Mines ParisTech: diferenças entre revisões
Linha 27: | Linha 27: | ||
Quando de sua fundação, a mineração era não só um setor estratégico, mas indústria de excelência que necessitava lidar com problemas tão diversos quanto [[geofísica]] ou [[geopolítica]], passando por gestão e segurança industrial. Os engenheiros de minas eram, então, formados para resolver essa ampla gama de desafios, o que se reflete na diversidade da formação oferecida pela escola. Tendo evoluído com o tempo, a formação atualmente oferecida pela escola faz com que ela se enquadre na categoria de "Escola Generalista". |
Quando de sua fundação, a mineração era não só um setor estratégico, mas indústria de excelência que necessitava lidar com problemas tão diversos quanto [[geofísica]] ou [[geopolítica]], passando por gestão e segurança industrial. Os engenheiros de minas eram, então, formados para resolver essa ampla gama de desafios, o que se reflete na diversidade da formação oferecida pela escola. Tendo evoluído com o tempo, a formação atualmente oferecida pela escola faz com que ela se enquadre na categoria de "Escola Generalista". |
||
=== História === |
|||
[[Ficheiro |
|||
des Mines 4.jpg|thumb|left|As aulas no {{s-|XIX|e}}.]] |
|||
[[File: P1250413 Paris VI bd St-Michel ecole des Mines rwk.jpg|thumb|left|École nationale supérieure des mines de Paris.]] |
|||
[[Ficheiro |
|||
facade.jpg|thumb|O Hôtel de Vendôme ({{s-|XVIII}}) tornou-se sede da École des mines por decreto de 1816.]] |
|||
Na época de sua fundação, a exploração das [[Mineração na França|minas]] era tanto uma indústria de excelência quanto um setor estratégico, onde se encontravam vários tipos de problemas, desde a [[geofísica]] até o [[engenharia de processos|engenharia de processos]], passando pela segurança minerária, gestão econômica dos recursos e estratégia geopolítica. Os engenheiros de minas eram, então, formados para resolver esses problemas. As competências desenvolvidas pela escola eram, desde o início, diversas, e a escola evoluiu ao longo do tempo para se tornar uma escola chamada "generalista". |
|||
Um decreto do [[Conselho do rei de França|conselho do rei]] de {{date-|19 de março de 1783}} criou a primeira escola de minas, estabelecida no [[Hôtel des Monnaies (Paris)|Hôtel des Monnaies]] em Paris. Extinta em 1791 durante a turbulência revolucionária, foi reconstituída por um decreto do [[Comitê de Salvação Pública]] em 13 de [[messidor]] [[ano II]] (1794)<ref>[http://www.annales.org/archives/x/c3.html Capítulo III da ''Notícia histórica da École des mines de Paris'' por Louis Aguillon]</ref>. Posteriormente, foi transferida para [[Peisey-Nancroix]] na [[Saboia]], então francesa, após o decreto dos [[Constituição do ano VIII#Governo por três cônsules|cônsules]] de 23 de [[pluviôse]] [[ano X]] (1802)<ref>[http://www.annales.org/archives/x/c5.html Capítulo V da ''Notícia histórica da École des mines de Paris'' por Louis Aguillon]</ref>. A escola foi então denominada ''École pratique des Mines du Mont-Blanc''<ref name=":0">{{Artigo|primeiro1=Patrick|último1=Givelet|primeiro2=Ivan|último2=Cadenne|título=L'École des Mines de Peisey-Nancroix en Savoie (1802-1814)|periódico=Monde alpin et rhodanien (Le). Revue régionale d’ethnologie|volume=24|número=2|data=1996|doi=10.3406/mar.1996.1605|leitura online=https://www.persee.fr/doc/mar_0758-4431_1996_num_24_2_1605|acessado em=2018-12-13|páginas=169-182}}</ref>{{,}}<ref>{{Ligação web|autor1=Louis Aguillon|título=Notícia Histórica da École des Mines de Paris, Cap. V: L'École des Mines du Mont-Blanc (1802 - 1814)|url=http://www.annales.org/archives/x/c5.html|site=annales.org|data=|acessado em=2018-12-13}}</ref>. A administração da escola foi instalada nas instalações do antigo [[grande seminário de Moûtiers]]<ref>Decreto consular de 27 de nivôse do ano XI (17 de janeiro de 1803)</ref>. Os alunos-engenheiros, que usavam uniforme, eram remunerados durante a sua formação. As turmas anuais consistiam de meia dúzia de alunos. A formação era tanto teórica quanto prática, no local da mina de [[Peisey-Nancroix|Peisey]], mas também em toda a região através de "cursos geológicos"<ref>{{Obra|autor1=Philippe Grandchamp|título=LA VIE QUOTIDIENNE D'UN ELEVE DE L'ECOLE DES MINES A LA FIN DU PREMIER EMPIRE, D'APRÈS LES CARNETS DE CHARLES-MARIE-JOSEPH DESPINE|página=65-70|editora=Mém. Soc. géol. France|data=1995|isbn=|leitura online=http://www.annales.org/archives/x/despine1812.html}}</ref> e "viagens metalúrgicas". Um exame marcava o fim da formação, com a redação de uma dissertação. Os laureados eram nomeados a um posto de aspirante e, em seguida, de engenheiro, para serem designados a um departamento do Império. Durante seus doze anos de funcionamento, a escola formou entre {{unidade|60|e=70|alunos}}<ref name=":0" />. A invasão [[Sardenhos (povo)|sardenha]] de 1814 interrompeu o funcionamento da escola. |
|||
== Formação == |
== Formação == |
Revisão das 19h35min de 29 de maio de 2024
École des mines de Paris Mines Paris | |
---|---|
Lema | Théorie et pratique |
Fundação | 1783 |
Localização | Paris, Île-de-France, França |
Presidente | Jacques Aschenbroich |
Diretor(a) | Vincent Lafleche |
Docentes | 233 |
Total de estudantes | 1 300 |
Afiliações | Paris Sciences et Lettres, Institut Mines-Télécom, ParisTech, Conférence des grandes écoles |
Orçamento anual | 88 M€ |
Página oficial | http://www.minesparis.psl.eu/ |
A École nationale supérieure des mines de Paris,[1] também conhecida como Mines Paris, é uma das mais prestigiadas grandes écoles francesas habilitadas a conceder o título de engenheiro. Ela é, historicamente, a primeira escola de minas francesa.
Dentre os antigos alunos da escola, se destacam Henri Poincaré, Georges Charpak, que foi vencedor do Prêmio Nobel de Física de 1992, Carlos Ghosn, Léon Walras, Maurice Allais, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1988, além de outros políticos, cientistas, industriais e empresários franceses.
Fundada em 19 de Março de 1783 por decreto de Louis XVI,com o objetivo de formar "Diretores inteligentes" para as minas do Reino da França,[2] é uma das mais antigas e seletivas escolas de engenharia francesas. Hoje, a escola se encontra sob tutela do Ministério da Economia, particularidade que lhe concede papel específico dentre as instituições de ensino superior francesas.
Quando de sua fundação, a mineração era não só um setor estratégico, mas indústria de excelência que necessitava lidar com problemas tão diversos quanto geofísica ou geopolítica, passando por gestão e segurança industrial. Os engenheiros de minas eram, então, formados para resolver essa ampla gama de desafios, o que se reflete na diversidade da formação oferecida pela escola. Tendo evoluído com o tempo, a formação atualmente oferecida pela escola faz com que ela se enquadre na categoria de "Escola Generalista".
História
[[Ficheiro des Mines 4.jpg|thumb|left|As aulas no Predefinição:S-.]]
[[Ficheiro facade.jpg|thumb|O Hôtel de Vendôme (Predefinição:S-) tornou-se sede da École des mines por decreto de 1816.]]
Na época de sua fundação, a exploração das minas era tanto uma indústria de excelência quanto um setor estratégico, onde se encontravam vários tipos de problemas, desde a geofísica até o engenharia de processos, passando pela segurança minerária, gestão econômica dos recursos e estratégia geopolítica. Os engenheiros de minas eram, então, formados para resolver esses problemas. As competências desenvolvidas pela escola eram, desde o início, diversas, e a escola evoluiu ao longo do tempo para se tornar uma escola chamada "generalista".
Um decreto do conselho do rei de Predefinição:Date- criou a primeira escola de minas, estabelecida no Hôtel des Monnaies em Paris. Extinta em 1791 durante a turbulência revolucionária, foi reconstituída por um decreto do Comitê de Salvação Pública em 13 de messidor ano II (1794)[3]. Posteriormente, foi transferida para Peisey-Nancroix na Saboia, então francesa, após o decreto dos cônsules de 23 de pluviôse ano X (1802)[4]. A escola foi então denominada École pratique des Mines du Mont-Blanc[5] · [6]. A administração da escola foi instalada nas instalações do antigo grande seminário de Moûtiers[7]. Os alunos-engenheiros, que usavam uniforme, eram remunerados durante a sua formação. As turmas anuais consistiam de meia dúzia de alunos. A formação era tanto teórica quanto prática, no local da mina de Peisey, mas também em toda a região através de "cursos geológicos"[8] e "viagens metalúrgicas". Um exame marcava o fim da formação, com a redação de uma dissertação. Os laureados eram nomeados a um posto de aspirante e, em seguida, de engenheiro, para serem designados a um departamento do Império. Durante seus doze anos de funcionamento, a escola formou entre [5]. A invasão sardenha de 1814 interrompeu o funcionamento da escola.
Formação
A Escola de Minas de Paris concede diplomas de engenheiro ("Ingénieurs civils", dito mestrado - 5 anos de estudo superior), de "mastères spécialisés" (6 anos de estudo superior) e de doutorado (8 anos de estudo superior). A partir de 2013, a escola também passou a acolher alguns cursos da formação pluridisciplinar do PSL Paris Sciences et Lettres.
Engenheiros civis
A escola forma engenheiros generalistas de alto nível, cuja vocação é ocupar cargos de responsabilidades em diversas áreas, tais quais indústria, pesquisa e gestão. O curso de engenheiro civil corresponde, então, a essa necessidade de polivalência se apoiando em alguns objetivos principais: Sólida cultura científica; Aprofundamento de estudos à escolha do aluno; e Desenvolvimento do espírito empreendedor. Para tanto, a formação de Engenheiro Civil é composta não só de cursos, mas de longos períodos de estágio em empresas ou em centros de pesquisa e lança mão de um acompanhamento pedagógico individualizado ao longo dos três anos de formação.
A admissão dos alunos é feita por concurso após o período de dois anos de estudos nas chamadas "Classe préparatoire aux grandes écoles" ("Classes preparatórias para as grandes escolas"). Entretanto, um contingente importante de alunos universitários ou estrangeiros são admitidos para os dois anos finais de curso em programas de dupla formação, passando, portanto, por um processo de seleção específico. Por fim, cerca de trinta alunos da École Polytechnique são admitidos para realizar o ano final de seus estudos na escola.
Referências
- ↑ «Décret Predefinição:N° du 8 octobre 1991 relatif à l'École nationale supérieure des mines de Paris (Mines ParisTech)» 🔗 sur le site de Legifrance.
- ↑ «Arrêt du conseil d'État du Roi portant établissement d'une École de Mines du 19 mars 1783»
- ↑ Capítulo III da Notícia histórica da École des mines de Paris por Louis Aguillon
- ↑ Capítulo V da Notícia histórica da École des mines de Paris por Louis Aguillon
- ↑ a b
- ↑ Predefinição:Ligação web
- ↑ Decreto consular de 27 de nivôse do ano XI (17 de janeiro de 1803)
- ↑ Predefinição:Obra