómez de Liaño e, junto a Elena Asins e Luis Lugan, foi convidado a integrar a Cooperativa Artística y Artesana (CPAA), convivendo com músicos, escritores e poetas. Julio Plaza foi responsável por supervisionar a relação da cooperativa com o campo das Artes plásticas, além de responsabilizar-se pela criação de seu logotipo.[15][16] Nesse ano, produziu Composición Positivo Negativo con Simetria Giratória y Especular, pintura de caráter construtivista que exprime uma combinação equilibrada de figuras geométricas, sobretudo quadrados e cores, assim como outras obras desse período.[17]
Ainda em 1966, realizou sua primeira exposição individual na Galeria Nebli, Espanha, com obras marcadas pela experimentação[14] e, em 1967, conheceu a artista brasileira Regina Silveira, com quem iria formalizar sua união casando-se em 1969.[18][19][20][21]
A partir de sua participação em exposição no Museu de Navarra, Pamplona, em 1967, Julio Plaza foi contemplado com uma bolsa de estudos do Ministério das Relações Exteriores brasileiro e mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI). Nesse mesmo ano, participou 9ª Bienal de São Paulo com as pinturas Elementos Modulares Programados (1967), Objeto Cibernético (obra aberta) (1967), Cubos Programados de Vértice (obra aberta) (1967) e Móvel programado (pendente, obra aberta) (1967).[22][23] Na Escola, foi tutorado pelo crítico de arte e poeta Ángel Crespo[19], e entrou em contato com Silvia Steinberg, António Manuel, Raymundo Collares, Cildo Meireles, importantes figuras da arte moderna brasileira.[24]
Para o artista, por meio desta experiência
na ESDI, as artes gráficas, o desenho industrial e a comunicação visual entram definitivamente em meu campo de interesse e se integram às minhas pesquisas e poéticas.[25]
Com o término da bolsa de estudos 1969, mudou-se para São Paulo, passando a frequentar o ateliê do argentino Julio Pacello. Foi ali, num ambiente com ferramentas apropriadas, que Julio Plaza finalizou um livro objeto, projeto iniciado no ateliê de gravura da escola carioca.[26]
Foi convidado pelo reitor José Enrique Arrarás a lecionar na Universidade de Porto Rico, Mayagüez e, em 1969, mudou-se para o país com Regina Silveira, onde viveu por quatro anos[20] Na universidade, teve à sua disposição recursos técnicos avançados para a fotografia, como a impressão em serigrafia, offset e a fotomecânica. Além disso, com a universidade marcada por intercâmbios, conheceu os artistas Robert Morris, Frank Stella, Roy Lichtenstein, Rafael Ferrer e teóricos como Barbara Rose, Germano Celant e Umbro Apollonio. Tais aspectos propiciaram a renovação de seu repertório e novas experimentações com os recursos e a linguagem de reprodução técnica.[27][28]
Em Mayagüez, começou experimentações com arte postal e, em 1972, organizou Creacíon, Creation..., uma mostra internacional de arte postal que celebrava uma arte descomprometida com o mercado e marcada pela autogestão pelos próprios artistas. [29] Produziu On/Off (1972 - 1974), representativa da arte postal, em parceria com Regina Silveira. As publicação que contou com três edições, apresentava formatos variados e consistia em envelopes contendo reproduções de trabalhos artísticos realizados por diferentes artistas participantes. As edições eram distribuídas gratuitamente para instituições artísticas e pessoas do meio, com o objetivo de questionar os meios tradicionais de circulação da arte.[30][31][32][33]
A relação de Julio Plaza com o campo acadêmico manteve quando, em 1973 retornou ao Brasil, indo morar em São Paulo, onde passou a lecionar na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) sendo que, em 1976, viria a tornar-se professor do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP, lecionando principalmente na área de multimídia.[34][35]
Em colaboração com Donato Ferrari, Walter Zanini e Regina Silveira, fundou o Centro de Artes Visuais ASTER em São Paulo, no ano de 1978.[36][37] O ASTER era uma escola independente que oferecia cursos, encontros, palestras e exposições de artes e funcionou até o primeiro semestre de 1981.[38]
Em 1983, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, defendeu seu mestrado - sob orientação de Lucia Santaella - com a dissertação Videografia em Videotexto. No mesmo ano iniciou doutorado na mesma instituição, também sob supervisão de Lucia Santaella, defendendo em 1985 a tese Tradução Intersemiótica, em que aborda a proposta de transposição entre sistemas para tradução de obras em variadas linguagens.[12][39][40][41][42][43] [ aqui seria importante fazer uma frase sintética sobre o vínculo dele com semiótica, veja se consegue fazer algo assim]
Em 1990 finalizou pós-doutorado no Departamento de Comunicación Audiovisual y Publicidad, na Facultad de Ciencias de la Información, Universidad Complutense de Madrid (UCM), na Espanha, com o título As imagens das Novas Tecnologias da Comunicação.[44]
Julio Plaza participou da XVI Bienal de São Paulo, em 1981, como curador de exibição de arte postal[45] e, em 1994, participou da Bienal Brasil Século XX na Fundação Bienal em São Paulo com as obras Duchamp vs. Vasarely (1974) e Art. (1972).[7][46]
Em 17 de junho de 2003 morreu vítima de um derrame.[47][48]
Docência e atuação em instituições
A carreira docente de Julio Plaza iniciou-se em 1969 na Universidade de Porto Rico e viria a consolidar-se nos anos em que foi docente da ECA/USP, instituição em que atuou de 1974 até 2003.[20][49]
Na Universidad de Puerto Rico, além de lecionar, realizou esculturas para o campus, organizou ateliês, salas de exposições e a infraestrutura para o ensino de arte.[37][50][51]
No Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP lecionou disciplinas nos eixos comunicação e audiovisual. Na graduação em Artes Plásticas, criou a habilitação em Multimídia e Intermídia e instaurou suas disciplinas. Junto a Regina Silveira, Carmela Gross e outros professores, criou o programa de pós-graduação na ECA/USP[52], atuando na criação da linha de pesquisa em Multimeios voltada às pesquisas em arte e tecnologia. [52]
Julio Plaza colaborou com Walter Zanini, então diretor Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), no final da década de 1960, para a redefinição do programa do museu e de seu significado junto ao público para que se tornasse dispositivo de linguagens variadas e circuitos de distribuição de obras de arte. Além disso, foi responsável pelo design das peças gráficas do museu no período e organizou as exposições Plásticas Visuais e Prospectiva'74, marcos para a arte "não-sistema" no Brasil.[15]
No MAC/USP, sua curadoria apresentou exposições centradas na comunicação ilimitada e intermidiática, destacando obras como a arte postal, que utilizava o sistema de Correios como um circuito alternativo e subterrâneo de intercâmbio, pautado na solidariedade. Essa abordagem buscou abrir caminhos para superar a censura política e contornar determinadas barreiras econômicas.[53]
Fazer Artístico
Embora Julio Plaza tenha iniciado sua pesquisa plástica de forma figurativa, explorando temas clássicos da arte hegemônica, como paisagens, objetos e naturezas-mortas, sua produção, iniciada na Espanha na década de 1950, ocorreu em um contexto dominado por artistas abstratos e figurativos. Nesse período, Plaza se dedicou à pintura, mas já manifestava interesse por materiais industriais, que mais tarde se tornariam elementos centrais em sua obra.[1][54][2][55][56]
Construtivismo
A vanguarda russa e o construtivismo influenciaram sua poética, especificamente no que se refere à relação entre arte e matemática. Sua produção inicial, mais figurativa, deu lugar ao emprego de recursos precisos, objetivos e racionais para a criação das obras, com expressão geométrica, fruto de cálculos e fórmulas matemáticas.[10][2][57][58]
Na produção concreta de Julio Plaza, percebe-se a intenção de aproximar sua obra do público, valorizando a matemática como um elemento presente no cotidiano. Essa abordagem, aliada à possibilidade de reprodutibilidade do trabalho, reforça o afastamento do artista como indivíduo no resultado final das obras. Além disso, sua prática rompia com o cânone renascentista, ao adotar um princípio essencialmente racional.[59][60]
Sua participação, em 1966, na exposição Rotor-concordância de Arte, organizada por Ignacio Gomés de Liaño em cidades espanholas, é representativa desse fazer artístico. Ali, trabalhou com a combinação de figuras geométricas, e, no caso de pinturas, empregou especialmente quadrados em cores. Com madeiras e predominância da cor branca, produziu obras marcadas pela sobreposição, com relevos com versos coloridos, criando camadas plásticas inesperadas.[22][61][62]
Livros de Artista
Sua relação com a poesia concreta, habilidade para o design e experiência na criação de obras de arte concreta conduziram ao interesse pela produção de livros de artista[15][63] obras que são tanto livros quanto peças de arte, não são únicas, mas possuem tiragem menor que para um livro comum. Tais obras do Julio manifestam características da arte concreta: a racionalidade, matemática, e a não gestualidade do artista.
A obra A Nova Arte de Fazer Livros do mexicano Ulises Carrión inspirou Julio Plaza, especialmente no que se refere ao caráter sequencial do livro.[64] No artigo Livro Como Forma de Arte, publicado em 1982 na revista Arte em São Paulo, Julio Plaza descreveu e analisou livros em sua forma, conceituando o objeto livro a partir de uma perspectiva de vanguarda.[65]
Livro-Objeto (1968), elaborado por Julio Plaza com poema de Augusto de Campos e editado por Julio Pacello, é um livro pensado como escultura. A partir de sua estrutura geométrica, cores primárias e jogos de palavras ganham uma característica escultural a partir de dobras e recortes feitos nas folhas de papel que compõe o livro.[12][19][66] Poemóbiles (1974) e Caixa Preta (1975) também são livros de artista criados em colaboração com Augusto de Campos.
Além de suas próprias obras, o artista assumiu o papel de editor de livros e revistas. Destacam-se a edição de livros de Villari Herrmann e Ronaldo Azeredo e a colaboração com as revistas Artéria, Código, Viva há poesia, On-off e Qorpo Estranho, que não eram dotadas de uma estrutura empresarial, em termos financeiros, editoriais e de organização do trabalho. A escolha por tal formato não foi ocasional para Plaza, pois as revistas eram forma de agrupar as pessoas em torno de uma nova forma de fazer arte, com suporte que pudesse ser reproduzido e distribuído facilmente.[12]
Interface Arte e Tecnologia
Julio Plaza atuou na interface entre arte e tecnologia. Na Universidad de Puerto Rico, na década de 1970, chegou a organizar um seminário de arte e tecnologia e nos anos seguintes passou a explorar o tema em suas obras[67] tornando-se um dos nomes mais importantes da arte telemática no Brasil.[43]
Era um entusiasta do videotexto, dominou a técnica, realizou trabalhos, eventos de grande porte e fez publicações sobre o tema que também foi alvo de sua dissertação de mestrado. O artista pesquisou a tradução intersemiótica em sua pesquisa de doutorado.[68] Seu trabalho é representativo dessa investigação no domínio da linguagem, comunicação e semiótica.[43][69]
Representativa dessa atuação, Câmara Obscura, videoarte exposta no MAC/USP em 1977, destaca, segundo Walter Zanini, tanto o rigor de sua formação neoconstrutivista quanto as peculiaridades singulares de sua visualidade minimalista.[69] A obra é metáfora da câmara escura e das relações entre ambiente e espaço que o público precisa observar, perceber e mentalizar para decodificá-la.[70]
O vídeo configurou suporte a suas ideias e experimentações, consolidando sua atuação na arte conceitual[71] e, em 1983, Julio Plaza foi curador da XVII Bienal Internacional de São Paulo - Novos Media, Videotexto, na Fundação Bienal.[72]
Acervos que possuem suas obras
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo) [73]
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) [74]
Museu Universitário de Arte (MUnA) do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia (IARTE/UFU) [75]
Coleção Livro de Artista da Biblioteca da Escola de Belas Artes Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG) [76]
Pinacoteca do Estado de São Paulo [77]
Biblioteca Mário de Andrade [78]
Fundação Vera Chaves Barcellos [79]
Coleção Itaú Cultural[80]
Museus de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP) [81]
Prêmios
1994 - Prêmio APCA, categoria Arte-Comunicação pela mostra coletiva Homenagem à Avenida Paulista, exposta na Galeria Sesc Paulista
Referências
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